terça-feira, 30 de abril de 2013

Dica Musical: "Afraid Of Heights" do Wavves


É com não tanto prazer que anuncio finalmente o post do CD mais esperado do ano pra mim.
"Afraid Of Heights" foi uma surpresa pra mim no ano passado, quando soube que seria lançado e apesar de boatos e notícias dizendo que este ano teremos mais um CD dos Arctic Monkeys, dos Kings Of Leon e do Queens of the Stone Age, não dei tanta atenção à elas, por que pelos menos no caso dos reis e dos macacos nada está 100% definido e confirmado, por isso apostei minhas fichas no "Afraid Of Heights".
Já faz algum tempo que tenho visto algumas resenhas dessa album por aí e elas não são boas.
Vi que muitos não acham o álbum muito bom, mas eu gostei.
De fato, Nathan Williams não faz nada de novo nesse CD. Não ousa no estilo lo-fi que o colocou de vez no mundo da música com "Wavvess" e também não inova ao buscar refúgio inspiracional no grunge.
Do meu ponto de vista parece que o Wavves já não está mais tão motivado assim com a música, não digo só pelas músicas do novo CD, mas também das apresentações ao vivo. É só ver qualquer uma, o Nathan já não fica fazendo mais tantas brincadeiras quanto ele fazia antes...
Efeitos de longo prazo da maconha? Algo pessoal o atingiu? Vai saber...
No entanto, o CD ainda assim está bom.
Não é nenhuma obra prima, mas se aproveita muitas músicas de seu novo repertório, como "Sail to the sun" e "Demon to lean on".
Ironicamente, elas foram as primeiras a serem reveladas, ou seja, a carta da manga já foi logo jogada em cima da mesa e talvez por isso o CD não tenha sido tão bem recebido.
Mas, como eu já disse, "Afraid of Heights" não é de se jogar fora, pelo contrário, merece ser ouvido, até mesmo por que vêm de uma banda que ainda têm muito pra mostrar.
:3

Dica musical: "Fear My Own Identity" do Best Coast

Essa é uma banda que dispensa comentários. Best Coast é uma das melhores bandas que saiu da Califórnia nesses últimos anos, junto com Foster The People e Wavves.
Para celebrar o Record Store Day, eles lançaram esse vinil com 2 músicas apenas, mas que é muito bom e com certeza deixa qualquer amante de boa música com um gostinho de quero mais nos ouvidos.
Enfim, esta é a dica de hoje: Best Coast.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Dica cinematográfica: Lunar

Eu li umas resenhas desse filme antes de decidir assistí-lo e ouvir que ele se comparava ao "2001: Uma Odisséia no Espaço".
Realmente, Lunar é tão bom quanto 2001, mas os dois são bem diferentes e eu acho que não dá para fazer muita comparação.
Lunar não alcança os parâmetros épicos de 2001, mas também dá um grande mindfuck em quem assiste, no entanto os mistérios de Lunar são resolvidos e não há espaços para interpretações ambiguas sobre o final.
Lunar conta a história de Sam, um astronauta que mora na lua há três anos a fim de monitorar uma base no satélite que manda energia limpa para a Terra. No entanto, após um acidente, o astronauta descobre que faz parte de uma conspiração que dura há muito mais tempo que apenas 3 anos.
Com um clima um tanto quanto claustrofóbico, Lunar prende a sua atenção, não só pelos mistérios envolvendo Sam, mas também a sua missão e como ele irá solucionar esse problema.
Recomendo esse filme para todos que quiserem assistir uma boa ficção científica, com muita inspiração do clássico de Kubrick.

domingo, 28 de abril de 2013

Dica cinematográfica: Depois de Lúcia

"Depois de Lúcia" é um filme mexicano que conta a história de um pai e sua filha, Alejandra.
Depois de perder Lúcia, mãe de Alejandra, a menina muda com o pai para a cidade do México, esperando conseguir uma vida melhor e quando tudo parecia estar indo muito bem para a menina, ela comete um deslize e começa a sofrer abusos na escola. No entanto, ela não conta nada a seu pai, por que o cara ainda não se recuperou da morte da mulher e andava deprimido pelos cantos.
Este é mais um filme que fala sobre bullying e suas consequências devastadoras, mas ele vai um pouco mais longe.
O filme não aborda apenas a parte central do período de bullying (As zoações, brincadeiras dentro e fora da escola, humilhação e abusos físicos). O filme não se concentra em um só período, em parte por que é um filme longo, com quase 2 horas de duração e quando eu o assisti fiquei me perguntando quando tudo ia acabar e melhorar ou piorar. Teve pelo menos uns dois momentos no meio do filme que eu achei que era o final, por que filmes independentes geralmente deixam um final ambiguo, então você acha que vai acabar, mas o filme não acaba.
Nem por isso é um filme ruim, pelo contrário, é um ótimo filme, explorando o "antes" e o "depois" do bullying. Como Alejandra tenta ajudar seu pai a superar a depressão, ajudando-o com os afazeres domésticos e mostrando interesse em seu trabalho como chef de cozinha. Além de como a menina, através de um pequeno deslize, cometido a fim de poder se misturar mais com o seu novo grupo de amigos, se mete em uma grande confusão, onde ela, nem o espectador, vê saída.
Também devido à extensão do filme, as brincadeiras passam de simplesmente brincadeiras e xingamentos até mesmo humilhação pública e abusos físicos, tudo mostrado com muito detalhe, causando um desconfortável sentimento de repulsa em quem assiste.
Mas Alejandra é uma menina forte, ela aguenta tudo e acaba arranjando uma saída para o seu problema e de quebra, ainda consegue uma doce, mas sórdida vingança pelas mãos de seu pai.
É interessante também o modo como o filme foi filmado, eu não lembro de ter visto a câmera se mover. Quando uma cena começa, geralmente aborda um grande espaço físico, quando não é para passar uma sensação de desconforto no espectador e isso o filme consegue cumprir muito bom, seja nas torturas que a menina sofre, seja no modo como tudo é mostrado, com apenas uma câmera, parada em algum ponto, mostrando toda a ação entre dois ou três personagens no máximo.
Enfim, o filme é ótimo e faço minhas as palavras de um cara do Tumblr: "Melhor filme mexicano de sempre".

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Dica Televisiva: Mushishi


Mushishi é uma série de mangás já finalizada que durou 9 anos, mas como eu não li o mangá e acabei de assistir o anime hoje, vou falar sobre o anime, que é muito bom.
O anime fala sobre Mushishis, forma de vidas onipresentes, com poderes sobrenaturais que interajem com os seres humanos de forma pacífica ou não.
A proposta do anime é bem interressante, pois apenas pretende passar alguns tipos de mushis, sem se preocupar muito com a história, o desenvolvimento dos personagens e a época em que eles vivem.
É tanto assim que o anime se passa em uma época antiga, onde as pessoas vivem em casa de madeira, buscam água em poços e vestem quimonos, mas o personagem principal veste roupas do século 20.
Por falar no personagem principal, Ginko, ele é misterioso, divertido, sério quando necessário e tem a estranha habilidade de atrair mushis, por isso ele vive viajando, de um lugar para o outro.
E é por essa pecualiaridade de seu ser que o anime raramente repete os personagens, apenas 2 aparecem por mais de um episódio, os outros personagens só aparecem em um e pronto... Nunca mais sabemos deles. Ás vezes um ou outro é citado, mas é só. Eles não aparecem mais.
Tudo isso poderia ser um ponto fraco para a série, mas não é.
A série te prende, não só pela arte, mas a forma como cada história é abordada. De modo geral, um certo clima nostálgico predomina a série, mas às vezes, ela consegue ser engraçada e até assustadora.
O conceito dos Mushi também é algo surpreendente, um verdadeiro mind-fuck se você ficar pensando muito no assunto, após assistir alguns episódios.
O melhor a fazer é deixar a série rolar e se divertir com este ótimo anime: Mushishi.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Dica Musical: "EP 3" do Best Fwends

Uma das coisas boas dos novos desenhos do Cartoon Network é que os produtores não ficam mais trancados em um mundinho onde amigos de infância e de adolescência se ajudam mutuamente, ignorando os outros talentos pelo mundo afora. Um exemplo disso é o desenho "Hora de Aventura" que sempre posta no site oficial ilustrações feitas por artistas profissionais como fanarts do programa, além de contratar alguns ilustradores para fazer os desenhos que aparecem no começo de cada episódio.
Além do próprio Cartoon, também existe o Cartoon Hangover, onde são mostrados animações não adequadas para crianças, devido à palavrões e atos violentos nos episódios, um bom desenho do Cartoon Hangover, criado pelos criadores de Hora de Aventura é Bravest Warriors, onde quem faz a trilha sonora é uma dupla de amigos auto-intitulada "Best Fwends".
E foi através de um vídeo do Cartoon Hangover que eu conheci o projeto dos dois e eles acabaram de lançar um EP chamado "EP 3" na bandacamp do grupo, onde você pode acessar clicando aqui.
Eles fazem músicas no estilo de Hora de Aventura, com aqueles toques eletrônicos de 8-bits, junto com baterias e guitarras às vezes pesadas e às vezes crua.
É como se o Finn e o Jake formassem uma banda de lo-fi na garagem da casa deles, o que é bem legal, já que o mundo precisa de músicas boas e divertidas.
Se você quer uma carga extra de ânimo para o seu dia, escute Best Fwends, você não irá se arrepender.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

sábado, 20 de abril de 2013

Dica cinematográfica: A lula e a baleia

A lula e a baleia é um filme de drama de 2005.
No entanto não faz parte dessas dramalhões melosos que enchem o saco de qualquer um. Também não é um desses draminhas com músicas indie pra atrair a atenção de adolescentes, mas fica bem próximo desse tipo de filme.
A lula e a baleia é um filme bem bruto sobre a separação de um casal e como todos na família reagem à essa situação. O filho mais velho busca comforto no pai e em ser um cafajeste, o mais novo busca comforto em práticas onanísticas, na bebida e na mãe. O pai procura comforto em sua solidão depressiva e auto-destrutiva. E a mãe busca comforto em pequenos affairs com metade da cidade. Já o gato... Bem, ele faz jus à sua espécie e não faz nada o filme todo, até causar uma pequena confusão no final.
A lula e a baleia é um desses filmes que são realmente bons e te faz sentir um formigão na alma, uma vontade de fazer algo de útil para o mundo ou mesmo algo simples ou simplesmente algo que fuja da sua rotina, como ir cortar o cabelo.
O filme tem uma história interessante, pois foi filmado em 16mm, usando uma câmera portátil, o que mostra que qualquer um pode fazer um filme de qualidade com uma câmera qualquer comprada nas Casas Bahia mesmo. O filme também foi rodado em apenas 23 dias.
Enfim, indico muito esse filme que marcou a minha tarde morta de sábado.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Dica literária: Pokemon Adventures Special

Tenho certeza que certas vão querer me bater com essa dica, mas é uma boa dica e você deveria ler esse mangá fantástico escrito por Hidenori Kusaka e desenhada pro Mato, até os primeiros nove volumes e desde então vem sendo desenhada por Satoshi Yamamoto.
Só por ser do Pokémon, todo mundo já fica com um pé atrás, por que tem aquele negócio de nerd ou de criancinha. Os jogos pra videogame são coisas de nerds babões, que vão em eventos de anime com camiseta do Iron Maiden e de touca poring e o anime é um desenho super infantil, que já encheu o saco.
E encheu mesmo, mas o mangá é diferente de tudo isso aí.
O mangá segue uma sequência de história mais parecida com as histórias dos jogos. Ou seja, esqueca encontros com a equipe rocket todos os capítulos, esqueça piadas dignas de Zorra Total e lutas onde os pokémons mal se cansam.
Nesse mangá a coisa é séria. Os vilões são vilões mesmo, os momentos de humor se resumem à poucas carinhas escrotas que os desenhistas colocam nos personagens só pra diminuir a tensão de algum momento e os pokémons morrem em batalhas. É sério!
É raro isso acontecer, mas acontece.
Fora que os pokémons tem nomes, então não fica naquele negócio de "Pikachu, eu escolho você!", os personagens são recheados de elementos anti-clichês, como por exemplo, o personagem principal escolher um bulbasaur no começo da jornada e não um charmander, ou mesmo um pikachu.
Outra diferença é que os pokémons lendários podem ser capturados, coisa que não acontece no anime e parece que o mundo pokémon do mangá acabou de ser descoberto e nós acompanhamos as aventuras das pessoas mais importantes do mundo, por que eles estão em todas as grandes batalhas, eles capturam as lendas pokémon, eles descobrem e até nomeiam novos pokémons, o que é algo muito legal, visto que não tem toda aquela inocência besta do anime.
Como eu já disse, a história é baseada nos jogos e por isso, tudo o que você viu nos jogos, pode acontecer no mangá, então se o seu personagem derrotou todos os sacanas da equipe rocket sem usar um único potion, isso vai acontecer no mangá.
Sem falar que a história é muito bem escrita e cheia de mistérios. 
Todas as temporadas começam cheios de buracos e lacunas para serem preenchidas, mas nos últimos episódios tudo vai se juntando e logo os mistérios são resolvidos para cederem espaço às maiores lutas da história.
Até agora só li 3 temporadas, o que dá 15 volumes. Cada uma delas é inspirada em séries de jogos. A primeira é a série Red/Green/Blue, inspirada nos dois primeiros jogos, a segunda é a fase Yellow que apesar de ter uma das personagens mais simpáticas de toda a história do mangá, é uma séria chata, devida á sua extensão e ao fato de se concentrar em uma só personagem e suas descobertas inocentes do mundo pokémon, e pra terminar, a terceira fase que é a Gold/Silver/Crystal, inspirada nesses três jogos, passando-se no continente de Johto e tal.
Mas tem mais, existe uma temporada para cada série de jogos, algumas são curtas, outras são longas e devido aos remakes, a volta dos personagens mais legais é garantida, mesmo que eles sempre façam alguma coisa em todas as temporadas.
Por falar neles, os personagens tem os nomes dos jogos, por isso tem o Red (O melhor e maior personagem da série), o Green, a Blue, a Yellow, o Silver, o Gold e a Crystal.
E se você, otome, acha que é só isso, a série também tem uns romancezinhos para ajudar a criação de fandoms.
Enfim, dêem uma chance á essa série, que apesar de ser do Pokémon, vai mudar seus conceitos, já que ela é muito melhor que os jogos e nem se compara com o anime.
Aliás, provavelmente é esse preconceito idiota de pokémon ser coisa de criancinha e nerd que fez com que essa série nunca fosse publicada aqui no Brasil, infelizmente.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

A covardia da criminalização juvenil

*Texto publicado no site Fazendo Media, por Gustavo Barreto, jornalista, com base em dados de arquivos pessoais e do site do Mapa da violência. Visitem também o blog dele clicando aqui.*
O Brasil registrou nos dados consolidados de 2010 um número impressionante de homicídios, 49.932 – um aumento de 259% em relação a 1980. O Brasil é – qual a novidade? – um país violento.
O aumento das taxas de homicídio no país aumentaram quase que linearmente até 2003, quando começaram a apresentar eventuais quedas, como a notável queda entre os anos de 2003 e 2007, porém apresentando igualmente número que fazem inveja a qualquer país em conflito civil.
Para se ter uma ideia, a ONU calcula que, somente dentro da Síria, devido a uma guerra declarada, já morreram mais de 70 mil pessoas em dois anos. No Brasil morreram mais de 100 mil, no mesmo período, sem que nenhuma milícia tenha contestado a autoridade do poder central. Em 2010, por exemplo, morreram 137 pessoas por dia, em média – número superior ao do massacre do Carandiru (111). E todos os dias.
Os números absolutos são assustadores – e também o são percentualmente.
Entre 1980 e 2010 – 31anos portanto – o país perdeu 1 milhão de pessoas para a violência, com cerca de 70% deles por decorrência do uso de alguma arma de fogo. Em quase 20 anos de guerra na Somália (1982-2000), foram 30 mil mortos. A guerra civil na Colômbia deixou 45 mil vítimas em 36 anos. A guerra civil de Angola meio milhão de pessoas em 27 anos. A guerra civil na Guatemala fez 400 mil vítimas em 24 anos.
As perdas humanas somente no Brasil equivalem, em média, às perdas humanas nos 12 principais conflitos armados pelo mundo – incluindo alguns dos mais sangrentos, como Iraque, Sudão, Afeganistão, Paquistão e República Democrática do Congo.
Alguém tem dúvida de que trata-se – não de uma guerra, mas – de uma tragédia humanitária absolutamente bárbara e desumana? Eu não.
E não adianta tentar argumentar que o Brasil é um país de dimensões continentais. Trata-se de um notável falso argumento. O país tem taxas de homicídios por armas de fogo quatro vezes superiores aos da China, que tem sete vezes mais população que o Brasil. A Índia, com 6 vezes mais habitantes que o Brasil, tem 12 vezes menos assassinatos com armas de fogo.
E quem são as maiores vítimas por aqui? Pobres, negros/pardos e… jovens.
Enquanto 73,2% dos jovens brasileiros – 15 a 24 anos – morrem por “causas externas”, entre os não-jovens essa proporção não chega a 10%. Enquanto 38,6% dos jovens morrem por homicídios no país, entre os não-jovens essa proporção é de 2,9%.
Os dados do ‘Mapa da Violência’ de 2012, por exemplo – para deixar evidenciado para os que ainda não entenderam – mostram que entre 1980 e 2010 morreram no Brasil, segundo os registros do Ministério da Saúde, um total de 799.226 cidadãos vítimas de armas de fogo. Sendo que 450.255 mil deles eram jovens entre 15 e 29 anos de idade.
Dois em cada três vítimas fatais das armas de fogo são jovens. Quase meio milhão, e contando. E – na outra ponta – dos cerca de 26 milhões de jovens e adolescentes entre 12 a 18 anos, menos de 0,2% estão em conflito com a lei.
O Brasil segue um padrão às avessas quando se trata de encerrar – por comparação – um conflito civil de grandes proporções.
Segundo os órgãos internacionais mais experientes neste tema, você encerra uma tragédia como esta com três medidas nada simples, porém essenciais: (1) Fim da facilidade de acesso a armas de fogo; (2) o fim da cultura da violência e do discurso do ódio; (3) exemplar punição por meio de um processo justo e idôneo e a reconciliação “entre as partes”, inclusive com a adoção de conhecidos métodos de ressocialização e entendimento mútuo.
Quando a sociedade brasileira se depara com um assassinato bárbaro ou uma chacina, entra em pânico. Morrem 137 pessoas por dia, mas somente quando algo “aparentemente” grave acontece, queremos resposta.
A tática generalizada é muito simples: elencam-se estes e outros problemas – falta de controle das mais de 15 milhões de armas de fogo (registradas e não registradas), a cultura da violência que dá origem aos motivos fúteis ou aos impulsos, o baixíssimo grau de resolução dos inquéritos policiais – para, então, relacioná-los diretamente a qualquer outro motivo menor para tais crimes.
Como – por exemplo – à maioridade penal de 18 anos.
E o motivo é mais do que óbvio: é mais fácil criminalizar uma parte vulnerável da população do que enfrentar as causas do problema já devidamente constatadas. O lobby da indústria bélica é notavelmente maior do que o lobby a favor das crianças e adolescentes.
É como se um país em meio a uma guerra civil sugerisse que as suas crianças-soldado paguem pelos terríveis crimes contra a humanidade que cometeram, após terem sido arrancados de suas famílias, escolas, comunidades. Quer dizer, é a mesma coisa.
Conhecemos muito bem o desafio: a posição de que devemos ser mais “duros” com as crianças e adolescentes é um fruto inequívoco desta mesma cultura da violência que, em um ciclo perverso, mantem reféns pessoas ingênuas, numa espiral de medo e pânico. O desafio é conhecido, porém nada simples.
**Ótimo texto, visitem o dite Fazendo Media, vale muito a pena. **

terça-feira, 16 de abril de 2013

Dica musical: "You're Nothing" de Iceage

Iceage é uma banda dinamarquesa que eu curto bastante, mas só agora decidi postar uma dica para o álbum, auto-gravada que eles fizeram esse ano.
Eles são uma banda post-punk, hardcore, noise-rock ou qualquer outro gênero não conhecido pela maioria que você quiser colocar. Eles se encaixam em vários deles.
O estilo musical deles é muito interessante, apesar de simples. 
Não acredito que seja díficil aprender a tocar as músicas deles na guitarra, baixo ou na bateria, mas o modo como eles encaixam todos esses elementos nas suas músicas, que são bem rápidas, diga-se de passagem, faz com que tudo soe muito bem feito e muito dançante, de modo que você pensa que esse pode ser o melhor lançamento do ano nesse mundo undergroun de bandas desconhecidas e outras quase conhecidas que vivemos.
A voz do vocalista também é algo raro de se encontrar. Ele não força a sua voz e ela é grossa naturalmente, o que faz o som da banda soar ainda mais original e interessante aos ouvidos, pelo simples fato de você não ver muito disso por aí.
Sem contar que eles não usam efeitos para "melhorar" o som deles. É tudo muito cru e mesmo assim perfeito.
Ou seja, esses caras conseguem criar algo novo, com a antiga fórmula rock n' roll que todos conhecemos.
Então, fica a dica: "You're Nothing" de Iceage.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Dica literária: Em busca do sentido

Terminei de ler esse livro ontem, mas antes de terminá-lo já sabia que iria postá-lo aqui.
"Em busca do sentido" é um livro auto-biográfico, mas também acadêmico escrito por Viktor Frankl, o criador da logoterapia, a terapia do sentido.
Na logoterapia, o psiquiatra tenta consertar problemas psicológicos que o paciente tem através da descoberta do sentido na vida do paciente em questão.
De acordo com Frankl, grande parte, se não todos, os problemas psicológicos derivam da falta de sentido que a pessoa sente em sua vida, pois a partir do momento em que a pessoa acha um motivo para viver ela deixa de sentir depressão, solidão, apatia e outros tantos problemas psicológicos comuns nos dias atuais.
E para exemplificar isso, Frankl retrata como foi sua estadia em vários campos de concentração durante a segunda guerra mundial.
Ele era judeu, por isso foi preso e por causa da sua saúde, não foi morto, apenas trabalhava exaustivamente em minas ou na construção de ferrovias.
No campos, Frankl conheceu pessoas que estavam à beira da morte, com fome, desnutridas, doentes e com um ou mais ossos quebrados, mas que ainda assim queriam viver. E pelos mais diversos motivos.
Um queria viver por que tinha esperanças de reencontrar sua família, que fora mandada à outro campo, outro tinha sua família o esperando nos EUA, outro queria viver por que tinha uma amada, outro queria viver por que havia deixado uma série de livros científicos e tinha ideia para mais um, que tinha que ser publicado.
Ou seja, nós temos que achar um sentido na nossas vidas, ou melhor, um sentido para as nossas vidas, se não, de que vale todo o sofrimento que passamos?
De que vale comprar uma roupa nova se não para nos servir de algo? Devemos comprá-la simplesmente por que gostamos? Ou por que, com ela nos sentiremos bem e agradaremos à alguém que amamos?
A logoterapia é muito interessante e é a terceira escola vienense de psicoterapia e é considerada a melhor delas.
Com esse livro, Frankl ficou mundialmente conhecido e lançou as bases para a sua logoterapia.
Recomendo para você que quer descobrir um pouco mais sobre o por que de estarmos vivendo e também para descobrir como podemos achar um porque para nossas vidas.

domingo, 14 de abril de 2013

Dica cinematográfica: Cowboy Bebop: The Movie

Já disse aqui que Cowboy Bebop é o melhor anime de todos os tempos, certo?
Não só isso, é a melhor série de animação que alguma vez já existiu.
E não é pra menos, Cowboy Bebop é uma série muito original, criando cowboys do espaço em uma espécie de futuro onde os seres humanos podem viajar por todo o universo e os cowboys voltam para batar ordem.
Sem contar na trilha sonora, os efeitos especiais e seus personagens, que uma vez que entram na sua vida, nunca mais irão sair.
Esse é o filme do Cowboy Bebop, que se passa em alguma época entre o episódio 20 e o 21, eu acho, mas foi feito depois do término da série. Em 2001, se não me engano.
Conta a história de mais uma caçada na vida de Spike e cia, no entanto, é um vilão muito mais sinistro e misterioso, com habilidades além da compreensão, envolvendo drogas e assassinatos em massa.
A trama é sinistra e você tem que ficar atento aos detalhes, mas quand o filme termina, você fica com uma sensação de alívio e felicidade no peito, além daquela estranha tristeza de saber que este é o último material inédito que você verá da série. Nada mais foi criado depois do filme, infelizmente.
Enfim, aproveitem a primeira parte do filme e terminem de assistí-lo, vale muito a pena.

Dica cinematográfica: A caça

A caça é um filme dinamarquês de 2012.
O filme retrata a vida de Lucas, um professor do jardim de infância que se vê em uma situação extremamente complicada ao ser acusado de ter abusado sexulmente de uma menina.
O problema é que Lucas é inocente, tudo na verdade não passa de um tremendo mal-entendido, em que a menina acaba se apaixonando pelo professor e Lucas, mostrando ser tremendamente responsável devolve à menina sua declaração de amor e ela, claro, fica chateada.
Ao ser indagada pela diretora, ela acaba inventando uma mentira, envolvendo umas imagens pornográficas que viu de uma revista do seu irmão mais velho, dizendo que o professor abusou dela.
Tudo se complica quando a menina desmente a história e os adultos, em toda a sua ignorância, acreditam que ela se sente envergonhada com o caso e acham que ela quer encobertar o professor. 
Eles não acreditam que uma menina possa mentir.
Sendo assim, Lucas enfrente todo o ódio de sua pequena comunidade e acaba sendo perseguido e sofrendo ostracismo aonda quer que vá, até que ele descobre que algo assim, nunca poderá ser esquecido.
Ou até perdoado.
Recomendo, pois é um bom filme para refletir sobre a atitude das crianças e sua suposta inocência.
O que acontece é que crianças não são extremamente inocentes, nem extremamente mentirosas. Elas estão descobrindo o mundo e para isso contam histórias, brincam, bagunçam e fazem tudo isso na maior inocência, mas é para que elas possam descobrir como essas coisas funcionam e quais as consequências no futuro.
Portanto, fiquem de olho em suas crianças.

sábado, 13 de abril de 2013

Dica cinematográfica: Dentro da casa

Germain é um professor de lingua francesa de ensino fundamental, que começa o ano como o professor principal do 8º C. Além disso, Germain é um típico homem de meia idade envolvido com literatura. Avesso à arte contemporânea, ironicamente sua mulher trabalha em uma galeria de arte contemporânea. Além de ser ranzinza, pessimista e descontente com sua carreira, ou melhor, com sua vida.
No entanto, ele acaba descobrindo, para sua surpresa, no meio de um monte de textos horríveis de seus alunos, uma ótima redação, que dá inicio à uma intrigante aventura entre professor e aluno, com consequências completamente inesperadas para os dois.
 Dentro da casa foi uma surpresa pra mim. Eu começo a admirar cada dia mais o cinema europeu, mas esse realmente me surpreendeu, exatamente por que eu não esperava nada desse filme. Sabia da sinopse, mas ela não diz muito do que pode acontecer durante todo o filme, nem revela grandes detalhes do roteiro.
O filme é interressante demais. Toda a história vai te envolvendo do começo ao fim e você não consegue desgrudar os olhos do filme. Simplesmente, cada cena se torna imperdível.
O aluno de Germain também é um ótimo personagem, ele é complexo demais e quando o filme acaba você não sabe se o odeia ou se o ama. Acho que é melhor ficar no meio termo entre as duas reações que já está bom demais.
Isso sem contar a parte técnica. A fotografia do filme é magnífica, fazia tempo que eu não via um filme que explorava tão bem os planos, os cenários e tal... provavelmente por que o filme dá atenção às casas. E a música também é muito boa, combinando perfeitamente com as cenas.
Ou seja, Dentro da casa é um filme que merece ser assistido por todos que gostam de uma boa história.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Dica musical: "Sempiternal" do Bring Me The Horizon

Ao contrário de alguns reviews que vi por aí, eu não vou falar mal do Bring Me The Horizon e, sim, pra mim esse é um dos melhores lançamentos do ano na indústria musical.
Óbvio que o Bring Me The Horizon não evoluiu tanto assim, falando no quesito "letras", afinal as letras de suas músicas continuam a mesma coisa de antes, beirando a falta de criatividade, mas isso já é de se esperar de bandas metalcore/hardcore.
As letras são sempre sobre amores não correspondidos ou que terminam mal. Sobre depressão, raiva contra a igreja, contra a namorada, contra cretinos em geral e é sempre isso. Blá Blá Blá.
Mas algumas canções como "Can you feel my heart?" e "Shadow Moses" conseguem ser boas letras, o tema é normal, batido, mas o desenvolvimento não.
E isso é um ponto positivo.
Sem falar no lado musical. Agora eles têm um tecladista, o que adiciona vários toques eletrônicos que a banda já apresentava em seus antigos CD's, no entanto agora esses toques estão organizados e se encaixam perfeitamente nas músicas, formando uma bela união entre toques eletrônicos e música pesada.
A guitarra está pesada, a bateria também, os toques eletrônicos são bem "rasgados" e os vocais estão ótimos. Já não é aquela gritaria rouca dos outros CD's. Parece que o Oliver está formando menos seus gritos, o que deixa a música mais "audível", se é que me entende.
Enfim, recomendo o novo CD do Bring Me The Horizon e aguardem o próximo gato filosófico.



quinta-feira, 11 de abril de 2013

Dica cinematográfica: 2001: Uma odisséia no espaço

O filme não pode ser assistido apenas uma vez. Você têm que assistí-lo várias vezes durante sua vida e a cada vez que fizer isso, irá interpretá-lo diferente. Quando você o assiste quando é adolescente, acha-o chato, já quando você está na universidade, vai ter uma interpretação completamente diferente e vai achá-lo genial. Quando tiver quarenta e todos anos, já vai achá-lo legal, interessante, mas não irá ser um marco na sua vida e quando você for velho, aí eu nem sei.
2001 é uma viagem. Sim, uma viagem, daquelas bem loucas, mas não do tipo que é necessário usar drogas ou algo assim. É uma daquelas viagens bem loucas de ideias que você tem com seus amigos em alguma tarde enfadonha e quente de verão, após um dia cansativo na escola.
O cansaço, o abatimento, o tédio e a liberdade de poder dizer qualquer coisa para seus amigos faz com que ideias absurdas, loucas, idiotas e geniais apareceram.
Foi provavelmente dessa forma que surgiu 2001, de Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke, que escreveu o livro, que já está na minha lista de leitura, só vou terminar um livrinho que to lendo aqui (muito bom por sinal e já to preparando um post pra ele) e aí já vou ler.
Tudo começa com um plano que tem uma interpretação muito espiritual e até maneira, mas isso varia de pessoa pra pessoa e aí começa o "Nascimento da humanidade".
Nessa parte do filme eu já percebi a genialidade do filme, ao mostrar em uma sequência quase ingênua a olho nu, a descoberta, por um macaco, da sua primeira arma e seu uso, vantagens e poder.
 Logo depois, há o maior corte da história do cinema, que salta alguns milhares de anos e a arma primordial, um osso, é substituída por uma caneta. Essa cena também é cheia de interpretações, mas o que importa é o misticismo usado no final, mostrando um maldito monolito, que deve representar alguma coisa, mas você não sabe se é uma forma de vida super-evoluída ou um objeto de alguma forma de vida super-evoluída.
E então a história salta mais 18 meses e aí vem a minha parte preferida do filme, devido à sua crítica. Somos apresentados à um grupo de astronautas, indo em direção à Marte a bordo de uma espeaçonave controlada pelo super computador HAL 9000.
O HAL 9000, de acordo com o que eu li é uma crítica à IBM, o que até faz sentido (É só você voltar uma letra no alfabeto na sigla da empresa e você terá HAL). No entanto, não sobre críticas só à empresa, mas a escravidão dos seres humanos por robôs.
O HAL controla toda a espaçonave, do grupo de cinco astronautas, apenas 2 permanecem acordados, os outros são mantidos em estado de hibernação por que só serão úteis após chegar em Júpiter, ou seja, o ser humano nem é tão útil assim, aliás, o ser humano passa a ser cada vez menos humano.
O astronauta principal da missão recebe uma vídeo chamada de seus pais, desejando-lhe feliz aniversário e ele reage com total apatia. O outro astronauta perde uma partida de xadrez e também não expressa a menor reação. Não dá nem pra dizer que eles estão entediados, por que os indivíduos não expressam o menor sinal de emoção, nem quando seus companheiros de viagem morrem ou são abandonados no espaço.
O engraçado é que no único momento em que algum sentimento é expressado é no momento em que o computador é desligado.
Ou seja, não deixamos de ser humanos, só deixamos de nos importar com humanos, afinal, de que servem eles, afinal? Propvavelmente na história de 2001 não servem nem para a reprodução. Provavelmente os bebês nasciam perfeitos, de incubadoras artificais, simulando úteros ou alguma outra piração desumana e ridícula, mas que, temo eu, pode virar realidade e muitas pessoas iriam amar.
A partir daí o filme vira uma bagunça subjetiva, mas nem por isso vira um filme ruim. Pelo contrário, essa é a parte mais "espiritual" do filme, digamos assim. Nessa parte, ao meu ver, são explorados temas científicos (como viagem interdimensionais, buracos de minhoca e vida extraterrestre) e temas espirituais (como a vida após a morte, ressureição e até mesmo Deus, por que não?) e como tudo isso pode conviver muito bem e como tudo converge em um único ponto.
O ponto da criação.
Provavelmente eu viajei muito nas minhas interpretações desse filme, mas eu acho que é assim, cada um pensa algo diferente sobre esse épico do cinema e todos estão certos, por que 2001 não é 2+2=4.
Até mais.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Dica cinematográfica: Argo

Tá certo, este filme já tá velho, eu sei... Mas é que eu to planejando falar dele aqui, mas só hoje criei coragem!
Argo é um filme vencedor do Oscar, dirigido pelo Ben Affleck, baseado em fatos reais, inspirado em um livro escrito pelo ex-agente da CIA Antonio J. Mendez e em um artigo publicado na revista Wired, contando como a CIA conseguiu tirar u grupo de americanos do Teerã, em plena crise dos reféns no Irã, uma crise diplomática entre o Irã e os EUA, onde 55 americanos foram feitos reféns, alguns até foram mortos, durante a revolução iraniana.
Acontece que a CIA havia ajudado em um golpe de estado no Irã, estragando todo um sistema diplomático que havia sido implantado no país e aí a população iraniana se enfureceu e em um tremendo ato de imbecilidade invadiram a embaixada americana do país, destruíram tudo e sequestraram um monte de americanos, que foram mantidos como reféns.
No entanto, 6 (acho que foram 6) americanos conseguiram se esconder na embaixada canadense.
Em um tremendo ato de ousadia e coragem, o então agente Tony Mendez decide resgatar todos eles, criando um falso filme de ficção científica chamado Argo, com produção, diretor, roteiro e até obras de arte para exibição e indo até o Irã, com a desculpa de que diversas cenas serão filmadas lá.
O cara arranja passaportes, identidades e ocupações cinematográficas para os reféns americanos, que se passam por canadenses e, contrariando até as ordens de seus superiores, ele resgata os cretinos que estavam se escondendo.
Isso foi uma tremenda operação na época e foi mantida em sigilo, tanto que o Canadá ficou com o mérito do resgate e o ódio dos iranianos.
Engraçado que os EUA cometeram tantas burradas de lá pra cá, que mesmo após mais de 30 anos, os iranianos continuam odiando a cueca do Canadá, ao invés do amável país da América do Norte.
Agora a parte técnica. O Ben Affleck é um ótimo diretor. A fotografia é muito boa, a trilha sonora e todo o modo como a câmera vai filmando as ações, de uma maneira muito limpa, mas que ainda te deixa com uma leve confusão gostosa na cabeça.
Sem contar que o roteiro te mantém ligado no filme do começo ao fim, é muito bom e quando acaba você fica querendo mais e mais e mais.
Enfim, Argo é um filmasso e merece ser assistido e re-assistido por todos que gostam de um bom filme com bastante tensão.



segunda-feira, 8 de abril de 2013

Dica musical: "Strange Pleasures" de Still Corners

Still Corners é um duo britânico formado em 2007, como ideia do profutor musical Greg Hughes e a vocalista Tessa Murray. O som deles é voltado pro indie pop, com umas pegadas bem eletrônicas, lembrando um pouco o MGMT às vezes e outras cantoras pop indies em suas melhores fases.
No entanto, ao contrário de outras bandas e tal, esse duo ainda está no começo da carreira, "Strange Pleasures" é seu segundo CD e conta com ótimas músicas.
O duo faz um som legal de ser ouvido e talvez você escute eles em alguma baladinha indie da sua cidade, se tiver alguma na sua cidade na minha não tem! Droga!!!
Eu ouvi Berlin Lovers no Youtube, através do clipe da música e logo pensei que valeria a pena ouvir mais da banda. Aí eu ouvi o primeiro CD deles, que tem uma pegada mais introvertida, com músicas ótimas, só que mais voltadas à vertente ambient da música eletrônica, o que não é um ponto negativo.
Depois decidi ouvir o segundo CD e aí virei fã. As músicas são mais dançantes, ainda com um pé no ambient, só que com batidas mais rápidas e uns toques eletrônicos pegajosos.
E não adianta falar que algumas músicas são chatas, elas são tão curtas, que mesmo as chatas se tornam legais de ouvir. E as boas deixam com aquele gostinho de quero mais nos ouvidos.
Enfim, vale a pena ouvir e re-ouvir Still Corners.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Dica musical: Jimi Hendrix "People, Hell and Angels"


Jimi Hendrix já morreu. Mas o cara trabalhava tanto que até hoje, 33 anos após a sua morte, continuam sendo lançados CD's com músicas inéditas suas.
"People, Hell and Angels" é um exemplo disso, lançado no dia 5 de Março desse ano, contém 13 músicas inéditas e muito boas, diga-se de passagem.
Algumas pessoas, como o meu irmão, ousam dizer que existem guitarristas por aí que são melhores que o Jimi, mas esse cara, esse guitarrista lendário reinventou a guitarra, um instrumento tão simples e ao mesmo tempo tão essencial para a música.
Mas o que seria da música sem Jimi Hendrix? Hoje em dia, pouco se fala dele e fala-se muito de Renato Russo, Beatles, John Lennon e Kurt Cobain, no entanto é o Jimi Hendrix que ocupa o trono sagrado do rock.
É o Jimi Hendrix que foi proclamado pelos melhores rockeiros, artistas, críticos e revistas especializadas como o deus do rock.
Tá certo, se você procurar na internet, achará muitos vídeos de guitarristas que tocam 500 notas por segundo, mas esses caras apenas tocam suas guitarras, eles não a manuseiam como Jimi fazia.
Quem assistiu a um show de Jimi Hendrix ao vivo, disse que sentia uma energia transcendental percorrer seus ouvidos.
De fato, é só procurar alguma apresentação do Jimi ao vivo que você poderá sentir que o cara não tocava apenas guitarra, ele a tranformava em parte integrante de seu corpo, de sua alma aliás. Os solos que ele fazia no palco eram improvisados e mesmo assim não eram só uma sequência de notas difíceis, eram solos, mas que se tranformavam em música. Eram solos dançantes, sensíveis, interessantes, que nos fazem pensar, dançar, meditar, sonhar, enfim, solos únicos que nos fazem sentir um mix de sensações incríveis, entrando em nossos ouvidos e tocando nossas almas.
No entanto, esse gênio já morreu. E morreu cedo. Em uma época que a informação demorava a chegar para os que viviam longe dos grandes centros urbanos dos anos 60. Uma época que vivia sendo aterrorizada pela guerra. Um época onde as pessoas construíam abrigos no fundo de suas casas em fazendas. E exatamente por viver em uma época assim, Jimi deixou um legado musical muito importante, mas breve. Bandas relativamente novas e com menos história tem mais tempo de músicas do que todos os CD's de Jimi juntos. No entanto nenhuma dessas bandas são tão genias quanto o próprio deus do rock.
"People, Hell and Angels" serve para nos deixar com um gostinho de quero mais, serve para nos deliciarmos com ótima música, serve para nos fazer sentir inveja de nossos avós e pais que puderam pisar no planeta Terra na mesma época que o deus vivo do rock desceu dos céus para nos agraciar com seus solos maravilhosos de guitarra.
"People, Hell and Angels" é um ótimo CD, mas não é perfeito, pois ao final de suas 13 maravilhosas músicas nos faz sentir tristes.
Muito tristes.
Ficamos tristes por saber que o deus do rock já nos abandonou e só poderemos vê-lo novamente ao vivo, quando concluirmos a nossa caminhada por aqui.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Dica musical: Hadouken! - Every weekend

Hadouken! é uma banda do Reino Unido que toca um gênero bem peculiar, uma espécie de rock com new wave, mas que foi mudando ao longo dos anos.
Eu ouço eles desde o primeiro CD deles, quando ainda tinham alguns riffs pesados de guitarra e uns toques de músicas eletrônicas no meio das músicas, além de vários palavrões.
Isso foi há alguns bons anos e agora o Hadouken! mudou.
Os membros cresceram, a banda começou a tocar em festas de música eletrônica e raves por todo o mundo, além de mudar a sua sonoridade.
Agora quase não dá pra ouvir os riffs pesados de guitarra, o que mais se escuta são sintetizadores e batidas agitadas que lembram músicas dubstep.
Mas o Hadouken! não é uma banda que pode ser generalizada, eles nunca puderam ser generalizados.
Eles estão sim mais "eletrônicos" do que antes, mas isso não quer dizer que eles tenham piorado.
Esse album pode não ser o seu melhor album, mas ainda tem muitas músicas boas e que ficam grudadas na sua cabeça por um bom tempo, ou seja, vale a pena ouvir.
Então, fica a dica! ;)

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Post literário: Lolita

Eu não gosto de falar de coisas que não gosto no blog, por que não gosto de fazer propaganda negativa para os outros, mas um livro é diferente de um filme, por que você não perde "apenas" uma ou duas horas da sua vida, mas dias inteiros.
É por isso que o post de hoje é só um "post literário" e não uma dica literária, por que esse livro é ruim.
Lolita conta a péssima história de um pedófilo sortudo que corre atrás de meninas nojentinhas de 12 ou 13 anos e acaba se dando bem com uma metidinha vagabunda de algum canto obscuro dos EUA.
Humbert Humbert é um típico anti-herói, mas ele não esta sozinho... Todos são anti-heróis nesse livro. Sua ex-namorada dos 13 anos, sua ex-mulher, sua nova mulher caipira e até mesmo a, suposta, pobre Lolita.
Suposta pobre, por que Lolita não é nenhuma santa e se você acha, como eu achava, que vai ficar com dó dela ou algo assim, mude de ideia meu amigo.
A menina é tão chata, irritante, fresca e metida que você acaba ficando com raiva dela e mal pode esperar para o momento em que ela se dê mal na história.
E no final, ela nem se dá tão mal assim.
E o cretino do Humbert Humbert... É um personagem tão ruim, tão sem carisma, que depois de 50 páginas lidas, você nem nota mais a presença dele. É como se ele fosse um narrador inexistente, ou algo assim... Um elemento sem importância para a história, um zero à esquerda, como ele realmente é.
Enfim, não compre esse livro, nem leia, nem cogite lê-lo algum dia e se você vê-lo algum dia na livraria, rasgue-o para mim, por que, infelizmente, ele estará na sessão dos best-sellers de sempre.