domingo, 10 de agosto de 2014

Dica cinematográfica: "Pais & Filhos" (2013)

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Aproveitando o dia dos pais para postar uma dica de um filme que centra-se na relação de pais e filhos, mostrando a influência da figura paterna na formação dos filhos e também em como essa relação cresce independentemente da situação em que se vive.

O filme mostra Ryota, um jovem arquiteto de grande sucesso, que junto com sua jovem, bela e delicada mulher, mais o filho de 6 anos forma a família ideal para a sociedade japonesa, mas, de repente, seu mundo vira de ponta-cabeça quando ele descobre que seu filho fora trocado na maternidade do hospital com o filho de uma família pobre de um dono de uma loja e uma vendedora  de uma loja de comidas prontas (ou algo assim, não fica claro qual o trabalho dela, ainda mais por que no Japão existem trabalhos que não existem em outras partes do mundo).

O filme trata de mostrar qual a relação dos dois homens com os seus filhos e os seus ideais de família. Ryota é um homem ligado à descendência de sangue, considerando isso um filho perfeito e não consegue conciliar o amor que sente pelo filho com os ideais nos quais fora criado pelo seu pai, sua mãe e irmão. Já Yudai, o outro pai, apesar de extremamente modesto e simples,é também um cara extremamente carinhoso, um homem que perdeu muito durante toda a sua vida e agora, já na meia idade, começa a adquirir aquela boa sabedoria que só vem com a idade, considerando a sua família o maior tesouro, a única coisa que vale a pena viver, de verdade.

Os dois homens vivem em mundo completamente diferente e enquanto as estações do ano passam, eles tentam experiências diferentes com os filhos, sem grandes resultados.

O filme é mais centrado em Ryota, até por que é o personagem que mais pode aprender ao longo dessa aventura.Ele é um homem muito agarrado ao seu trabalho, às regras, à vida social e também é o que mais aprende, mesmo que da pior maneira possível, que família não tem a ver com laços de sangue, mas com laços de afetividade.

No final,  filme acaba virando um filme sobre isso mesmo, sobre a nossa verdadeira família, às vezes não somos a família de nossos irmãos, nossos pais ou mães, tios ou tias, ou avós. Somos a família de nossos amigos, de nossos parceiros que escolhemos para viver o resto da vida, nossos filhos, biológicos ou não, nossos vizinhos, chefes ou colegas de trabalho. Pessoas que amamos e queremos bem. Pessoas que nos deixam felizes quando conseguem alcançar um objetivo específico e nos entristecem quando ficam tristes.

O filme conta uma ótima fotografia, uma trilha sonora soberba e a excepcional atuação de seus atores e atrizes, até mesmo das crianças, mas tudo isso torna-se ínfimo face a mensagem que o filme passa, universal e adorável em todos os detalhes.

Enfim, assista esse filme com seu pai, sua mãe, seu irmão, seu tio, seu avô, seu amigo de classe, seu colega de trabalho, seu patrão, sua namorada ou namorado; ou seu vizinho.

Assista com a sua família.

5 pontos