sábado, 19 de janeiro de 2013

Dica televisiva: Äkta Människor

Ou Real Humans se preferir, mas já vou avisando, terá poucos resultados se for procurar sobre essa série com seu nome ocidentalizado.
Não é surpresa para ninguém que os EUA deixou de ser o manda-chuva no quesito séries de TV. De vez em quando aparece algo digno de atenção, que prende a atenção do telespectador por uma ou duas temporadas, mas logo você enjoa, pois o roteiro vai ficando fraco e já não chama tanta atenção quanto antes.
A única saída é procurar saciar sua sede por entretenimento em algum lugar onde os roteiristas são mais criativos, o povo não é tão ímbecil e as redes de TV não são tão sensacionalistas.
Você pode procurar na Ásia, onde irá achar séries dramáticas divertidas, mas com uma trilha sonora péssimo, visto que a maioria dos astros das TV's japonesas e coreanas são também horríveis cantores de música pop ou você pode procurar séries européias, mais precisamente nos frios países nórdicos.
E é da Suécia, lar de "Os homens que não amavam as mulheres" que sai essa brilhante série de sci-fi/drama.
Real Humans conta a história de uma Suécia do futuro, onde os Hubbots(Human Robots) foram criados para ajudar os seres humanos em todas as suas necessidades diárias, desde o preparo de um simples café-da-manhã pra família até uma noite fria e solitária de inverno.
Essa série é simplesmente brilhante. Se você pensar bem, de tempos em tempos surge algum filme ou série com essa temática de robôs parecidos com seres humanos com inteligência artificial e de como isso iria prejudicar o nosso planeta e nós, seres humanos e ilumina a cabeça das pessoas, mostrando que um futuro onde exista inteligência artifical e um perfeccionismo maldito em todo canto pode ser, e será, muito ruim.
Só que as pessoas esquecem isso e, após alguns meses, nem se preocupam mais com o assunto.
E pior: Existem pessoas que anseiam pelos avanços nessa área, sonham com o dia em que seres humanos e robôs andarão lado a lado e ninguém saberá a diferença entre um e outro.
No entanto, um mundo assim não seria bom, pelo contrário, seria horrível.
Numa escala pequena, seria ótimo, imagina você acordar todos os dias com uma linda mesa, cheia de comidas e bebidas quentinhas esperando por você. Imagine-se sentado no banco do passageiro do seu carro, enquanto seu amigo robótico faz compras pra você. Imagine que você poderia ter uma mulher linda a sua disposição sempre que quisesse na cama.
Seria ótimo.
Mas e quando esses amigos robóticos começarem a tomar nossos empregos, nossas famílias e o nosso mundo? Como ficariam os humanos?Isso sem falar que nós somos fracos e nos afeiçoamos facilmente às coisas.
Séries como essa são muito importantes por questionar esse tipo de coisa que parece inofensiva e legal, mas é muito perigosa a longo prazo.
E também coloca em questão até que ponto seria possível avançar com a inteligência artificial. Por que se um robô pensa sozinho, o que o impede de criar sentimentos? Mesmo que sejam virtuais, ainda assim são sentimentos e eles podem ficar atormentados com pensamentos sobre suas vidas, o por que deles estarem aqui, o que irá acontecer com eles quando tudo acabar, se acabar um dia, afinal eles serão infinitos.
Para nós seres humanos é fácil pensar sobre como será o futuro, para nós é uma linha com dois pontos, um de começo e um de fim. Um dia, todos iremos morrer. Se o sol ficar tão grande a ponto de nos engolir um dia, tudo bem, iremos morrer milhares de anos antes disso. Se o mundo acabar amanhã, tudo bem, iremos morrer de qualquer jeito um dia. A morte é uma espécie de alívio para nós.
Mas os robôs não teriam essa opção. Eles continuariam alí mesmo após as pessoas pelas quais eles criaram sentimentos estiverem morrido. Eles continuariam aqui mesmo após um meteoro cair na Terra e criar uma nuvem de poeira por todo o planeta. Eles continuariam aqui até que o sol deretesse seus circuitos.
E depois disso, nada, por que eles não tem alma.
Pensa bem... Se nós conseguíssemos avançar tanto na tecnologia da inteligência artificial, em que ponto nós seríamos diferentes deles? O que evitaria que eles se apaixonassem, sentissem alegria, sonhassem ou pensassem sobre a vida após a morte?
Eu acho que um futuro onde robôs e seres humanos existam sem saber a diferença entre um e outro assustador e desejo que isso nunca chegue a acontecer.