segunda-feira, 25 de abril de 2016

Dica cinematográfica: "Rua Cloverfield 10" (2016)

poster-do-filme-rua-cloverfield-10-1459785195406_300x500

Post tardio, mas antes tarde do que nunca, afinal, eu não podia deixar a oportunidade de falar desse filme passar.

"Rua Cloverfield 10" é a continuação "espiritual" de Cloverfield, de 2008, um dos melhores filmes da década passada, na minha opinião, um filmaço.

No entanto, "Rua Cloverfield 10" não tem relação alguma com "Cloverfield", o que inicialmente é um ponto negativo, mas falaremos disso depois.

Vamos a sinopse: uma jovem sofre um acidente na estrada a caminho da casa do seu namorado (eu acho) e acaba indo parar num bunker construído por um maluco conspiratório que diz que alienígenas marcianos invadiram a Terra. Desconfiada da história, ela tenta descobrir uma forma de se libertar daquele lugar, ao mesmo que descobre aos poucos, verdades pouco agradáveis sobre seu suposto salvador.

O filme ainda conta com outro jovem, que proporciona momentos engraçados ao longo do filme, um dos poucos momentos de relaxamento da película, que, assim como o último Godzilla, é um filme de construção do suspense. A tensão é mantida do começo ao fim e mesmo nas horas em que os personagens respiram e relaxam, há uma certa tensão escondida, algo que te deixa inseguro e apreensivo pelo que vai acontecer em seguida. John Goodman é um excelente ator para isso, que tem um porte físico assustador, ao mesmo tempo que tem um rosto meio infantil e que inspira confiança. Seu papel aqui lembra um pouco o seu papel em "Barton Fink".

Ainda assim, o filme não deixa de ser um baita de um "caça-níquel". A história por trás do filme, contada nessa página do Reddit em detalhes é que o roteiro desse filme é um desses roteiros que os estúdios compram e deixam em seu catálogo para qualquer diretor ou produtor pegar quando quiser. Seu roteiro original não tinha nenhum alienígena e seria apenas um thriller de suspense que não agradou muita gente pela sua simplicidade e até obviedade. Então entra o J.J. Abrams, que já tinha uma ideia de fazer um segundo filme de Cloverfield, mas não sabia como construir essa história e aí ele decide criar uma nova forma de franquia. E aí está o problema, além do nome, poucas coisas se relacionam entre os dois filmes, o nome da rua onde o bunker se encontra é Cloverfield e só sabemos disso no finalzinho mesmo. Nós nem sabemos que o monstro de Cloverfield é um alienígena pra poder se relacionar com os alienígenas de Rua Cloverfield, que, inclusive, um lembra um cachorro e outro um monstro de chtulhu, sem relação alguma com a aparência do monstro do primeiro filme.

Ainda assim, "Rua Cloverfield 10" é um bom filme, a tensão construída ao longo do filme é exemplar, seu aspecto técnico é primoroso, a trilha sonora trabalha em conjunto com as imagens para criar a tensão e o suspense que te prende do começo ao fim, os mistérios criados ao longo do filme são instigantes e até perturbadores, te fazendo sentir até um pouco de raiva e o final é, literalmente, explosivo, no melhor sentido da palavra. Enfim, o filme funciona e acaba sendo bom, o que até mudou minha concepção de "filmes caça-níqueis", que perdeu um pouco seu sentido pejorativo para mim, afinal, se feito direito, pode impressionar e divertir, ao mesmo tempo.

Claro que os créditos também vão para as campanhas desse filme, que esconderam sua existência até pouco tempo antes do seu lançamento, o que pode segurar um pouco as reações negativas do filme, evitando um possível boicote ou algo assim. Uma campanha de marketing parecida com a campanha de "Cloverfield", mas sem todas as teorias conspiratórias legais e o hype maneiro.

Enfim, "Rua Cloverfield 10" vale a pena, é um puta caça-níquel malandrão, mas vale a pena, pois impressiona, te manterá preso na cadeira do cinema ou no sofá de casa em toda a sua projeção e nem é tão longo assim.

4 pontos

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Dica musical: "Tiny Dots Soundtrack" de La Dispute (2016)

263611_2

Após o lançamento do ótimo documentário "Tiny Dots", a banda La Dispute lança a trilha sonora para o documentário, num belo trabalho de estúdio, expandindo seus horizontes musicais ao mesmo tempo em que agracia os fãs mais ferrenhos da banda.

"Tiny Dots" (o qual não tem dica aqui, por que eu sou um burro) foi um projeto no qual a banda se concentrou após o lançamento de Rooms of the House e durante as gravações de uma apresentação ao vivo numa igreja. O filme, que contaria apenas um pouco do processo de criação do álbum, acabou crescendo e virou um documentário sobre a história da banda, do processo de criação do álbum, da saída de Kevin Whittemore e os caminhos que eles gostariam de seguir dali pra frente, culminando com uma apresentação ao vivo na "All Saints Church", em Kingston, Reino Unido, apoiando uma associação beneficente.

Ao longo do documentário é possível ouvir algumas músicas, a introdução ao show é uma canção bem interessante também, mas não dá pra saber que são músicas do La Dispute, propriamente ditas, principalmente por soarem tão diferentes, são canções mais eletrônicas, puxando mais pelo lado da vertente ambient, com sons que se arrastam longamente e nenhuma batida para "animá-las".

Essas canções e talvez até mais, talvez menos (todas elas são nomeadas com letras do alfabeto, de A a G, mas falta a letra F) estão contidas no lado A do vinil lançado na Record Store Day, que foi nesse sábado. O lado B conta com algumas canções apresentadas no show deles na igreja, as favoritas deles e, realmente, as melhores daquele show (embora, todas as canções apresentadas sejam bem boas).

A trilha sonora de Tiny Dots, então, se apresenta como um relaxamento para a banda, uma forma de espairar as ideias e apresentar aos fãs alguns novos sons, apesar de não conter nenhuma música nova, mostrando o quão versátil e talentosos os caras do La Dispute são.

Escute apenas.

5 pontos

domingo, 17 de abril de 2016

Dica literária: "The Tipping Point" por vários artistas (2016)

The-Tipping-Point-Bilal-776x1028

Fabrice Giger, desde criança, foi um fã de quadrinhos, no entanto, em 1974, enquanto acompanhava sua mãe fazia as compras, viu na prateleira de livros "Delirius" de Phillipe Druillets (perdoe-me se o nome estiver errado) e sua mente explodia com as elaboradas cenas de batalha e seu toque futurista. Sua mãe não comprou o livro para ele, dizendo que ele era muito novo para essas coisas (talvez até fosse mesmo), mas, como ele mesmo diz no prefácia de "The Tipping Point", a semente já estava plantada. À partir daí ele se tornou fã de artistas como Moebius e Dionnet, além de revistas como "Heavy Metal", voltando sua atenção sempre para artistas que procuram construir suas carreiras num campo de trabalho que não seja regido por grandes editoras buscando dinheiro em gêneros pré-estabelecidos, trabalhando com mais liberdade e, se der, quebrando paradigmas, misturando gêneros e até criando algo inédito, de vez em quando. Aquele dia em 1974 foi o seu momento crítico (seu tipping point). Para celebrar os 40 anos da editora Humanoids, 14 artistas diferentes do mundo inteiro foram convidados para explorar, através de histórias curtas, momentos críticos, pessoais ou não, da maneira como quisessem.

O livro conta com a participação de nomes de peso como Taiyo Matsumoto, Atsushi Kaneko, John Cassaday e Paul Pope, só para citar aqueles cujo trabalho eu já conhecia e admirava. Outros nomes não conhecia, mas chamaram a minha atenção, como Keiichi Koike, Naoki Urasawa e Emmanuel Lepage.

Alguns como Emmanuel Lepage, exploram momentos críticos de suas vidas pessoais (no caso, a descoberta de sua sexualidade), outros como Atsushi Kaneko e Keiichi Koike criam momentos críticos para os seus personagens explorados nessas curtas histórias e outros, como Taiyo Matsumoto criam momentos críticos metalinguísticos para levar o leitor a sentir, ao menos uma fração, aquilo que eles sentiram quando passaram pelo momento crítico de suas vidas.

O livro é uma verdadeira obra de arte contendo desde a arte minimalista (presente na história de Eddie Campbel) à artes mais elaboradas e detalhistas (como a Keiichi Koike e Bob Fingerman). É um compêndio excelente e impressionante apenas pela arte, mas seus artistas são realmente talentosos, criando momentos críticos que variam do drama mais profundo, passando por reflexões intensas, outras mais singelas até o humor, às vezes ácido, às vezes pastelão.

"The Tipping Point" acabou de ser lançado e pode ser adquirido em formato digital pelo site oficial e outras empresas menos legais por aí, valendo muito a pena. Eu não consegui achá-lo de forma "ilegal", mas acho que é por que é algo muito recente, realmente, mas logo logo deve figurar nas prateleiras do livro do ultra.

Enfim, leiam "The Tipping Point", uma experiência única.

5 pontos

domingo, 10 de abril de 2016

Dica musical: "Everything You've Come To Expect" do The Last Shadow Puppets (2016)

last-shadow-puppets-everything-youve-come-to-expect-capa

E para a alegria geral de todos aqueles com bom gosto musical, o TLSP lançou seu tão aguardado segundo álbum (uma afirmação a qual eu tenho algumas ressalvas) e o trabalho, como já era de se esperar, não decepciona.

Muito especula-se sobre esse álbum, algumas críticas se atêm às personas de Miles Kane e Alex Turner (contestáveis desde alguns anos atrás, a de Turner desde de Sick it and See), sobre se eles conseguiriam apresentar algo "novo" através desse álbum e sobre a expectativa em cima desse projeto, mas todas essas críticas são infundadas, primeiro, por que as personas que os dois amigos assumiram são contestáveis e tal, mas isso não vem de hoje, veja as críticas feitas anos atrás dos últimos lançamentos dos dois e verá que ninguém se atentou a isso. Eu vejo essa crítica como um oportunismo sacana para esconder uma falta de talento do jornalista responsável pela crítica. Segundo, o álbum não tenta apresentar nada "novo", assim como o primeiro registro do projeto dos dois e por último, mas não menos importante, "The Age of Understatement" foi um marco, de fato, um CD excelente, mas sempre foi um projeto alternativo, algo que nenhum dos dois amigos considerava urgente, nem primário em sua lista de prioridades, então, eu mesmo, nunca esperei um segundo CD do TLSP com ansiedade, mas fiquei muito feliz com a notícia de seu lançamento.

Esclarecido esses pontos, vamos à crítica. O álbum é muito bom, continuando com aquela sonoridade mais pop, porém sofisticada, lembrando uma trilha sonora de algum filme 007 ou cantores britânicos de música pop dos anos 60 e 70, no entanto, dessa vez, eles assumem uma pegada mais vibrante, fazendo jus ao nome de Isaac Hayes, dito como principal influência dos dois amigos nesse segundo álbum. Algumas de suas canções conseguiriam caber fácil num filme blaxploitation, outras ainda conseguiriam se encaixar num filme do 007 e "Used to be my girl" parecia ter saido direto de Suck it and see.

A primeira música, "Aviation" poderia se encaixar fácil no primeiro álbum, mas logo pelo seu começo, com os violinos estridentes, marcando um tom meio sombrio, quase de filme de horror ao longo de toda a projeção da canção, já sinalizam que este é um álbum diferente, a continuação de uma trilogia, cuja terceira parte eles queriam fazer antes da segunda (o que me deixou pensando, este é a terceira parte ou a segunda? Se for a segunda, perfeito, mas não soa como uma conclusão, de forma alguma, o que daria a entender que a terceira parte já está montada, ao menos na cabeça deles ou em alguns rascunhos em suas casas).

Dessa forma, o álbum apresenta-se de maneira muito excitante e surpreendente aos nossos ouvidos, perdendo um pouco do fôlego apenas no final mesmo, quando Alex Turner parece chamar a responsabilidade para si e toca as duas músicas mais chatas do CD para finalizar com chave de tédio.

Miles Kane, o artista mais subestimado da história recente, está como de praxe, excelente neste álbum. É notável o momento em que sua guitarra entra em ação, estridente e forte, além é claro de assumir os vocais várias vezes, assim como no primeiro CD, mostrando que é tão talentoso quanto Alex Turner, talvez até mais.

Em relação às letras, elas são simplesmente fenomenais. Alex Turner, como ótimo liricista que é, cria descrições fantásticas para coisas ordinárias que sequer notamos, usa metáforas e figuras de linguagem como ninguém, criando letras poéticas ao extremo, tudo isso, usando termos dos mais diversos, até mesmo científicos para suas composições. O único ponto negativo, apontado em uma entrevista por Turner, mas sem a conotação negativa que eu acho que tem, é que eles se preocupavam menos em contar histórias com este CD, então as músicas parecem meio soltas, enquanto que no primeiro álbum elas, realmente, pareciam conectadas.

Além disso, toda a produção do álbum está muito boa, com um conjunto de cordas muito bom, que encaixa perfeitamente na temática do álbum todo, sem ofuscar os vocalistas e suas composições roqueiras.

Enfim, TLSP não decepcionou, criando a continuação perfeita para a sua "trilogia", com seus altos e baixos, Alex Turner e Miles Kane criam mais um marco na história da música, que tende só a crescer conforme escutamos mais e mais este CD.

4 pontos e meio

 

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Dica musical: "Loose Grip" de Jamie Isaac (2016)

large

Essa é mais uma daquelas dicas que não falam propriamente de um álbum, mas seu conteúdo é tão interessante que vale a pena ser comentado no blog.

Jamie Isaac é um música londrino de uns 20 e poucos anos, um cara que eu achava que já era um velho conhecido do blog por causa de um EP que ele lançou há uns dois anos, mas eu não indiquei-o por aqui (falha minha). Ele é do mesmo grupo de amigos do Archy Marshall, esse sim, já velho conhecido do blog pelo seu trabalho mais recente, mas cujo trabalho sob as alcunhas de King Krule (com um banda formada por alguns amigos seus de Londres) e Edgar The Beatmaker (fazendo beats, lógico) e como tal, Jamie Isaac também é um artista de neo-soul, só que muito menos influenciado pelo rap/hip hop como seus colegas da cidade, seguindo por uma trilha mais melódica, até melancólica e nostálgica, no entanto com um pé no futuro, utilizando como base para suas canções música eletrônica.

Não foi surpresa quando ele anunciou que seu próximo trabalho seria uma mixtape de remixes feitos por seus amigos de canções do seu EP. O trabalho, em si, não apresenta nada de novo, apenas variações de músicas já existentes, músicas boas por sinal.

Mas a cereja do bolo é a lista de colaboradores, pessoas que fizeram as expectativas de muitas pessoas crescer quando o King Krule estourou no mundo da música indie, como esperanças para um novo estilo de música a surgir. Logo após o lançamento do álbum de estreia de King Krule, Archy Marshall lançou um EP sob a alcunha de Edgar The Beatmaker, dando espaço para uma porrada de amigos seus rimar em cima de suas batidas. Além disso, a participação do ruivo londrino no programa "Sicknotes radio", comandado por alguns de seus amigos, ao lado de Rejjie Snow apenas aumentou as expectativas de todos, com as esperanças de um CD de Rejjie, que está levando uma vida para sair. Um grupo de jovens, talentosos, bebendo de referências muito boas, misturando gêneros musicais como numa batida muito gostosa foi algo que alimentou as esperanças de muita gente.

No entanto, o King Krule não deu sinal de lançar um CD tão recente, preferindo seguir por um caminho mais eletrônico com um projeto ousado e completamente diferente do que esperávamos. O que já é mais do que o Rejjie Snow fez, que até lança alguns clipes musicais aqui e ali, mas seu CD nem dá sinal de que um dia irá existir. Jamie Isaac lançou um EP de 4 músicas. Ragofoot aparentemente continua trabalhando, por que está falido como uma piada. A Sicknotes Radio acabou, mas o Benji B conseguiu o seu próprio programa na BBC Radio 1. MC PINTY até que lançou um CD ano passado de hip hop com batidas minimalistas, provando que ele é muito bom nas rimas, mas não chamou tanta atenção assim na época de seu lançamento. Jadasea é difícil lembrar que existe.

E todos esses caras, com exceção do Benji B, voltam para essa mixtape de Jamie Isaac e isso é sensacional. Rejjie Snow está muito bem na gravação que faz para a música de abertura. Jadasea volta produzindo o segundo remix. Archy Marshall volta como Edgar The Beatmaker, remixando 2 canções, mostrando, infelizmente, que continua seguindo por caminhos mais eletrônicos minimalistas e soturnos, criando as duas canções mais tediosas do trabalho. Ragofoot volta ao lado de Jesse James e MC PINTY cria um interlúdio memorável como um dos melhores momentos do álbum. Outros remixes ficam por conta de JJ e Mr. Malarky.

Todos eles adicionam suas marcas para o trabalho original de Jamie, mas a espacialidade, os toque jazzísticos e melancólicos continuam presentes, para você não se esquecer de que esse ainda é um projeto de Jamie Isaac.

Um projeto muito bem sucedido, por sinal.

4 pontos

sábado, 2 de abril de 2016

Dica musical: "CULT" do the caulfield cult (2016)

a1926273057_16

Eu não sei que tipo de culto esses caras estão participando, mas eu sei que não é um que eu quero participar assiduamente.

Ontem, o the caulfield cult, banda que figurou por aqui lançou o seu novo trabalho de estúdio, um álbum completo com 11 canções, continuando com suas guitarras desritmadas, cheias de energia e letras introspectivas.

No entanto, diferente do último EP, este álbum reúne canções com letras ainda mais introspectivas, muito tristes, de verdade, debatendo temas que geralmente giram em torno de relacionamentos amorosos falidos, mas também abordando depressão, raiva, ansiedade, abandono, solidão, enfim... é um poço de tristeza esse álbum.

No entanto, eu acredito que há beleza na melancolia, já demonstrada através de tantas músicas, filmes, livros e pinturas, e para o meu gosto pessoal, esse CD até que é bem maneiro. Uma única ressalva que fica é em relação a quantidade de músicas, são 11 canções, mas poderiam ser bem menos. As 3 primeiras canções mesmo poderiam ser uma só, não apenas por serem curtas, mas por não serem tão diferentes ou se destacarem tanto assim uma da outra.

Acho que um dos problemas para isso é o fato do vocalista ser também o produtor do álbum, então eles não contam com uma opinião diferente diretamente na produção das canções, o que acaba gerando um resultado mais heterogêneo, fiel ao que o vocalista e provavelmente escritor de todas as canções pensou num primeiro momento, mas uma segunda opinião é sempre muito bem vinda, se apresentar resultados positivos.

Fora isso, o álbum é sólido, mantendo um ritmo mais lento e deprimente no começo para um crescendo, ganhando vitalidade e explodir no final com as últimas 3 canções (as melhores, para mim).

Custando apenas 5 dólares no bandcamp deles, "CULT" é um álbum legal, não decepciona se você gosta do gênero, valendo a pena o investimento.

3 pontos e meio

sexta-feira, 1 de abril de 2016

E o final de "Durarara!!"? Valeu a pena?

77838

Não, simplesmente não valeu pena.

Continuo mantendo as críticas que fiz no post sobre o segundo arco dessa segunda temporada de "Durarara!!": história bagunçada e animação fraca são os elementos que mais incomodaram nessa segunda temporada e, ao chegarmos ao final da série, o gosto ruim na boca que fica é disso aí.

O arco de história da Celty, por exemplo, é confuso. Os discursos das personagens envolvidas no arco são ininteligíveis e desconexos. A Celty, que era uma das personagens mais legais, simplesmente deixa de ser. Sua entrada triunfal, não tem nada de triunfal, sua saída, nem se completa. Eu entendo que muita gente gosta do romance dela com o médico, mas o final é piegas. A série mesmo diz que é uma história de amor doente, então por que mantê-la?

O arco de história do Minato é ridículo de tão nonsense, simplesmente não faz o menor sentido o seu final. Eu entendo que o personagem estava sendo usado e tal, mas a solução que deram foi fácil demais, simplesmente ridícula.

E o arco de história do Shizuo contra o Izaya é simplesmente decepcionante. O melhor personagem da série não tem o final digno que merecia e a morte mais esperada por todos (a morte do Izaya, o personagem mais odiável da série) não acontece.

Ou seja, toda essa segunda temporada não valeu de nada, por que o status quo se manteve e o pior é que isso é apresentado na série como algo bom, como se manter o status quo fosse algo legal.

Enfim, a segunda temporada de Durarara!! não valeu a pena, de forma alguma. Eu ainda não reassisti a primeira temporada (que é um dos meus animes favoritos) pra saber se minha opinião com a série mudou depois dessa segunda temporada ridícula, mas talvez eu faça isso, ou não, talvez, muito pelo contrário...

Nota: 0, não assistam essa bosta.