terça-feira, 24 de setembro de 2019

Lendo O Senhor dos Anéis pt.3

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Faz mais de um mês que terminei a leitura de As Duas Torres, mas devido a diversos problemas pessoais, fiquei adiando, empurrando essa postagem com a barriga, mas finalmente estou aqui, para fazer essa pequena resenha da segunda parte desse épico fantástico.

Compreendendo os livros 3 e 4 de toda a obra, As Duas Torres começa do ponto onde terminou A Sociedade do Anel: com o fim da sociedade. Os hobbits se perdem e Aragorn começa o livro descobrindo Boromir morto, após ouvir o último toque de sua trombeta. A partir daí, ele, Gimli e Legolas partem na aventura rumo ao leste, encontrando inimigos e fazendo novas amizades, culminando com o reencontro deles com Gandalf, magicamente revivido e agora o novo portador do manto branco e seu primeiro enfrentamento com Saruman.

No entanto, antes dessa culminação, acompanhamos ainda as desventuras de Merry e Pippin, que foram capturados ao final d'A Sociedade do Anel por um grupo de Orcs, o qual trabalha com um grupo de humanos, sob o comando de Saruman. Esse grupo acaba sendo atacado pelos Rohirrim, guerreiros de Rohan (uma espécie de cidade-estado da Terra Média), que terminam por encontrarem Gimli, Legolas e Aragorn. No entanto, Merry e Pippim aproveitam a ocasião para fugir e encontram os Ents, figuras mitológicas que lembram em tudo árvores.

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Os Ents são os grandes responsáveis por ajudar os guerreiros de Rohan, junto com o que sobrou da Sociedade do Anel, a derrotar Saruman, mas isso tem suas consequências, pois já prediz um enfrentamento ainda maior entre as forças do bem e do mal.

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O livro 4, bem diferentes do 3, foca completamente na trajetória que Frodo e Sam realizam após o final d'A Sociedade do Anel. Os dois conseguem capturar Golum e de forma sagaz, mas também inocente, fazem com que o monstrengo os guie até o Orodruin, o vulcão onde eles pretendem destruir O Anel. Entre tramoias obscuras, muitos questionamentos e até risadas, os hobbits conseguem chegar a Mordor, apenas para enfrentar uma aranha gigante e se perderem nas mãos de orcs.

Dessa vez, a leitura foi muito mais dinâmica e aqui Tolkien revela-se como mestre da narrativa, de fato. A forma como é guiada as diversas trajetórias de As Duas Torres é primorosa, sendo uma fonte de inspiração para grandes épicos até os dias atuais, afinal basta lembrar da divisão feita por Martin nos últimos livros d'As Crônicas de Gelo e Fogo.

Vemos também se delinear a linha que irá culminar na grande batalha final aqui, algo que é previsto logo nas primeiras páginas do primeiro livro, mas que não se mostra como um horizonte possível. A genialidade do trabalho de Tolkien é incrível aqui.

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No entanto, vale ressalvas. Ainda que mais dinâmica, a leitura é arrastada em diversos momentos, principalmente quando Gimli, Legolas e Aragorn ainda estão perdidos e nas cenas desoladoras de Mordor, onde Frodo e Sam se encontram. Sem contar que o retorno de Gandalf não deixa de ser um deus ex machina. Eu gostaria que houvesse uma explicação mais elaborada para isso.

De qualquer forma, a obra é muito boa, consegue amarrar os ganchos que são deixados no primeiro e abrem espaço para novas possibilidades.