quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Dica cinematográgica: Blade a lâmina do imortal (2017)

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Mais uma ótima adição a excelente filmografia do gênio Takashi Miike.

“Blade: a lâmina do imortal” conta a história de Manji, um samurai fugitivo que, no dia em que sua irmã é morta e ele conquista sua vingança sobre aqueles que a assassinaram, recebe a visita de uma velha misteriosa e ela insere vermes em seu sangue que o tornam um imortal. Anos depois, Rin Asano vê o próprio pai ser assassinado, também um samurai, por membros de uma gangue criminosa e sua mãe desaparece. Desconsolada, a menina encontra a velha dos vermes que o indica um guarda-costas. Esse guarda-costas é Manji e assim se inicia a trajetória da lâmina do imortal.

Não li o mangá, então não posso dizer se é ou não uma boa adaptação, mas o filme é distribuído pela Warner do Japão, a mesma empresa que distribui uma caralhada de adaptações live action bem sucedidas de mangás como Death Note e Samurai X. Posso presumir que seja uma boa adaptação, então.

Mas posso garantir que é um bom filme, embora não seja um filme para todos os gostos. Apesar de ser um filme do Takashi Miike e um filme de ação, eu acho que ele agrada mais ao público cult que curte filmes de ação como “Ran” e “Lady Snowblood”, filmes de ação, mas que exigem um pouco mais dos expectadores do que o típico filme de ação com sangue e explosões.

Há duas razões para isso, a primeira é que o filme é um drama muito pesado. Não apenas as histórias são pesadas, como a narrativa que o filme decide seguir transforma ele numa obra pesada, difícil de assistir, o que nos leva a segunda razão, que é o ritmo, incrivelmente lento para um filme do Takashi Miike. Talvez essa decisão tenha sido feita para se aproximar do ritmo do mangá, talvez para conseguir incluir todos os arcos da história original num filme de menos de 2 horas e meia... Não sei e o resultado é exigente, mas vale a pena.

As atuações são secas e eu li críticas para elas, mas acho que isso contribuiu para o ritmo arrastado do filme, para a criação da tensão e o drama de toda a história, que é trágica até o seu momento final, já deixo avisado.

A direção de Takashi Miike está sensacional nesse filme, que conta com um orçamento muito maior que os seus clássicos, mas isso não descaracteriza a direção, pois está tudo lá, tudo que amamos nos filmes do Takashi Miike, embora aqui tenha bem menos bizarrices (por uma limitação de história mesmo, afinal, se não tem no mangá, não vai ter no filme).

As cenas de ação são o ponto alto do filme, cheias de sangue, muito bem ensaiadas e totalmente exageradas, o que dá um tom épico ao filme, que começa num ponto qualquer da história de um qualquer, salta vários anos no tempo, vira uma história de vingança contra uma gangue e logo entram clãs de lutadores tradicionais, outro imortal e até o governo japonês no meio. É trágico, com toques de épico, sob as mãos de Takashi Miike... não tem como dar errado.

Enfim, “A lâmina do imortal” não é um filme fácil de ser assistido, mas vale cada momento.

4 pontos