quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Dica cinematográfica: "The Room"

"The room" é um filme lançado em 2003 que, como todo clássico cult, não foi aclamado pela mídia especializada, mas fez muito sucesso no mercado de DVD.
Faz dez anos que esse filme foi lançado e só agora eu o descobri.
Bem, pra começar... Esse filme é o melhor filme do mundo!
Poucas pessoas entendem a profundidade dos temas abordados no filme, a complexidade de seus personagens, a psicologia e a ideologia por trás dessa brilhante pérola do cinema estadunidense.
Tudo começa em São Francisco, onde o filme começa a mostrar imagens daquela cidade, até que conhecemos o personagem principal: Johnny, um homem bem vestido, mas que não sabemos qual é o seu trabalho de verdade. Isso é uma crítica à nossa sociedade, por que não queremos saber o que são as pessoas, o que fazem, etc... queremos saber apenas de alguns fatos explícitos e ultrajantes que cada um guarda dentro de si.
Logo sabemos que ele é um romântico, pois leva flores à sua mulher, uma clara crítica aos homens do século 21, que são frouxos mesmo.
Depois de uma cena de amor picante, uma crítica metalinguística que critica o próprio cinema, pois nudez vende mais que histórias de verdade, ficamos sabendo que a mulher de Johnny o trai com o melhor amigo. Ótima crítica não só as mulheres do século 21, mas também aos homens frouxos, pois se deixam serem enganados.
Mark, o melhor amigo de Johnny sempre dorme com Lisa, a mulher de Johnny, mas também sempre pergunta à ela "O que você está fazendo?", como se já não estivesse óbvio as intenções da mulher. Isso também é uma crítica à uma das facetas masculinas do século 21: O homem macho! O cara bonito, musculoso, atleta e pegador, mas que é um verdadeiro debilóide.
Somos apresentados à outros personagens e ficamos sabendo de outros ganchos na história, como o câncer da mão de Lisa e o envolvimento com drogas do vizinho de Johnny, um menino adolescente, mas nada disso importa pois o que a audiência quer ver é sexo e adultério.
E o filme dá à audiência o que ela quer e é nesse ponto que o filme mais merece, pois apesar dele ser tido como uma porcaria, um filme ruim, ele só reúne elementos dos blockbusters e joga na cara de todo mundo, para depois ser chamado de porcaria e os telespectadores não percebem que caíram na armadilha de Tommy Wiseau: Mostrar que os verdadeiros filmes ruins são os blockbusters de Hollywood, com suas histórias dramáticas, cenas de sexo explícito e roteiros horríveis.
Genialmente, Tommy Wiseau termina o filme matando seu próprio ego, Johnny, o lado fraco, romântico e feliz de si mesmo, com um tiro na cabeça, abandonando esse mundo dominado por grandes corporações, falsidade e traição, dando um tapa na cara de todos os fantoches que semanalmente se encontram nos cinemas do mundo todo para, supostamente, assistir filmes bons.
The room é um maravilhoso filme, com ótima trilha sonora, fotografia impecável e roteiro surpreendente. Não é pra menos que só agora ele começa a ser entendido pelas pessoas, pois parece que só agora o povo começou a acordar de seu longo sono, não só no Brasil, mas no mundo todo.

Esse post foi feito com altas doses de sarcasmo e despretenção.