domingo, 9 de agosto de 2020

Dica especial de dia dos pais 2020: Chichi Ariki (1942)

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Mais uma dica especial para o dia dos pais e, dessa vez, com mais um filme japonês. O diretor escolhido foi Yasujiro Ozu, um dos meus favoritos.

Contando a trajetória de um pai que abandona o seu trabalho de professor após a morte da esposa e se muda de cidade com o seu filho, Chichi Ariki nos apresenta uma bela história de amor entre um pai e filho, ambos com seus sonhos e batalhando para continuar vivendo no Japão pós-Segunda Guerra Mundial.

Filmado em preto e branco, é um filme rápido, mas muito bonito. Sua narrativa é o que mais me chamou atenção, pois ela progride muito no meio do filme, mas sofre uma boa desacelerada caminhando para o final. Dessa forma, o filme mostra o desenvolvimento da relação entre pai e filho, exibindo todo o seu mimetismo.

Para olhares contemporâneos, o filme parece caminhar toda hora para um debate acalorado, mas Yasujiro Ozu é uma mente em paz e o seu filme não é nada mais que singelo. Em nenhum momento pai e filho se rendem aos debates (ou seria melhor, combates) que a porca cinematografia contemporânea tenta enfiar goela abaixo dos espectadores. Aqui a relação é íntima, apesar de geograficamente distante. Ambos, pai e filho, nutrem um respeito mútuo grande e o que os une é a afetividade.

Esteticamente, a obra é um petardo. Filmado no característico estilo do Yasujiro Ozu; a câmera na altura de uma pessoa sentada, mais próxima ao chão, mas focando em alguns momentos no rosto dos personagens. Todo em preto e branco, o filme é muito bonito, principalmente na versão restaurada pela Criterion.

Uma ótima pedida para o dia dos pais.

5 pontos