terça-feira, 25 de agosto de 2020

Aceite! O Covid veio para ficar.

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Semana passada li um artigo alarmante: o risco fantasma do Covid-19.

O artigo fala basicamente que o mais preocupante para o autor, um economista não-otimista, é que as preocupações e o estigma gerado pela crise do vírus chinês irão continuar por muito tempo após essa crise passar. Por fim, a questão não é quando essa crise inteira vai passar, mas quando o estigma vai passar?

Logo no início do texto ele nos apresenta com ideias muito interessantes: o desenvolvimento das vacinas estão muito a frente do esperado, novos e mais baratos testes estão sendo desenvolvidos, novas informações são obtidas diariamente sobre o covid, o que resulta em menos mortes e há uma queda progressiva na mortalidade do vírus. Ele cita o seu condado de habitação, Fairfax, VA, que apresenta dias inteiros sem mortes e eu apresento a minha região, o norte do Paraná, que também apresenta uma taxa de mortalidade muito baixa (sem restrições exageradas às liberdades individuais).

Mas isso basta? Com a mídia incutindo na mente das pessoas números inflados de mortes, dramatizando as tragédias cotidianas e mascarando fatos positivos, não, não basta. Não basta, porque no atual momento, o coronavírus adquiriu um estigma, de acordo com o ponto de vista do autor.

E é algo que eu consigo ver claramente. Semana passada, após um mês em que estava na casa dos meus pais e deixei o meu cartão virar, voltei à academia e qual não foi a minha surpresa quando descobri que não poderia entrar, porque tem que marcar horário agora. Sorte que choveu a semana passada inteira e pude entrar, mas ainda assim, tive que esperar meia hora.

A cidade onde moro está numa situação perfeitamente controlada. Há dias inteiros onde não tem mortes, as unidades de UTI nunca chegaram perto de lotar e a maioria dos infectados apresentam sintomas leves. Ainda assim, tenho amigos que evitam sair de casa, até mesmo pra caminhar; pessoas que só saem de casa pra ir no mercado e na farmácia; enfim, que se comportam como se o fim do mundo estivesse se instaurando.

Mal sabem que o fim do mundo é o estado natural das coisas.

Assim como o autor do artigo na Bloomberg diz, o estigma criado pelo coronavírus não irá nos permitir voltar à nossa zona de conforto. Estava pensando em escrever que já vivemos no melhor cenário e essa é a oportunidade perfeita, mesmo no Brasil: já temos dados que não houve um aumento considerável de casos mesmo após a abertura do comércio, todos os tipos de estabelecimentos estão se adaptando a essa nova situação e se fizer direitinho, dá pra fazer tudo, ir à missa, bares, cinemas, enfim... estamos no melhor cenário.

Ah, mas tem mais de mil mortes por dia!

Bom, estamos numa pandemia, o que você esperava? Há de salientar que a maioria das pessoas que fazem parte das estatísticas de morte já apresentavam comorbidades, portanto, morrer COM Covid não é o mesmo que morrer DE Covid.

Ainda assim, as pessoas não se sentem confortáveis. Vivemos numa época em que uma morte vira notícia de primeira página! Sério, aqui na cidade isso aconteceu. O debate sobre o Covid não é mais pautado pela ciência, muito pelo contrário, é pautado pelo medo, a histeria e, principalmente, a ideologia.

Eu só anseio pelo fim da histeria, só isso.