quarta-feira, 18 de junho de 2014

Dica cinematográfica: "Dear Mr. Watterson" (2013)

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esta sim é uma devida homenagem a uma das figuras mais queridas de todos os tempos.

"Calvin e Haroldo" foi uma tira de quadrinhos publicada por mais de 10 anos até o seu cancelamento pelo autor, Bill Watterson. A tira é extremamente influente, sendo considerada "cult" até, em grande parte por culpa de sua enorme base de fãs, de diferentes idades, de diferentes raças e culturas, trabalhos e carreiras, podendo ser encontrada referências à essa série em todo tipo de mídia, de outras histórias em quadrinhos até filmes de Bollywood. Esse filme trata-se disso, da influência enorme que a obra de Bill Watterson causou no mundo, da "magia" que existe nos quadrinhos de Calvin, da opinião de seus fãs acerca das tiras.

Eu, como fã de "Calvin e Haroldo", adorei o filme. Esse sim é uma homenagem decente. O filme não se ocupa de mostrar detalhes da vida de Watterson, em fazer um retrato desse gênio, que há anos foge dos holofotes, vivendo recluso, longe de jornais, entrevistas e fãs, diferente do filme sobre Salinger, que é extremamente invasivo e, por vezes, ofensivo. "Dear Mr. Watterson" foi feito por um fã, entrevistando fãs e colegas de Watterson, que, apesar de nunca terem se encontrado com ele, nutrem por ele uma grande admiração e carinho, sem se tornar aquele fanatismo babaca típico de fãs hardcore.

O filme fala em diversos momentos de assuntos delicados como a reclusão de Watterson e suas fortes opiniões sobre autores de tiras de jornal e editores de jornal, mas sempre respeita suas opiniões e também as opiniões dos outros, sem debater fortemente esses assuntos.

No geral, e isso fica ainda mais comprovado com a última cena, o filme soa mais como uma carta, despretensioso e carinhosa, de um fã para o seu autor favorito. É apenas uma conversa, uma troca de palavras sinceras, nada demais e por esse motivo, por ser tão simples, tão carinhosos e singelo, o filme me agradou tanto e me deu aquela vontade de tirar os meus livros de Calvin e Haroldo e lê-los novamente, só por diversão, sem pretensão.

5 pontos