sábado, 31 de outubro de 2015

Dica cinematográfica: "Memories" (1995)

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"Memories" é uma antologia de 3 curtas animados baseados em 3 one shots de Katsuhiro Otomo, produzido pelo próprio Otomo.

O filme começa com o curta chamado "Magnetic Rose", que conta com direção de Koji Morimoto, contando a história de um grupo de astronautas recolhedores de lixo espacial no ano de 2092. Ao descobrirem um objeto não identificável próximo a uma zona de alta convergência magnética, o grupo se dirige até lá e descobre que o estranho objeto era uma espécie de túmulo com uma avançada tecnologia de inteligência artificial e multiplicação autônoma, com o único objetivo de manter as memórias de sua dona, uma antiga cantora de ópera. Assim que dois astronautas adentram a nave espacial, as suas memórias começam a se misturam e a se confundir com as memórias da cantora. Além da ótima animação, o curta conta com uma trilha sonora incrível, extremamente marcante e bem pontuada, além de expor alguns detalhes que provocam os pensamentos mais profundos, principalmente se você gosta e procura saber mais sobre tecnologia e afins.

O segundo curta chama-se "Stink Bomb" e é uma dessas histórias que mostram como Katsuhiro Otomo é um cara versátil, sendo, de fato, a história mais Katsuhiro Otomo das três, por unir, de uma vez só, todos os elementos que compõem sua carreira, ficção científica, dramas humanos reais e humor sagaz. O curta trata-se da odisseia de Nobuo Tanaka, que se vê no meio de uma infestação de alguma arma biológica e deve levar para Tóquio uma análise da arma a fim de ser estudada pelas autoridades competentes. Não é uma história misteriosa, nem complexa, mas é muito bem feita. Apesar de sabermos desde o começo as causas, os motivos e, até mesmo, a solução para o problema principal, o final consegue ser inesperado e engraçado.

"Cannon Fodder" é o terceiro curta e mostra dois dias na vida de uma família que vive numa sociedade distópica militarizada. É a história mais curta e simples, dirigida pelo próprio Otomo, mas tem um grande trunfo a seu favor: foi toda feita como um enorme plano sequência. Não há cortes abruptos em sua produção e nos acompanhamos toda a movimentação dos personagens como se fôssemos uma câmera mesmo, podendo apenas nos movimentar para cima, para baixo, para os lados e nos aprofundar nos planos.

"Memories" é simplesmente genial.

5 pontos

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Dica cinematográfica: "Beasts of no nation" (2015)

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E eis que o trem do hype da Netflix nos apresenta, finalmente, algo verdadeiramente digno de nota, ficando bem mais obscuro.

"Beasts of no nation" conta a história de Agu, um garoto que mora em alguma nação africana devastada pela guerra. Ele vive de forma precária, porém feliz, num assentamento protegido por soldados da ONU. No entanto, rebeldes invadem a vila e destroem sua família, forçando Agu a se aliar com mercenários, transformando-se num soldado-criança.

Este é um filme pesado. Um filme que carrega tanta carga emocional, quanto violência, de todas as formas possíveis. Tudo neste filme te guia para um ponto onde você sente-se, realmente, parte do mundo que Agu enfrenta. Desde o fato da vila, nem o país ou nação que sofre com a guerra não terem o seu nome revelado, até o jogo de câmera que parece sempre mostrar a ação de baixo, como se estivéssemos nos ombros de Agu ou fôssemos um dos soldados-criança.

A narrativa é calma e paciente, no entanto a história é imperdoável, te castiga, forçando o espectador a ficar num estado de extrema alerta, seja para a violência que está a caminho ou para os momentos tocantes que conseguiram tirar lágrimas da minha alma. É pesado.

Mas ao mesmo tempo é ótimo, é incrível. Além de muito bem feito, tendo uma qualidade de direção, fotografia, som inigualáveis, todos os momentos são necessários para a trama, nada é jogado para o espectador à toa. Tudo é, milimetricamente, bem feito.

Enfim, "Beasts of no nation" é um excelente surpresa. Sem dúvida alguma um dos melhores filmes do ano, servindo que a Netflix não está aí para brincar. Ela veio para caçar.

5 pontos

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Dica cinematográfica: "Eu, você e a garota que vai morrer" (2015)

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Este é mais um daqueles filmes sobre a mudança de estágios na vida, um filme de crescimento pessoal, do ponto de vista de um adolescente, claro, que conhece uma garota, mas ela tem câncer, podendo ser comparado com um certo filminho dramático sem graça e podre lançado há pouco tempo, mas que é muito melhor comparado a um filme muito bom de um dos melhores diretores por aí.

"Eu, você e a garota que vai morrer" conta a história de Greg, um garoto que achou a forma perfeita de passar pelo colegial sem ser notado por ninguém, evitando assim os problemas que viriam com amigos e namoradas. A única pessoa a qual ele é mais próximo é Earl, o qual ele chama de "colega de trabalho", já que os dois produzem diversos filmes juntos, paródias de filmes clássicos estrangeiros que os dois adoram assistir. Rachel, uma garota que estuda com Greg no mesmo colégio descobre que tem leucemia e, por insistência de sua mãe, Greg vai até a casa dela, desenvolvendo uma frutífera amizade.

A premissa é tida como bem clichê, garoto antisocial se apaixona por garota expressiva e extrovertida, mas há um problema a ser enfrentado. Já vimos isso em outros filmes ("A arte da conquista" e "Se enlouquecer não se apaixone" são os melhores exemplos). Aqui, o problema é o câncer, algo que também já vimos, magistralmente explorado em "Inquietos" e, pelo que ouvi dizer (por que nunca vou assistir esse filme), de forma execrável em "A culpa é das estrelas". E assim como em "Inquietos", este filme tem um final louvável pela sua coragem, mas que é mascarada a todo momento pelo personagem principal, que é também o narrador, quebrando a quarta parede ao conversar com o espectador, que também serve para deixar claro que este não é um filme clichê. Ao contrário do que parece, eu te garanto, esta não é uma história de amor (e ao contrário de um certo filme com 500 dias de verão aí, isso é uma verdade nesse filme), pois Greg não se apaixona por Rachel. Ele, de fato, é apenas amigo dela.

E é amigo de Earl também e é amigo de seu professor de história e é amigo de mais um monte de gente, mas ele não percebe, o que gera uma análise da personalidade de seu personagem muito interessante e, reservadas as proporções, profunda no filme.

Enfim, "Eu, você e a garota que vai morrer" é, provavelmente, o filme do ano na categoria "coming of age", entrando no panteão dos campeões junto com "A arte da conquista", "Se enlouquecer não se apaixone", "Os reis do verão", "Oh Boy", "Frances Ha", "Antes que o mundo acabe", "O verão da minha vida", "Jovens, Loucos e Rebeldes" e "O Clube dos Cinco" (provavelmente tem mais, eu preciso fazer um post só sobre isso).

5 pontosP.s.: O filme foi baseado num livro, que assim como "Se enlouquecer não se apaixone" não deve ser tão bom quanto seu irmão das telonas, mas eu já comprei e logo terá um post sobre ele por aqui.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Dica musical: "Everybody is going to Heaven" de Citizen

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Eu nem iria escrever sobre esse CD, mas há algo de muito peculiar sobre ele que chama a minha atenção.

"Everybody is going to Heaven" não é um CD fácil de escutar. Não só pelas letras, que além de bem elaboradas, evocam um certo sentimento de confusão, mas também pela sonoridade do álbum, ruidosa, pesada, ora vagarosa, ora agitada.

Mas é um CD que cresce conforme você o escuta mais e mais, ao contrário de outros CD's, que quanto mais você escuta, mais enjoa. "Everybody is going to Heaven" se torna melhor a cada vez que você o escuta e novas camadas vão se abrindo também.

A carga emocional que o álbum carrega é imensa, sendo também muito ousado, talvez até mesmo pretensioso, mas acaba funcionando, conseguindo ser um álbum, de certa forma, artístico, no meio de um gênero que é conhecido por não ser muito artístico.

Demorei para fazer essa dica e nem acho que ela faça jus a qualidade do álbum, mas é o que tem pra hoje.

4 pontos

domingo, 25 de outubro de 2015

Dica musical: "The Dying Things We Live For" do Like Moths to Flames

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Like Moths to Flames é uma das poucas bandas de metalcore que surgiu lá em meados de 2010 e continua seguindo a mesma linha pesada e ao mesmo tempo cheia de ritmo que fez o gênero se popularizar há 5 anos atrás.

No final dessa semana, lançaram esse álbum, que conta com uma belíssima capa, bem estilizada, voltando com o som pesado que fica com você por muitos meses, crescendo dentro do você (pelo menos foi assim comigo em relação ao último álbum deles e com o primeiro single desse CD).

Não há grandes mudanças desse álbum para o último, embora eu ache que as músicas estão mais rítmicas do que nunca, o refrão carrega nuances mais suaves, mas não abandona a gritaria e não há nenhuma música no álbum em que ele não seja suavizado.

De fato, esse talvez seja o álbum mais acessível do Like Moths to Flames, no entanto, eu não acho que isso chega a ser um ponto negativo.

As letras continuam ambiguas e abertas a interpretações, que podem (ou não) perturbar o ouvinte mais atento na história da banda (Chris Roetter, o vocalista, foi membro de uma banda cristã quando era adolescente, fazendo relativo sucesso e tendo lançado um single que toca até hoje nos ipods de muita gente por aí, de tão bom que era). Agressividade, palavrões e fúria sobram aqui nesse álbum, se torcer sai sangue, mas como eu disse, é muito ambíguo e aberto a interpretação, não sendo tão explícito quanto os primeiros trabalhos de bandas como Bring Me The Horizon.

Enfim, "The Dying Things We Live For" é mais um bom álbum do Like Moths to Flames, que merece ser escutado, por que é muito bom. Aliás, fazia tempo que eu não ficava tão animado com o lançamento de um CD assim.

4 pontos

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Dica musical: "Half Empty" de The Caulfield Cult

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A banda com o (possível) melhor nome de todos lançou mais um CD esse ano.

The Caulfield Cult é uma banda de post-rock/post-punk/post-harcore (sejá lá o que isso signifique) da Singapura (!) que eu conheci através do Audiotree (recomendo) esse ano em uma turnê pelos EUA. "Half Empty" é o seu mais recente trabalho e trata-se de um EP, com apenas 4 canções.

4 canções com muita energia, diga-se de passagem. Os trabalhos mais antigos deles mantém o pé no hardcore, tendo vocais mais guturais, guitarras bem pesadas e bateria marcante, mas nesse EP mais recente, eles dão uma suavizada e refinada no som, o que significa que as guitarras não são tão pesadas e a bateria é mais ritmada, apesar de continuar marcante, mas também significa que o som deles está mais "limpo", sem aqueles ruídos chatos de gravações caseiras (dá pra notar que eles investiram mais nesse EP).

Apesar de tudo isso, o som continua sendo visceral, com aquela agressividade e brutalidade típica das bandas hardcore, mas com a capacidade de manter um ritmo, uma linha direta que segue todo o som deles, do começo da primeira canção ao final da quarta.

Enfim, vale a pena escutar e constatar que música boa não se faz apenas em terras ocidentais.

3 pontos e meio

Dica literária: "O leilão do lote 49" de Thomas Pynchon

Thomas Pynchon, O Leilão do Lote 49

Após ler meu primeiro livro de David Foster Wallace, comecei a procurar outros autores que compartilham do mesmo círculo literário (o de cabeçudos, que escrevem detalhes a rodo, incluindo um monte de informações, que podem ser ou não relevantes ao texto, mas que acabam atraindo o seu olhar) e descobri o nome de Thomas Pynchon, que logo me interessou. Como não queria logo me aventurar por um calhamaço de mais de 1000 páginas, fui atrás de um de seus livros mais famosos (e recomendados para iniciantes); "O leilão do lote 49", que acabei encontrando numa edição porca de Portugal em estado novo na Estante Virtual.

O livro conta a história de Oedipa Mass, uma dona de casa do sul da Califórnia, acho que por volta dos seus 28 anos, se entendi bem, pelo que li, que vira testamenteira de um antigo amante, Pierce Inverarity, mas acaba se descobrindo no meio de uma conspiração internacional de agências de correio rivais, que se alastra desde a idade média até os dias atuais, no caso do livro, os anos 60.

Este é o segundo livro que Thomas Pynchon lançou, tratando-se, na verdade, de uma novela (longa demais para ser um conto, curta demais para ser um livro), dividida em 6 longos capítulos. A narrativa é guiada de forma magistral, mas não é fácil, pois empreende-se muito do leitor (eu tive que reler os primeiros 2 capítulos, umas 3 vezes e agora me pergunto em que ponto Oedipa começou a notar a conspiração das agências de correio), pois o tempo salta no futuro e volta ao passado recente várias vezes ao longo da narrativa, conforme mais detalhes são incluídos na história, construindo a história minuciosamente, conforme as páginas vão fluindo.

Isso, num primeiro momento, por que logo somos apresentados a histórias paralelas, de personagens que vão entrando na história e de personagens que apresentam outros personagens, com histórias completas e complexas, como se existissem diversos contos dentro dessa história e isso também é feito de forma magistral, ocorrendo naturalmente conforme a história avança e não de forma didática e chata, como lemos por aí.

E, por fim, há aquilo que consagrou o modernismo, nós, leitores, entramos na mente da personagem principal, seguindo narrativas diferentes, conforme somos expostos à sua história e suas dúvidas.

No final, nós, leitores, também nos vemos confusos e com muitas perguntas, ao lermos o final, completamente ambíguo e fica em nossas mãos, concluir se tudo aquilo é verdade ou não.

Mas não é esse o ponto nesse livro, o final, pouco importa. O importante mesmo é o texto (ou pelo menos é dessa forma que eu vejo), a beleza aflorando através das palavras, organizadas em linhas retas, formando frases, poesias, músicas e tramas gigantes e complexas, que atravessam o tempo e o espaço. No final, o valor estético do texto sobrepõem-se ao valor literário ou narrativo (eu, sinceramente, não sei como me expressar). A forma como a narrativa é guiada é mais importante do que a narrativa em si.

Isso é subjetivo pra caramba, mas a beleza não é, por si só, subjetiva pra caramba também?

4 pontos e meio

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Dica televisiva: "Durarara!! X2 Ten" (2015)

74981Finalmente um anime neste blog e, finalmente, trata-se de "Durarara!!"!

"Durarara!! X2 Ten" é o segundo curso da segunda temporada de "Durarara!!" (confuso? Eu explico: "Durarara!!" é o nome de uma light novel formada por 13 volumes e que teve seus 3 primeiros volumes adaptados num anime em 2010 - que, na minha humilde opinião, é um dos melhores animes da história, contando com uma arte extremamente detalhada, animação fluida e uma história cheia de reviravoltas, encontros, subencontros, plot twists e sub-plot twists, além de tramas interconectadas, mas isso eu explico depois - que fez relativo sucesso. Ano passado (2014) a light novel terminou, mas seu autor logo começou uma segunda fase da light novel, situado alguns anos depois da primeira fase e sobre isso não convém falar, mas me deixou animado com o futuro da franquia. Talvez isso tenha animado o estúdio, que resolvou criar uma segunda temporada de "Durarara!!" (o anime), adaptando todo o resto dos volumes da novel, mas como o conteúdo é muito extenso (13 volumes, cara!), dividiram essa segunda temporada em 3 "cursos" de 12 episódios cada, totalizando 36 episódios no total), mas que não chegou a ser nem perto de tão boa quanto a primeira temporada.

Eu não indiquei o primeiro curso da segunda temporada, pelo simples motivo de ser ruim (sim, ruim), a animação é ruim, os movimentos são muito "robóticos", os detalhes foram perdidos, as cenas de luta e de perseguição, por consequência, são sofríveis e eu não acho que eles fizeram um trabalho de adaptação tão bom quanto na primeira temporada, decidindo juntar todos os 10 volumes restantes num balaio só, o que resulta em um monte de personagens, cada um com suas histórias complexas, mas que não ganham espaço para serem trabalhados na série, fazendo suas aparições serem rápidas e ao mesmo tempo intrigantes, mas sem profundidade nenhuma para serem trabalhados.

Muito bem, esse foi o primeiro curso da segunda temporada ("Durarara!! X2 Shou"), essa é uma dica do segundo curso, que merece ser indicado, pelo simples motivo de ser bom (reparem, ele é bom, embora a primeira temporada tenha sido excelente). Todos os personagens novos parecem já terem sido apresentados, então não conhecemos muitas coisas novas, conhecemos agora os seus conflitos, seus arcos principais, os eventos que levarão ao clímax da história no terceiro curso.

Ainda assim, esse terceiro curso se apresenta de forma bem bagunçada, com linhas do tempo bagunçadas (e não há nada pior do que linhas do tempo bagunçadas), há o uso excessivo de flashbacks para sermos apresentados aos eventos dos episódios (que sempre começam no meio do clímax e ao longo dos episódios vemos o que aconteceu com os personagens até eles chegarem naquele ponto da história), isso é confuso, mas não é impossível de se acompanhar. O que, de fato, ocorre nesse segundo curso da segunda temporada, é que a série começa a exigir mais do telespectador, parecendo bagunçada num primeiro olhar, mas se você assistir atentamente, irá conseguir ver ordem em todo esse caos de eventos, ficando claro, depois desse olhar atento, que há algo muito maior se aproximando, uma sucessão de eventos que parecem estar se conectando e o final de tudo isso, eu espero, terá que contar com um bom orçamento, pra fazer valer a pena todos os cortes que fizeram no primeiro curso.

Falando em orçamento, a animação aqui está um pouco mais fluida que no primeiro curso, dá pra notar que investiram um pouco mais na série, então o resultado final é satisfatório (aliás, os últimos episódios do primeiro curso já tiveram uma melhora em sua animação), mas não chega a ser tão bom quanto na primeira temporada.

Mas voltando à história, há muitas coisas acontecendo aqui, primeiro, Mikado, que é o líder dos Dollars, começa a ser usado por Aoba, uma espécie de Izaya em treinamento. Izaya (cujas irmãs, graças a Deus, quase não participam desse segundo curso e eu espero que quase não participem do terceiro curso também, por que são o cúmulo do personagem descartável), por sua parte, percebe que não é tão invencível assim, após sofrer um atentado na rua e começa a se organizar, montando um exército particular de lutadores experientes, contando com a presença de Haruna Niekawa, que contém parte do demônio Saika no seu corpo. A Saika original continua no corpo de Anri, que não ganha grande destaque aqui a não ser servir como parte essencial do episódio em que Kida percebe o que estão fazendo com Mikado e decide retomar os Lenços Amarelos, sua antiga gangue. Ficamos sabendo quem foram os culpados pelo atentado ao Izaya, o clã Yagiri, que nada mais é que uma família de mafiosos muito poderosos e também conhecemos a sua verdadeira líder (sim, no feminino), mas suas intenções continuam meio obscuras, embora tenham a ver com a Dulhaham, Celty. Ah, Shizuo é preso, ou melhor, se entrega à polícia.

Enfim, "Durarara!! X2 Ten" me fez apostar, novamente, parte do meu dinheiro do banco imobiliário nesta franquia, me deixando muito animado com o terceiro curso e, quiçá, com o futuro da franquia em outras adaptações, ambientadas no mesmo universo, mas com personagens diferentes, vai saber. ¯\_(ツ)_/¯

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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Dica literária: "Planetes #3" de Makoto Yukimura

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Neste 3º volume de Planetes, continuamos acompanhando a jornada de Hachimaki rumo a Vênus (se não me engano - estou com muita preguiça de ir procurar o mangá - .) e sua relação com os familiares e amigos.

Com a viagem cada vez mais próxima, Hachimaki deve lidar com seus sentimentos de desespero diante dessa grande aventura na qual ele vai entrar, tendo que lidar com o fato de ficar longe muitos anos de todos aqueles que ele ama, mas só agora começa a descobrir esse amor.

Neste volume, também contamos com alguns extrar, que deixam claro que Hachimaki é o personagem central dessa trama, embora o início não tenha deixado isso claro (provavelmente foi algo que cresceu aos poucos, enquanto o autor escrevia o mangá), além de um capítulo especial mostrando um pouco mais sobre o pai de Hachimaki, quando jovem e um dos primeiros exploradores de Marte.

Mais uma vez, a Panini fez um excelente trabalho editorial neste volume, contando com páginas coloridas em todos (sim, todos!) os capítulos, além de um design de capa e contra capa muito bonito e bem elaborado. Fora isso, não há grandes coisas a serem comentadas em relação ao glossário, nem aos comentários do autor, na quarta capa, que mostram que ele não é um cara tão sagaz assim, mas criou uma excelente obra.

Aliás, finalmente alcancei o tempo certo de publicação do mangá e, pela primeira vez, vou sentir os efeitos amargurantes de ter que esperar dois meses para o lançamento do 4º e último volume.

4 pontos e meio

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Dica musical: "V" de Wavves (2015)

CoverApós uma semana conturbada no trabalho e na minha vida de forma geral, estou de volta com uma excelente dica para os seus ouvidos: a volta de uma das bandas (ou seria dupla?) da atualidade na primeira dica escrita do meu novo laptop (e que teclado gostoso!).
Para quem não sabe (e se você curte um rock alternativa de primeira, eu duvido que você não sabe) Wavves é uma banda de rock alternativo de Los Angeles, EUA. Seu som sempre foi bem barulhento, sendo classificado como um noise rock de garagem, que ganhou nuances de surf rock lá pra 2010, mas em 2013 (eu acho), eles lançaram o não tão aclamado "Afraid of Heights", que tinha uma pegada mais deprê, lembrando bastante o Nirvana e toda a onda grunge que havia ganhado novamente a atenção de todos os meninos descolados naqueles anos pós-quase-apocalipse maia de 2012.
Eu não sabia muito o que esperar de um novo CD do Wavves (e, na verdade, esse CD me pegou de sopetão, por que eu nem havia lido nada a respeito dele, nem sabia de seu lançamento), no entanto, gosto muito dos primeiros trabalhos do Wavves, tanto a fase noise rock de garagem (magistral), quanto a fase surf rock garageiro (fenomenal) e sua fase deprê não é de se jogar fora.
Mas aqui, eles inovam novamente, voltando um pouco para as suas origens, puxando novamente aquela pegada surfista e os ritmos dançantes e agitados, mas dessa vez, com um som um pouco mais polido, ao menos em relação aos instrumentos, afinal, os vocais continuam sujos e cheios de camadas.
As guitarras também são sujas e cheias de camadas, mas não chegam a dar dor de cabeça, sem contar que, nesse álbum, elas "sabem" quando entrar na música, dando espaço para todos os outros instrumentos e não ponopolizando o álbum todo como acontecia nos primórdios da banda. O baixo e a bateria (apesar da banda/duo não ter um baterista fixo) são sempre presentes e dão o ritmo às canções, fortalecendo o lado dançante do álbum todo.
Ao meu ver, esse parece ser o álbum mais "redondo" do Wavves, por ser um álbum que não exagera em nenhum momento, nem puxa demais para qualquer lado, sendo uma mistura perfeita de noise rock, com surf rock e garage rock, contando com uma gama de instrumentos digna de 3 diferentes gêneros de rock, das guitarras, baixo e bateria, a percussão mais elaborada, o pandeiro, sintetizadores e um tecladinho maroto.
As letras continuam muito centradas na visão do vocalista, pedindo desculpas por ter bagunçado com sua namorada, seus amigos, reclamando da vida e todo aquele blá-blá-blá que todos nos cansamos de ouvir, mas estamos sempre repetindo para os outros, afinal o Wavves apesar de já ter alguns bons anos de estrada e cinco (!) CD's (fora os EP's e Splits), é uma banda de moleques, ou no máximo, jovens adultos, pouco mais velhos que eu ou você (talvez...), então eles nos entendem e nos expressam, de certa forma.
Enfim, o retorno de Wavves com "V" é excelente, é dançante, é divertido, é engraçado e é agitado, tudo em 12 ótimas canções (há algumas excelentes aqui, mas nenhuma é menor que "ótima", na minha classificação pessoal).
4 pontos e meio