segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Melhores de 2016!

Desde que entrei na faculdade esse blog entrou na UTI e tem perdido um pouco mais da sua suave vida a cada dia que se passa. Aprendi um monte de coisa inútil na faculdade, renovei meu interesse por literatura, fiz amigos, perdi amigos, me apaixonei, me decepcionei, aprendi a beber cerveja, fiz muitos churrascos, visitei mais hospitais nos últimos meses do que em toda a minha vida até então, comprei livros, joguei muito dinheiro fora, aprendi a ficar sozinho, ri e chorei, esse ano tem sido uma merda. Mas não é uma merda perdida e por isso que nesse final de ano resolvi reviver esse blog, aplicar uma última dose de adrenalina antes de sua alma alcançar a luz e se desfazer no limbo dos blogs impopulares, com um post de melhores do ano, um pouco antes desse ano acabar.

É com certa obviedade que começo pelos melhores CD’s lançados esse ano, porque música é a única arte que eu realmente acompanho praticamente em tempo real, pois anoto no celular os lançamentos e assim que chega o dia já baixo e procuro ouvir. Logo no começo do ano, tivemos a triste notícia da morte do David Bowie, pouco depois do lançamento de seu último álbum, que é bom, mas não considero essencial. Apesar disso, acho que com a morte do D. Bowie a força que mantinha o universo unido foi partida em pedaços e o mundo virou o que virou, estou errado?

Mas o ano começou bem, apesar disso, com o ótimo Promise Everything do Basement, um hardcore melódico de primeira, de muita qualidade, vindo direto da terra da rainha para agraciar os ouvidos de todos os millenials que um dia já foram emos e que só querem um ombro pra chorar.

Depois veio Post-Pop Depression, o décimo sétimo álbum do Iggy Pop, reunindo os monstros Josh Homme, Dean Fertita e Matt Helders sob o mesmo estúdio para criarem um rock de peso, o que nutriria a falta de um CD do Arctic Monkeys, não fosse o fato de, um tempo depois, sair Everything You’ve Come To Expect do The Last Shadow Puppets, com suas letras inteligentes, sua atmosfera conceitual, criando um universo rico e próprio da dupla Turner-Kan, injustamente não aparecendo nas listas de melhores do ano.

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Então começou a temporada de verão lá hemisfério norte e, com ele, uma porrada de álbuns, a maioria dispensáveis, mas alguns muito bons, como o 99,9% do Kaytranada, o On My One do Jake Bugg, que nunca decepciona, a parte final da trilogia de álbuns experimentais com uma temática confessial do Swans: The Glowing Man. A mixtape Loose Grip do Jamie Isaac também merece um destaque especial, pois mostra que os meninos do sul de Londres ainda tem muitas cartas pra jogar nessa mesa da indústria fonográfica, derrubando paredes entre os gêneros e criando algo novo.

Mas antes mesmo do meu aniversário, veio algo que merece muito destaque, que é o excelente álbum de blues suburbano do Modern Baseball, Holly Ghost, cheio de letras fortes, muito confessionais, aquelas guitarras arrasadoras, dando um ritmo revitalizante à música, ótimo pra se escutar depois de uma tarde chuvosa, é um CD que continua revisitando, porque é muito bom. Felizmente aparecendo nas listas de melhores álbuns do ano, merecidamente, aliás.

2

Julho teve IV do BadBadNotGood e em agosto, Frank Ocean nos agradeceu, finalmente, não com uma, mas duas obras primas, Endless e Blonde, dois dos melhores álbuns do ano, sem sombra de dúvida, humilhando todos os (as) artistas pop que ousaram lançar um álbum pop esse ano. Desde o lançamento desses dois tesouros, o ano na música pop se dividiu em A.F.O (Antes de Frank Ocean) e D.F.O. (Depois de Frank Ocean), porque ele superou todos os álbuns que precederam seu lançamento e nenhum outro que veio depois pôde chegar aos seus pés.

3

E quando o verão lá no norte acabou, o período de música boa apareceu de verdade, revelando, aqui no Brasil, talentos como o BRVNKS, que lançou seu primeiro EP Lanches, projeto de uma menina goiana muito gata, o retorno do Não ao Futebol Moderno com Vida que Segue e a quase conclusão do História do Brasil de Vitor Brauer, que concluí ano que vem, mas o grande destaque é mesmo Touché Amoré, com o melhor álbum do ano, Stage Four, um clássico moderno fantástico, pesado, agressivo, emotivo, forte e devastador. É um daqueles CD’s que te fazem uma pessoa melhor a cada vez que se escuta.

4

Balance and Composure lançou seu álbum mais diferente e distante do hardcore, Light We Made, mas não decepcionou e o LP2 de American Football também foi bem recebido à coleção de CD’s principais desse ano. Cody de Joyce Manor é o álbum de pop punk do ano, enquanto Babes Never Die do Honeyblood é o melhor álbum feito por mulheres de 2016.

Sonho de Cachorro do Fábio de Carvalho e Move Thru Me do Turnstile são curtos, porém excelentes pedidas, o primeiro por apresentar uma nova faceta a um artista extremamente criativo e o segundo por ser o melhor álbum de música pesada que 2016 viu. E antes do ano acabar ainda deu tempo do Monster Rally voltar e nos agraciar com outra pérola exótica, Mystery Cove LP, imagina um filme onde casais numa ilha paradisíaca encontram o calor, a amizade, a tequila, uma tribo canibal, um torneio de surfe e o amor.

5

O post já ficou gigante, então vou acelerar o resto e ser bem breve. Como sempre, os cinemas brasileiros só exibem porcarias de blockbuster e os melhores filmes de 2016 eu só vou assistir ano que vem ou no próximo, mas consegui assistir ótimos filmes esse ano, como Ave, César, que é uma aposta certeira para um dos melhores filmes do ano. Infelizmente ainda não assisti A chegada e Jovens, Loucos e Mais Rebeldes, mas devem ser bons também. Kung Fu Panda 3 e Zootopia são ótimos, mas o melhor filmes de animação do ano é The Red Turtle, sem sombra de dúvida.

6

Não consigo acompanhar os lançamentos de livro de forma tão assídua que saiba quais são os lançamentos de 2016, fora que tenho que ler um monte de porcaria pra faculdade,  mas existem dois excelentes livros que li esse ano que todo mundo deveria ler, House of Leaves, tem até post aqui no blog e Breves Entrevistas com Homens Hediondos é leitura obrigatória pra quem quer adrentar o mundo narrativo de DFW.

Superman-American Alien é um tapa na cara do Z. Snyder, esse diretor visionário e Atari Force não é de 2016, mas todo mundo tem que ler, porque é excelente.

9

Virei uma negação nos mangás esse ano e o ano nos animes tá uma poha! foi fraco, mas tivemos boas produções no começo do ano, como Boku Dake Ga Innai Machi  e Boku no Hero Academia, apesar do melhor anime do ano, na minha opinião, ter sido o Tonkatsu DJ Agetarou, que também apresenta uma trilha sonora magistral.

10

E assim eu termino esse post, até ano que vem, ou não, vai que eu não escrevo mais nada...

Adeus!