domingo, 15 de setembro de 2013

Dica cinematográfica: Túmulo dos vagalumes

Essa é a história mais triste de todos os tempos.
Seita é um adolescente cujo pai desapareceu. Setsuko é sua irmã mais nova. Os dois vivem no Japão no meio da segunda guerra mundial, vivendo em uma região litorânea, alvo frequente dos ataques aéreos. Em um desses ataques a mãe deles morre e a partir daí, os dois têm que aprender a se virar.
A primeira frase do filme é uma data: 21 de Setembro de 1945. Essa foi a data em que Seita morreu.
À partir daí a história é contada através de flashbacks do seu fantasma, que caminha junto com o da sua irmã.
Você já sabe que o filme vai ser horrível. Já sabe que o final dos dois.
No entanto, esse filme mostra que o pior de tudo não é a morte. A morte acaba sendo algo fácil de se conviver quando a conhece. É a fuga dela, a busca pela vida que é difícil, triste, árdua e horrível de verdade.
Já sabia que esse filme era triste, mas não tanto. Não esperava que ele fosse capaz de me fazer ter vontade de chorar.
E ainda é uma animação, conta com toda a maestria que só os japoneses têm de criar personagens animados tão vivos e cheios de personalidade que você fica com a sensação de que eles são reais.
E o fato de saber que eles não são reais pouco ajuda na hora de segurar as lágrimas.
Sério, é muito triste.
Toda a trajetória dos dois, a união deles, o esforço que o irmão faz para esconder a morte da mãe da irmã, a humilhação pela qual os dois passam, a fraqueza da menina perante tudo isso e até mesmo a impossiblidade de quem quer ajudá-los, mas não pode, por que são tempos de guerra e em tempos assim, achar uma simples flor no campo é difícil.
O final trágico dos dois é iminente e claro, mesmo se não estivesse implícito no começo do filme.
Assistir durante mais de uma hora e meia a tortura que é para os dois ter que lutar para conseguir se manter vivos e ainda sorrir a maior parte do tempo dói. Toca no fundo do seu coração e te faz pensar por horas e horas nessa história, mesmo após o filme já ter acabado.
Eu ainda não me recuperei.
E mesmo assim, após todo o sofrimento e as coisas ruins que eles tiveram que passar, a última cena mostra um vislumbre de que, afinal, o fim dessa história é feliz.
Afinal, eles finalmente estavam bem, mesmo que sem vida.