sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Dica cinematográfica: Wrong

Esse vai direto pra lista de "novos clássicos", por que apesar de ter sido lançado no ano passado, é um filme que nasceu cult e será para sempre um clássico, assim como Rubber, do mesmo diretor: Quentin Dupieux.
Eu sou fã do Quentin Dupieux.
Seus filmes são muito bons. Só havia assistido Rubber e agora, com Wrong é notável que ele tem o seu próprio estilo, que seus filmes são únicos e incomparáveis com qualquer outro.
Tanto Rubber quanto Wrong só tem uma premissa: Desligar-se da realidade. O próprio começo de Rubber já nos apresenta uma situação que esclarece o que o telespectador pode esperar, algo afastado do realismo, algo que se passa em um lugar parecido com nosso mundo, mas que não é nosso mundo, as localidades podem ser reais, mas o contexto, as falas e, principalmente, as ações, não são daqui. Você só pode esperar um filme onde tudo aconteça por "razão nenhuma", que, de acordo com Rubber, é o carro motor de todos os maiores sucessos de Hollywood.
Em Wrong não é diferente, pois conta a história de um rapaz chamado Dolph que acorda de manhã e não encontra seu cachorro. A explicação para o sumiço do animal é jogada na cara do telespectador e voc~e se convence dela, mas todas as outras ações, todos os outros personagens ou qual a importância deles para o longa simplesmente não fazem sentido e você se pergunta: "Por que chove no escritório de Dolph?", "Por que ele continua indo ao trabalho mesmo sendo demitido?" ou ainda "Por que a palmeira virou um pinheiro?".
Não espere resposta para isso, por que, assim como em todos os melhores filmes de Hollywood, esse tipo de coisa acontece por razão nenhuma.
E é exatamente por razão nenhuma que o filme é bom. Ou talvez até tenha uma razão, talvez todos nós estamos cansados de filmes com tramas surpreendentes ou de filmes adolescentes com romances fracos ou de grandes blockbusters ou filmes franceses cult ou ainda ótimos filmes de terror asiáticos. Talvez nós estejamos cansados do cinema em si e precisamos ir ao cinema, não para apreciar o cinema, mas apenas para ir lá. Apenas para ver algo, mas sem pensar muito, apesar sair de casa por razão nenhuma e nos desprendermos da realidade chata.
Afinal, mesmo aquilo que parece fazer sentido, pode não ser verdade.
Essa é a dica de hoje, mais um ótimo filme de Quentin Dupieux: Wrong.