terça-feira, 12 de março de 2019

Dica cinematográgica: Johnny English Strikes Again (2018)

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E Johnny English volta e volta com tudo para mais um filme que poderia agraciar as nossas tardes de domingo.

Nesse terceiro filme, Johnny English é um professor de uma tradicional escola inglesa, que contraria as expectativas dos pais de seus alunos, colegas professores e o diretor da escola, ensinando para as crianças técnicas de espionagem. Contente com seu novo trabalho, ele prontamente o abandona para servir o seu país, quando a Inglaterra se vê ameaçada por um hacker.

A partir daí acompanhamos Johnny English, o último espião que resta na Inglaterra após o hacker ter revelado as identidades de todos os espiões não aposentados pelo governo. Nadando contra a corrente do mundo tecnológico, Johnny English adota todos os métodos antigos dos espiões, provocando controvérsias dentro do governo, enquanto corre atrás de uma linha conspiratória que envolve espiãs russas, magnatas da tecnologia e o orgulho de ser britânico.

Há várias camadas a serem investigadas aqui. Como filme de comédia, ele trabalha através da sátira. Colocando a mídia num papel secundário, ela é basicamente feita de palhaça numa piada metalinguística. Ao colocar uma espiã russa que não representa grande perigo, o filme faz uma sátira com as últimas notícias que colocam a Rússia como o grande bode expiatório da mídia.

Outra questão que gostei muito foi a forma de utilizar as novas tecnologias como um grande inimigo. O vilão principal é um hacker, Johnny English rejeita todas as novas tecnologias e resolve usar um carro que polui o meio ambiente, pega em armas e usa equipamentos antigos para completar suas missões. Claro, ele sempre se atrapalha e nada sai como o planejado, mas em nenhum momento o filme se curva às novas tecnologias.

Para quem suspeita de inteligência artificial, o final é um deleite.

E o orgulho britânico está presente de uma maneira sutil, mas chamativa. Acompanhando as tendências atuais de explorar o conservadorismo de uma maneira leve e irônica, o filme caçoa das políticas de segurança e ambientais atuais, rejeita um magnata politicamente correto dos EUA, coloca a primeira-ministra num ridículo papel secundário, mostrando toda a sua insegurança e falta de saber e ainda nos apresenta um herói vestindo uma armadura medieval.

É claro, é necessário ter um senso de humor elevado pra apreciar esse filme, mas se você não for um chato, vai rir muito com essas conexões metalinguísticas.

Não podemos esquecer que é um filme do Rowan Atkinson, então o principal foco do humor aqui é na ação. Seguindo uma tradição que tem início lá com Charles Chaplin, R. Atinkson nos apresenta situações engraçadíssimas, prontas para aparecer em qualquer tarde de domingo com a família. É um filme para crianças e adultos, igualmente.

O filme tem alguns momentos que poderiam ter sido dispensados, como, por exemplo, a cena da dança; em compensação poderia ter trazido alguns personagens de volta, como o agente Tucker, mas fazer o que, né? O filme ficou muito bom e é isso que importa.

Em suma, é isso mesmo, um ótimo filme para a família e que merece mais destaque do que recebe. Rowan Atkinson é o melhor comediante que a Inglaterra já deu para o mundo.

5 pontos