sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Dica cinematográfica: "Beasts of no nation" (2015)

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E eis que o trem do hype da Netflix nos apresenta, finalmente, algo verdadeiramente digno de nota, ficando bem mais obscuro.

"Beasts of no nation" conta a história de Agu, um garoto que mora em alguma nação africana devastada pela guerra. Ele vive de forma precária, porém feliz, num assentamento protegido por soldados da ONU. No entanto, rebeldes invadem a vila e destroem sua família, forçando Agu a se aliar com mercenários, transformando-se num soldado-criança.

Este é um filme pesado. Um filme que carrega tanta carga emocional, quanto violência, de todas as formas possíveis. Tudo neste filme te guia para um ponto onde você sente-se, realmente, parte do mundo que Agu enfrenta. Desde o fato da vila, nem o país ou nação que sofre com a guerra não terem o seu nome revelado, até o jogo de câmera que parece sempre mostrar a ação de baixo, como se estivéssemos nos ombros de Agu ou fôssemos um dos soldados-criança.

A narrativa é calma e paciente, no entanto a história é imperdoável, te castiga, forçando o espectador a ficar num estado de extrema alerta, seja para a violência que está a caminho ou para os momentos tocantes que conseguiram tirar lágrimas da minha alma. É pesado.

Mas ao mesmo tempo é ótimo, é incrível. Além de muito bem feito, tendo uma qualidade de direção, fotografia, som inigualáveis, todos os momentos são necessários para a trama, nada é jogado para o espectador à toa. Tudo é, milimetricamente, bem feito.

Enfim, "Beasts of no nation" é um excelente surpresa. Sem dúvida alguma um dos melhores filmes do ano, servindo que a Netflix não está aí para brincar. Ela veio para caçar.

5 pontos