sábado, 7 de dezembro de 2013

Dica cinematográfica: "Oh Boy" (2012)

Oh_Boy-962283944-largeOh Boy é um filme alemão de 2012 que conta a história de Niko, um rapaz com vinte e tantos anos, que largou a faculdade de direito há dois anos e vive numa inércia ociosa, até o dia em que tem que enfrentar as consequências de sua vida vadia, quando seu pai corta sua mesada, um psicólogo do sistema de trânsito o reprova no teste psicológico por considerá-lo desequilibrado emocionalmente e ele termina com sua namorada. Ao mesmo tempo, uma garota dos seus tempos de colégio reaparece em sua vida, enquanto seus amigos divagam pelas ruas de Berlim, no entanto, tudo o que ele quer é um pouco de café.

Niko é a personificação de uma geração perdida, carente, desastrada, mimada, indecisa e pensativa. Uma geração fraca, sem coragem, nem motivações que os impulsione a ir para frente. Uma geração fruto de uma outra geração irritada, neurótica, exigente, apressada, decidida e egoísta, personificada na figura de seu pai, dos outros adultos e até na de sua mãe, que não aparece, mas é citada.

Na verdade é disso que esse filme se trata, retratar a geração de nossos pais e a nossa. Somos perdidos, como Niko, fracos e impulsivos, como Julika, ambiciosos, como Malkte, além de autodestrutivos, como visto nos vagabundos que mexem com Niko e Julika. Tudo isso, consequência de uma geração que exigiu demais, preocupou-se demais e mimou demais a nossa, não dando espaço para que as crianças dentro de cada um crescesse, deixando-os se afundar em vícios, pensamentos autodestrutivos e que remoíam seu passado, criando novas neuroses e pensamentos vingativos.

Tudo isso é abordado de forma sútil, leve e que poucas pessoas irão perceber de verdade, com uma qualidade de imagem impecável e ousada (o filme é todo em P&B), além da excelente trilha sonora.

Enfim, "Oh Boy" é um dos melhores filmes que assisti esse ano e merece o título de "clássico moderno", por isso, a classificação de Supernova para ele.

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