sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Dica televisiva: Samurai Champloo (2004)

samurai-champlooSamurai Champloo é um anime exibido entre os anos de 2004 e 2005, sendo mais uma icônica obra de Shinichiro Watanabe.

A história gira em torno do trio formado por Fuu, uma menina de 15 anos, Mugen, um malandro com ótimas habilidades de luta e Jin, um samurai renegado. Os dois homens são unidos, à força, pela menina para que possam encontrar um samurai que cheira a girassóis.

Basicamente, essa é a sinopse do anime e de onde a trama parte, finalizando apenas após 26 episódios.

Samurai Champloo tornou-se uma série icônica e influente, quase tanto quando Cowboy Bebop (também de Shinichiro Watanabe) por suas inovações, não só estilísticas, como também narrativas.

Cowboy Bebop mistura o período Edo do Japão, algo em torno do século 17, com elementos contemporâneos, como os óculos do Jin, o ritmo de hip hop dominante em todo o anime, além de expressões, atividades, roupas e costumes.

No entanto, essa série não me agradou tanto quanto Cowboy Bebop, que tem uma temática mais madura, abusando de influências musicais, filosóficas, religiosas e estilísticas de diversas épocas, misturando-as em uma história de ficção científica futurista.

Samurai Champloo é uma série mais voltada para a comédia e, talvez, isso explica a maior aceitação desse anime em maio ao público geral, enquanto que Cowboy Bebop virou uma série mais cult. No entanto, ainda assim fica impossível não comparar as duas séries, afinal há diversas semelhanças entre uma e outra, como o conjunto de personagens principais, as personalidades de cada um, a qualidade da trilha sonora e da animação.

Apesar de parecer infantil eter um traço simples, Samurai Champloo tem uma animação que flui naturalmente, com a boa e velha animação feita no braço mesmo e muitos detalhes ricos durante todo o anime.

E a trilha sonora é um show à parte, com batidas de rap e vocais maravilhosos de se ouvir, criados por um dos grandes mestres do hip hop: Nujabes, que Deus o tenha.

Enfim, Samurai Champloo não é uma obra prima, mas é um ícone, sendo uma das obras mais amadas por fãs de anime até hoje.

4 pontos

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Melhores filmes de 2013

filmes_logo

Muito difícil eleger os melhores filmes desse ano, por que foram lançados muitos filmes bons, assim como CD's e é um prazer enorme ter assistido todos eles.

Enfim, mais uma vez, essa é uma lista sem ranking, mas com uma grandiosa menção honrosa no final.

- Frances Ha



Uma agradável surpresa para mim nesse final de ano. A versão feminina e otimista de Oh Boy é um daqueles filmes que deixam com um sorriso no rosto do começo ao fim.

- Prisoners



Mais uma ótima surpresa. Prisoners é um desses filmes que você só ouve falar se alugar um filme de ação da mesma distribuidora e assistir os trailers na sessão "extras" do menu.

Um ótimo thriller de suspense e ação, com cenas que realmente te aprisionam, te faz passar mal, mas no final, te deixa com um sorriso tão largo no rosto que dá pra ver até de costas.

- O som ao redor



O melhor filme brasileiro do ano e, por que não? da história, já que o cinema brasileiro anda tão fraco ultimamente.

O som ao redor é uma jóia rara no meio de tantas porcarias que beiram o pornô ou de humor fácil, sem graça e ridículas.

Assista, vale muito a pena e merece ganhar prêmios pesados e importantes no mundo todo.

- Ernest e Celestine



Um filme infantil, leve e gracioso, sem cair num humor fácil, pastelão, típico dos filmes infantis que enchem as salas de cinema, Ernest e Celestine é, sim, diversão para toda a família, provando que obras de arte não são coisas que só podem ser apreciadas por meia dúzia de pessoas de uma determinada classe social, com vários anos nas costas e arrogância entre as sobrancelhas.

- El Cuerpo



Um thriller espanhol, com um final de deixar qualquer um boquiaberto, esse é "El cuerpo". Não perca esse filme, você não vai se arrepender.

- The Way, Way Back



Mais um típico draminha adolescente do gênero coming-of-age, mas com personagens marcantes, piadas inteligentes e uma lição de moral tão comum, mas ao mesmo tempo, tão imperceptível que é impossível não se deleitar com esse filme.

- Man of steel



Provavelmente o melhor filme de super-heróis desde a trilogia Batman de Nolan. Vale muito a pena assistir.

- Stoker



Não tinha como deixar esse filme brilhante de fora. Stoker é um thriller de suspense, com requintes de crueldade que dão ao filme um tom obscuro e soturno, fazendo dele quase um terror.

Com um filme pra lá de surpreendente, desafio você a assistir esse filme todo e não ficar boquiaberto e bater palmas no final.

Sem contar a parte técnica que é um show à parte.

- Universidade Monstros



Pra mim, o melhor filme do ano, sem dúvida.

Universidade Monstros começa como um filminho bonitinho, daqueles que te farão gostar dele só pela nostalgia vivida ao ver os antigos personagens que marcaram sua infância, mas surpreende, ao apresentar uma trama original, sem abusar de piadas nonsense e com um final completamente anti-clímax e inteligente, mostrando uma moral mais complexa do que a moral apresentada em outros filmes infantis.

Universidade Monstros termina mostrando que a chave para a felicidade e o sucesso na vida não são uma boa faculdade, ser descolado ou estudioso, mas sim fazer amizades e mantê-las, para toda a vida.

Uma senhora moral que muitos pais precisam aprender.

- Dentro da casa



Dentro da casa é um filme inspirador, acima de tudo.

Não apresenta personagens marcantes, nem uma tensão que mantém o telespectador preso, mas a sua narrativa é genial.

- The Kings of Summer



Mais um filme do gênero coming-of-age, no entanto, abordado de uma forma completamente original: Humor.

Nos últimos anos, temos visto muitos filmes desse gênero sendo lançados, como "The Perks of being a wallflower" e outros, que falham miseravelmente em ser interessantes e divertidos de se assisitir, exatamente por que abusam de uma fórmula velha, que poucos filmes, como "The art of getitng by" e "It's kind of a funny story" souberam reinventar.

No entanto, The Kings of Summer é uma maravilhosa surpresa, pegando um gênero que já foi abusado um milhão de vezes só nos últimos cinco anos e melhorando-o, elevando seu nível para o humor, para a comédia sarcástica e negra, sem abandonar a inteligência e o final feliz, é claro.

Menção honrosa: Oh Boy



Não foi lançado esse ano, mas foi o melhor filme que eu assisti esse ano, destilando críticas e mais críticas sutis à nossa geração perdida e irracional, Oh Boy é inteligente, é sarcástico, é jazz, é perfeito, do início ao fim.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Melhores literários do ano de 2013

books-8402fb07c315208577696f40f7027da7_hDevo confessar, leio muito pouco de lançamentos e a maioria da minha estante de leitura são HQ's ou livros antigos ou que não são tão antigos, mas não figuram nos melhores do ano de alguma lista do ano em que eu os li.

Então, esse melhores do ano não será dos melhores livros de 2013, mas sim dos melhores livros que eu li em 2013.

Sem ranking dessa vez.

- Eu Mato Gigantes



Essa HQ foi lançada esse ano e era uma das coisas que eu mais aguardei esse ano.

A New Pop, como sempre, não fez um bom trabalho de divulgação e muitas pessoas ficaram com a maior ansiedade e, por fim, desistiram até que essa HQ foi lançada.

"Eu Mato Gigantes" é uma brilhante história sobre a imaginação fértil de uma garota, beirando o absurdo e deixando o leitor com uma pulga atrás da orelha ao término da narrativa.

Enfim, um ótimo livro que você deveria ler.

- Three Stories



O maior lançamento dos sites de torrent desse ano é nada mais, nada menos que três histórias inéditas do (genial) falecido J.D. Salinger e funcionam como um prelúdio à sua maior obra, uma história de quase terror, completamente absurda e mais um conta a lá Salinger, muito bem trabalhado.

Não é só puxa-saquismo não, é realmente uma obra para se guardar, nem que seja no seu pen drive surrado ou num HD Externo qualquer.

- João de ferro: Um livro sobre homens



O criador do movimento masculinista, Robert Bly, apresenta nesse brilhante livro as ideias centrais de seu movimento, tentando responder à pergunta que todos fazem e só o seu movimento parece ter encontrado uma resposta: Qual é o papel do homem no século 21?

Através do conto dos irmãos Grimm, Robert Bly apresenta a teoria básica do amadurecimento do garoto e as fases pela qual ele deve passar para se tornar um homem.

Leitura obrigatória para abrir a mente de todos.

- As crônicas de Nárnia



Apesar da narrativa ter me assustado no início, não pude deixar de ler esse livro desde o primeiro capítulo.

As crônicas de Nárnia, em seu conjunto, é uma série de livros muito bem elaborada, cheia de simbolismo e com personagens marcantes, apesar de tudo se passar tão rápido que você nem percebe o final chegar, que pode decepcionar alguns, mas foi bem satisfatório para mim.

- Em busca do sentido



Viktor E. Frankl foi preso pelo regime nazista e passou algum tempo em um campo de concentração. Lá, no meio de tanta sujeira, miséria e podridão, ele descobriu algo que mudaria sua visão de mundo e a de muitas outras pessoas.

Ele descobriu que não importa a intensidade ou a duração de um sofrimento, tudo é suportável quando você encontra sentido naquilo. E é achando um sentido para a sua existência que as pessoas conseguem levantar todos os dias, trabalhar e, por que não? Sofrer.

Livro que recomendo muito, pois apresenta uma visão da nossa própria existência que poucos conseguem reconhecer e muito menos compreender.

- Turma da Mônica: Laços



Não poderia deixar de fazer uma lista literária de melhores do ano sem falar do melhor livro que li esse ano.

Laços é nostálgico. É uma HQ sobre um grupo de amigos que estão sempre unidos por um laço muito maior que o da simples amizade, do amor ou da família. Eles estão unidos por laços de afetividade.

E é disso que se trata Laços: A afetividade que cada um sente pelo outro, faz eles arriscarem suas vidas, apenas para ver o outro sorrir, mesmo que inconscientemente.

Laços é uma brilhante obra, que ficará guardada na memória, para sempre.

 

sábado, 14 de dezembro de 2013

Melhores do ano de 2013

Music-music-31055637-1920-1200Enfim, chegou  o final de ano. Para mim, a época mais deprimente do ano, quando eu me recordo que mais um ano está se passando e de novo, nada fiz de bom com a minha vida e blá, blá, blá... Papo deprimente que todos já se enjoaram.

No entanto, também é época de finalmente eleger os melhores do ano e hoje vamos falar dos melhores CD's do ano. E esse ano não é só um top 10 como geralmente faço, mas um top 12, com menção honrosa e tudo, afinal tivemos muitos bons CD's, apesar das enormes decepções como Best Coast, Wavves e Arctic Monkeys, só para citar algumas bandas incrivelmente decepcionantes do ano.

Mas chega de falar de música ruim e vamos ao top 12

12º:  "Shangri Lá" do Jake Bugg

jake-bugg-shangri-laÉ só a recente dica cinematográfica para saber o que eu penso desse CD e não é só por que ele foi o mais recente a ser lançado que está aqui. Esse álbum é bom mesmo.

11º: "Death Chorus" do Polar Bear Club

pbccover-58662_250x250Uma banda com caras bonitinhos, melodias gostosas de se ouvir, um bom pop-punk que há muito não se ouvia por aí. Esse é o Polar Bear Club em sua melhor forma até o momento.

10º: "Young New England" do Transit



Mais uma ótima banda de pop punk destilando melodias gostosas, riffs chiclete e letras sagazes para quem quiser ouvir música boa.

9º: "Aware" do Front Porch Step

Front-Porch-Step-Aware-coverAgora sim começam a aparecer os pesados e foi muito difícil para mim colocar esse artista na 9ª posição, por que eu gostei muito desse CD.

"Aware" mostra um artista inteligente, dono de uma enorme sensibilidade, mas que ainda está crescendo e pode se perder numa vertente do rock dominada por bandas que perdem a criatividade e o fôlego logo no segundo CD.

Claro que eu espero que o Front Porch Step não seja um exemplo disso, mas antes que ele nos decepcione, fico com um pé atrás e sou forçado a colocá-lo em 9º lugar.

8º: "Mechanical Bull" do Kings of Leon



Ok, não é um CD que me marcou tanto quanto o CD acima, mas ainda assim merece o 8º lugar, por se tratar do novo CD do Kings of Leon.

Não só foi um dos CD's mais aguardados do ano, ao lado de tantos outros, como também soube segurar a peteca e conseguiu nutrir todas as expectativas que, pelo menos eu, tinha em relação ao novo CD deles.

Portanto, o Kings of Leon mais uma vez entra nos melhores do ano.

7º:  "Don't Forget Who You Are" do Miles Kane



O nome do álbum já diz tudo.

Miles Kane não se esqueceu quem ele é e mesmo lançando um CD com grande repercussão na internet, cheio de fãs no mundo todo, uma grande expectativa em torno do seu nome, ele fez um álbum que faz jus ao 7º lugar, com um estilo mais requintado, porém ainda mais rock n' roll do que os seus outros trabalhos e mesmo assim, soando perfeitamente como um legítimo álbum do Miles Kane.

Enfim, um dos melhores do ano, sem dúvida alguma.

6º: "Melophobia" do Cage The Elephant



Subi esse CD de posição enquanto escrevia o post, por que me toquei de que o Cage The Elephant, apesar da falta de estrelismo e expectativa criada nos fãs, soube causar um certo alvoroço em todos aqueles que gostam de música boa.

Mas o Cage The Elephant supera todos acima, por que não só cumpriu com as expectativas, criando um álbum decente, como também surpreendeu a todos, mudando sua sonoridade levemente, adicionando novos elementos às suas canções bagunçadas, porém geniais e interessantes demais para se ignorar.

"Melophobia" foi uma agradável surpresa na segunda metade do ano, marcando a volta e o crescimento de uma das melhores bandas dessa geração.

5º: "Selfhood" do Sharks


O último CD do Sharks veio, abriu um sorriso no rosto de todos que ouviram suas deliciosas melodias e marcou o final de uma banda que mostrou que tinha potencial para crescer ainda mais.


Com uma sonoridade pop-punk bebendo em influências sessentistas e no surf rock de raiz, o Sharks souberam criar um trabalho elaborado e que perdura nos ouvidos dos amantes de música boa até hoje.


4º: "Fetch" do Melt Banana



Me dói colocar o Melt Banana na infame 4ª posição, mas fazer o que, né? Os que vêm a seguir são ainda melhores.


Nesse álbum o Melt Banana faz o que sempre fez, experimenta.


Mas não experimenta de um modo bagunçado e desalinhado, afinal o Melt Banana é uma banda inteligente e eles souberam experimentar com instrumentos (ou seria melhor dizer objetos) nada convencionais e encaixá-los com maestria em suas músicas, criando um CD que soa um tanto brincalhão, mas também inteligente e potente.


3º "Strange Pleasures" do Still Corners



Esse álbum está aqui, na terceira posição, por que marcou o ano como o primeira grande álbum a ser lançado e ninguém ter dado a mínima para eles.


O Still Corners soube misturar elementos eletrônicos, com instrumentos tradicionais, criando uma sonoridade esperta, gostosa de ouvir, até mesmo meiga, mas que se mostra agitada e, acima de tudo, dançante, como nenhum outro álbum este ano. Afinal, música é e sempre será feita para ser dançada.


Um fato inegável e que o Still Corners leva a sério, sem se deixar levar por estrelismos ou a falta de criatividade ou talento de verdade.


2º: "You're Nothing" do Iceage



Se você quer saber como um CD inesquecível soa, escute "You're Nothing" do Iceage.


Essa banda vinda de algum lugar gelado da Europa lançou a maior obra-prima do punk rock moderno no início desse ano e pouca gente deu moral para eles, mas é só olhar alguns vídeos de apresentações ao vivo e ouvir todo o CD, inclusive o primeiro, para constatar que o Iceage é uma das melhores bandas da atualidade e ainda vai abalar o mundo com suas melodias e letras agressivas, imprudentes e inteligentes.


1º: "Disnomya" do Dawn of Midi



Agora que você já ouviu o Iceage e sabe o que é um CD inesquecível, tente imaginar o que é um CD imortal. Uma obra de arte de nível superior, comparável à Bethoven.


Isso é Dawn of Midi.


Ou como eu gosto de dizer, os melhores artistas da música ativos na atualidade.


"Dysnomia" é o cúmulo da arte. É uma obra prima. Uma pintura feita de sons. Uma escultura musical. A personificação da excelência artística, incorporada em três artistas de jazz.


O melhor CD do ano.


Menção honrosa:



E claro que não podia faltar uma homenagem ao pai da guitarra, o supremo deus do rock: Jimi Hendrix, que, apesar de morto, ainda têm cartas na manga, como esse CD chamado "People, Hell and Angels", uma compilação de músicas não lançadas, mostrando-nos a genialidade e a mente à frente de seu tempo do senhor Jimi.


Obrigado Jimi, você fez do mundo um lugar melhor para todos.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Dica cinematográfica: Frances Ha (2013)

frances-ha"Frances Ha" ou "A versão feminina de Oh Boy" é um filme estadunidense de 2013, que conta a história de Frances, uma mulher de 27 anos, que ambiciona um trabalho como dançarina de uma companhia de balé de Nova Yorque. Ela divide um apartamento com sua melhor amiga e passa os dias entre bebedeiras noturnas, seu trabalho como assistente na companhia de balé e divagações silenciosas.

Mas, a vida começa a lhe dar um choque quando ela termina com o namorado e sua amiga decide morar em outro apartamento. Sendo assim, Frances começa a perceber como o tempo tem passado e ela nada tem feito, mas sem perder o otimismo e a esperança de que algo novo e bom irá acontecer no futuro.

Assim como a dica de ontem, Frances Ha é um belo retrato da juventude atual, a nossa geração perdida, irresponsável, bagunçada (Como Frances), desorganizada, completamente dependente e perdida, num mundo que não dá chances para os sonhadores, como Frances. A diferença é que Frances não se mantém deprimida ou chateada. Muito pelo contrário, ela tenta ser pró-ativa, corre atrás das coisas, mas sua inocência, desatenção e comodismo fazem com que tudo se dissolva entre seus dedos.

Exatamente como "Oh Boy", esse filme é todo em preto e branco, mas não conta com a mesma trilha sonora soberba e refinada do primeiro. Na verdade, a trilha sonora de "Frances Ha" é até ingênua, com algumas músicas pop's reconhecíveis, mas o resto são apenas canções de trilhas sonoras comuns.

Outra grande diferença são os personagens, em "Frances Ha" somos apresentados ao inteiro universo de Frances, conhecendo pouco até mesmo seus amigos mais próximos. Algo que pode ser explicado pela personalidade da menina, muito otimista, alegre e esperançosa, o que a faz se tornar aquele "ombro amigo" que todos gostam.

E ainda assim, Frances fica entediada e na maior parte do tempo, vemos uma menina vazia, fechada em seus pensamentos, mas que sorri, ao menor sinal de alma amiga.

Isso também explica o final, que é otimista, esperançoso e alegre, como a personalidade de  Frances.

black hole

sábado, 7 de dezembro de 2013

Dica cinematográfica: "Oh Boy" (2012)

Oh_Boy-962283944-largeOh Boy é um filme alemão de 2012 que conta a história de Niko, um rapaz com vinte e tantos anos, que largou a faculdade de direito há dois anos e vive numa inércia ociosa, até o dia em que tem que enfrentar as consequências de sua vida vadia, quando seu pai corta sua mesada, um psicólogo do sistema de trânsito o reprova no teste psicológico por considerá-lo desequilibrado emocionalmente e ele termina com sua namorada. Ao mesmo tempo, uma garota dos seus tempos de colégio reaparece em sua vida, enquanto seus amigos divagam pelas ruas de Berlim, no entanto, tudo o que ele quer é um pouco de café.

Niko é a personificação de uma geração perdida, carente, desastrada, mimada, indecisa e pensativa. Uma geração fraca, sem coragem, nem motivações que os impulsione a ir para frente. Uma geração fruto de uma outra geração irritada, neurótica, exigente, apressada, decidida e egoísta, personificada na figura de seu pai, dos outros adultos e até na de sua mãe, que não aparece, mas é citada.

Na verdade é disso que esse filme se trata, retratar a geração de nossos pais e a nossa. Somos perdidos, como Niko, fracos e impulsivos, como Julika, ambiciosos, como Malkte, além de autodestrutivos, como visto nos vagabundos que mexem com Niko e Julika. Tudo isso, consequência de uma geração que exigiu demais, preocupou-se demais e mimou demais a nossa, não dando espaço para que as crianças dentro de cada um crescesse, deixando-os se afundar em vícios, pensamentos autodestrutivos e que remoíam seu passado, criando novas neuroses e pensamentos vingativos.

Tudo isso é abordado de forma sútil, leve e que poucas pessoas irão perceber de verdade, com uma qualidade de imagem impecável e ousada (o filme é todo em P&B), além da excelente trilha sonora.

Enfim, "Oh Boy" é um dos melhores filmes que assisti esse ano e merece o título de "clássico moderno", por isso, a classificação de Supernova para ele.

black hole

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Dica cinematográfica: Upstream Color

Upstream-Color-2013"Upstream Color" é um filme indefinido. Ele parece um drama melancólico com ar de indie, mas quando você o assiste percebe que é muito mais do isso. É claro que o tom de todo o filme é melancólico e parece um drama profundo, mas o filme passa por temáticas sci fi, absurdas e até um certo tom de humor negro, pelo filme usar e abusar do absurdo.

No filme, um casal é vítima de um experimento científico em que suas vidas são ligadas à de porcos vivos. No entanto, esse experimento sofre um baque quando esse casal se conhece, se apaixona e por fim, se casam.

Essa sinopse apenas dá um arranhão no todo que o filme representa, que já pode ser considerado cult, pela sua temática nada usual, ou melhor, suas várias temáticas nada usuais. Afinal, não é um filme fácil de assistir.

A fotografia, apesar de bela, pode se tornar maçante, visto que muitas ações são vistas por inteiro, como os personagens andando ou nadando, sem contar essas cenas para a ação propriamente dita.

A trilho sonora também é maçante, apesar de ser gostosa de ouvir, mas como abusas dos tons eletrônicos, em notas de sintetizador longas, se torna cansativa, visto que é o tipo de coisa para escutar num dia nublado, chuvoso e perfeito para dormir.

No entanto, apesar de alguns pontos fracos, o filme não deixa de ser ótimo, afinal seu roteiro é impecável e se a fotografia pode se tornar maçante, só serve para elevar o seu status para uma verdadeira obra-prima do cinema.

Conectando vidas qu8e se cruzam e passam, fazendo uma ligação estreita com o menor, mais insignificante, porém imortal dos seres vivos, Upstream Color é um desses filmes que irá explodir a sua mente, criando paradoxos que irão permanecer em sua cabeça por muito tempo e você achará respostas, algumas que contradirão outras, mas é assim mesmo com esse tipo de filme... Clássicos, sacumé, né?

black hole

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Dica literária: "Three Stories" de J.D. Salinger

JDSalinger-three-storiesA dica de hoje é obscura e merece uma explicação contextual.

J.D. Salinger fez muito sucesso ao lançar seu primeiro e único livro "O apanhador no campo de centeio", mas acabou entrando em reclusão pelo resto de sua vida, mantendo-se longe da mídia e dos olhares de interesseiros, sendo visto poucas vezes até o dia de sua morte.

No entanto, ele nunca parou de escrever. Nem de fazer livros.

"Three Stories" é uma coletânea de textos que Salinger copiou e imprimiu 29 cópias, distribuindo-as para parentes e amigos, deixando uma cópia numa biblioteca de uma das várias faculdades que têm alguns de seus textos inéditos. Sabia-se da existência de apenas uma cópia, a da faculdade, mas em Setembro foi vendida pelo eBay uma cópia perdida desses livros.

O comprador escanou o livro e disponibilizou num site de torrents e logo outros sites de torrent estavam com esse livro e por fim, um usuário do Reddit espalhou a notícia pelo mundo.

Para quem duvida, especialistas dizem que esses são sim os contos originais.

O primeiro é o excelente "The ocean is full of bowling balls", que conta como Allie, o irmão de Holden morre, contado do ponto de vista de quem viu tudo (D.B.) e apresentando para nós uma visão diferente, interessante e comprovadora da genialidade de Salinger, de quem é o Holden.

O segundo é apenas mais um conto a-lá Salinger. Estranho, inesperado, cotidiano, por que não fatídico?

E o terceiro é um dos contos mais obscuros de Salinger. Li uma vez que esse é seu único conto que mais se aproxima do gênero terror. Verdade seja dita, não é um conto de terror, mas é um conto fantasioso, estranho, muito intrigante e que me fez lembrar dos filmes de David Lynch.

Enfim, esse livro pode até ser uma enganação, já que só poderemos comprovar a veracidade dos textos depois de 2060, mas já é uma dádiva. Um presente dos Céus, pois podemos sentir um gostinho do que Salinger nos deixou, ou melhor, um gostinho do que está por vir depois de 2060.

black hole

domingo, 1 de dezembro de 2013

Dica cinematográfica: Prisoners

prisoners-movie-poster-550x412Prisoners é um filme de 2013 do gênero suspense que conta a história de um sequestro duplo de duas meninas, filhas de dois casais amigos. Após o sequestro, um dos casais se mantém triste, mas esperançoso, no outro, a mulher entra em depressão, enquanto o pai fica louco, procurando um meio de convencer aquele que ele acha que foi o sequestrador de confessar seu crime, provocando as suspeitas do jovem detetive da delegacia de polícia que está no comando do caso.

Com uma premissa ousada, mostrando três histórias, três pontos de vista e reações distintas, "Suspeitos" (na tradução em português) é um ótimo filme.

É um daqueles suspenses que te mantém preso até o final, com muitos personagens fortes, bem construídos e um mistério que deixa todos confusos. É sério! Aliás, esse é o ponto baixo do filme, a confusão intencional criada na mente do telespectador, pois até memso pistas falsas são jogadas e esquecidas para a solução do crime no final do filme.

E por falar no final, poucos são tão surpreendentes e também confusos quanto o desse filme, por que ele chega de repente e com uma razão não tão surpreendente a ponto de explodir sua mente.

Enfim, "Suspeitos" tem seus altos e baixos, como todo filme de suspense/investigação, mas é tão bom e excitante que você nem nota as suas duas horas de duração passarem.

4 pontos e meio

sábado, 30 de novembro de 2013

Dica cinematográfica: O som ao redor

o-som-ao-redorNão gosto de filem brasileiro.

Apenas um ou outro filmes, como o "Alto da Compadecida" me agradam e este por influência familiar, já que cresci assistindo a determinados filmes que é impossível, para mim, não gostar deles.

"O som ao redor" já começa mal. Um minuto completo de propagandas de uma penca de associações, ONG's, orgãos governamentais e o caralho a quatro formam a primeira cena do filme. Depois vem a tipografia, fraca, uma espécie de Times New Roman branca. Logo depois somos apresentados à imagens em preto e branco de latifúndios, trabalhadores escravos e cenas interioranas típicas de Pernambuco para só então sermos apresentados ao filme em si. Uma qualidade de imagem e som dignas de série da TV Cultura dos anos 90.

Só que eu continuei a assistir o filme.

E não me arrependo.

"O som ao redor" é um legítima joia rara no cinema brasileiro atual, que só tem lançado lixos pastelões disfarçados de comédias românticas. A história não é única, nem fácil de ser exemplificada e é por isso que eu gostei tanto desse filme. Somos apresentados a uma mulher que não consegue dormir com o cachorro barulhento do vizinho, depois ao playboy solitário e simpático que odeia seu emprego, mas parece amar a vida, também conhecemos sua empregada, que nutre o estereótipo de mãe, avó e mulher trabalhadora de classe pobre. E as histórias começam a se misturar assim que o rapaz sai descobre que o carro da sua amiga, com quem ele dormira na noite anterior, fora arrombado e ele sai de casa. Na procura por pistas conhecemos seu trabalho, outras pessoas que moram na mesma rua e suas histórias cotidianas.

Gosto do tipo de história ordinária, que transforma pequenos fatos do dia a dia em acontecimentos interessantes e chamativos para o cinema, quadrinhos, livros, enfim... Gosto desse tipo de coisa, que não parece ter gênero definido, por enquanto.

E o modo como tudo é contado, como somos apresentados aos personagens, o humor sutil e a mudança crescente de tom que o filme toma, pouco a pouco, me fizeram cair na armadilha e quando eu menos esperava, já estava preso e apaixonado por "O som ao redor".

Enfim, pela primeira vez eu torço para um filme brasileiro ganhar um Oscar.

5 pontos

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Dica cinematográfica: Ernest e Celestine

l_1816518_32e6ac21Ernest e Celestine é um filem francês de animação, lançado em 2012 em alguns festivais e este ano foi lançado abertamente para todos verem.

No filme somos apresentados à uma cidade dominada por ursos acima da terra e abaixo, no esgoto, dominada por ratos. Tanto os ursos quanto os ratos não se suportam e fomentam a ideia de que a outra espécie é inimiga e para sempre será. No entanto, Celestine, uma ratinha solitária nunca conseguiu desenvolver medo dos ursos e acaba conhecendo um urso palhaço e músico, que apesar do jeito rabugento, esconde no fundo de seu coração uma paixão e um talento muito grandes por música e pela vida.

Juntos, eles desafiam o padrão de sua sociedade e quebram a barreira do medo e da ignorância que existia entre as duas espécies.

Ernest e Celestine é um desses filmes para crianças que agrada a todos, com uma história simples, movida por uma animação ainda mais simples, com um toque tradicional e um efeito de colorização em aquarela, que a deixa com um ar pastel muito agradável e interessante.

Sem contar que os personagens, apesar de simples, são muito carismáticos e marcantes, até mesmo os personagens secundários.

Enfim, "Ernest e Celestine" é um filme simples, mas também surpreendentemente encantador, com uma história leve, personagens marcantes e animação simples, uma verdadeira joia rara no meio de tantos filmes de animação que passam despercebidos em nossas memórias.

5 pontos