quinta-feira, 26 de abril de 2018

Dica cinematográfica: “I Kill Giants” (2018)

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Quando eu soube que um dos meus quadrinhos favoritos seria adaptado para filme, fiquei muito contente, mas tratei logo de baixar a bola, pois sabia que a chance de decepção era alta. Felizmente me enganei.

O filme segue a história do quadrinho, que se centra em Bárbara, uma menina complicada, que tem poucos amigos e vive num mundo imaginário, onde ela é uma assassina de gigantes. Quando chega uma menina nova na cidade, Bárbara trata de apresentar os gigantes a ela e isso é o estopim para uma amizade, que é logo ameaçada, tanto com desafios reais, quanto com desafios imaginários, embora estes também tenham uma base muito real.

A história é simples e não tem muitas surpresas, embora algumas reviravoltas no roteiro possam surpreender os mais incautos. Isso acontece na HQ e acontece no filme também. Há, em todo momento, uma suspeita de que a Bárbara cria o seu próprio mundo e nunca fica muito claro o motivo, embora nós sempre suspeitemos de um. Dá pra se fazer uma boa análise psicológica desse filme, mas eu não tenho capacidade, nem tempo para isso agora.

Então vamos falar das diferenças do filme pra HQ, pois elas são poucas, porém pontuais. O filme é um indie e como tal tem aquela atmosfera soturna, situando Bárbara numa cidade bem mais fria do que a cidade da HQ. Isso não incomoda, mas é um detalhe a se considerar. Alguns personagens são cortados e outros sofrem diferenças, mas de uma maneira geral, o filme consegue se assimilar bastante a HQ, embora consiga se manter sozinho. São duas obras diferentes e ambas igualmente boas.

E “I Kill Giants” (o filme) é realmente bom. Eu tinha meu receio por se tratar de uma HQ desconhecida e um filme indie, mas tive uma agradável surpresa. Ao longo do filme, a película só foi me agradando e ao chegar no final, não decepciona. Os efeitos especiais ficaram muito bons, embora não tenha sido tão magnânimo quanto na HQ.

Outra coisa bacana foi a inclusão de um desenho do J.M.Ken Niimura, o artista da HQ. É sempre bom quando uma obra adaptada traz membros da origem para poder participar do projeto de adaptação.

Enfim, “I Kill Giants” é um ótimo filme, vindo de uma ótima HQ, que merece ser assistido.

4 pontos e meio

terça-feira, 24 de abril de 2018

Dica cinematográfica: “A incrível aventura de Rick Baker” (2016)

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Há um bom tempo me foi recomendado esse filme e eu fiquei enrolando ele pra assistir, achando que ia ser legal, mas não era pra ser assistido com urgência... Ledo engano! Que filmaço eu estava perdendo.

“A incrível aventura de Rick Baker” conta a história de Rick Baker, um delinquente juvenil que nem tem 13 anos e que é levado para viver com um casal de meia-idade que vive numa fazenda no interior da Nova Zelândia. Ao entrar em contato com a simplicidade da vida no campo, Rick Baker começa a melhorar, mas sua “tia” acaba morrendo e então inicia-se uma nova crise em sua vida, acompanhando a crise na vida do “tio”, que resolve fugir para o meio da floresta. Influenciado e perdido, Rick acaba fugindo antes e se perde, mas é encontrado pelo “tio”, Hec Faulkner. O problema é que quando os dois decidem voltar para a civilização, estão sendo procurados pelo polícia e uma série de infortúnios acaba agravando a situação deles, até que ela não pode mais ser suportada.

O filme é uma comédia dramática sobre crescimento, masculinidade e, principalmente, sobre relacionamentos. Não quero me estender muito aqui, até porque isso é fácil de ser notado no filme, mas ele é basicamente um “coming-of-age”, sem os elementos românticos e adicionando elementos masculinos, dando a ele mais robustez e solidificação, pois as crises que Rick e seu tio enfrentam são crises humanas, não indicativos de uma idade apenas, mas de fases da vida, pelas quais podemos passar a qualquer momento e nunca há como se preparar para elas, embora haja uma forma de lidarmos com elas de maneira saudável.

O humor é diverso, variando do refinado para o escrachado, o que acabou me agradando muito e pode agradar tanto a gregos quanto troianos. Você pode até se ofender num momento ou outro, mas isso é passageiro, pois o filme é muito diverso nessa questão e muito maduro também. Apesar de algumas piadas serem bem escrachadas, elas não são tratadas de modo a ofender, mas ocorrem de maneira natural, imitando a vida como ela é.

A narrativa é guiada de forma natural também e o filme cresce de maneira orgânica, embora muitas de suas partes não sejam críveis, se comparadas com a vida real.

Os atores estão todos muito bem em seus papéis, a direção é muito dinâmica, cheia de cortes em momentos ideais e a trilha sonora é recheada de canções clássicas, porém desconhecidas, reforçando esse ar de “coming-of-age” mais cult e maduro.

Enfim, é um excelente filme. Não há o que discutir.

5 pontos

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Dica literária: "Pais & Filhos" de Ivan Turgueniev (1862)

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E continuando meu desbravamento pela literatura russa, decido encarar esse clássico de frente, "Pais & Filhos", a obra prima do escritor Ivan Turgueniev, publicada numa época de grande perturbação social e política no enorme país.

O livro conta a história de dois amigos, Arcádio Kirsánov e Eugênio Bazárov, ambos niilistas, mas Bazárov um pouco mais radical e espécie de mentor de Arcádio nessa "filosofia" de vida. Bazárov é convidado para visitar a família de Kirsánov durante o verão e lá conhece os parentes do amigo, com os quais acaba criando uma certa rivalidade, em especial com o tio de Arcádio, Pavel. Mas é a presença de uma dama, mais velha, viúva e muito bela, a rica Anna Sergueievna Odintsova, que irá desestabilizar, não apenas a amizade dos dois jovens, como o próprio Bazárov e seus preceitos.

Entre mostras do cotidiano russo do século 19 e muitas discussões políticas e filosóficas, o livro desenvolve uma narrativa linear, de fácil leitura e que te guia por suas páginas de forma leve e serena. Li-o em apenas uma semana e com cada livro russo dessa época que leio, fico mais espantado com o talento que seus autores tinham para a narrativa. É fantástica a forma como Turgueniev alia discussões políticas e filosóficas com uma história concisa, de forma que a obra não ganha, sob hipótese alguma, ares de panfletagem.

Mas ela tem uma moral, não se deixe enganar, embora ela só seja esfregada na cara do leitor nas últimas páginas, o que apenas faz com que "Pais & Filhos" ganhe uma força ainda maior, uma obra como poucas, que entretém e ensina ao mesmo tempo.

A história é trágica e, dependendo do seu ponto de vista, poderá ser triste ou feliz. A mim, ficou a impressão de que li um excelente livro, uma bela história moral, muito bem elaborada e construída.

O livro ainda é curto e eu tive contato apenas com uma edição bem antiga e surrada, mas vale a pena adquirir e ter em sua coleção, principalmente se você quiser emprestar para amigos a fim de inicia-los na criativa literatura russa do século 19.

5 pontos

terça-feira, 17 de abril de 2018

Dica televisiva: “O Mecanismo” (2018)

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Numa semana em que uma terrível notícia para o povo brasileiro e uma maravilhosa notícia para todo bandido do país assolou as manchetes dos jornais, saiu também essa série de José Padilha, o mesmo diretor de filmes controversos como “Ônibus 174” e “Tropa de Elite”, com apoio de Elena Soarez no roteiro e Marcos Padro na direção. Uma baita surpresa para mim!

A série é livremente baseada no livro “Lava Jato – O Juiz Sérgio Moro e os Bastidores da Operação que Abalou o Brasil”, tomando diversas liberdades criativas para efeito dramático, mas também modificando diversos elementos da vida real, desde os nomes dos envolvidos até as empresas e instituições federais do nosso país. Partindo daí, somos apresentados ao personagem de Marco Ruffo, um policial federal com alguns problemas mentais, que passou a vida toda investigando um doleiro, mas sempre dando com a cara no muro. Sua paranoia o leva a uma indesejada aposentadoria e por fim, sua aprendiz, Verena, continua as investigações de onde ele parou, que a leva até a criar, junto com uma pequena equipe, a Operação Lava Jato.

Primeiro os elogios, pois a série merece muitos. Ainda nos aspectos narrativos, a série merece louvores, pois se trata de um primor nesse aspecto, guiando a atenção do espectador por dois pontos de vista, para então focar no de Verena, criando diversos plot twists já nos primeiros episódios. Há uma narração em off, mas é dos próprios personagens, o que reforça sua atmosfera investigativa classuda, fazendo jus aos melhores filmes policiais que existem por aí.

Quanto aos aspectos técnicos, ela merece ainda mais louvores, pois é um excelente neo-noir gótico classudo, usando e abusando da estética que esses gêneros criaram ao longo dos anos, tanto na literatura, quanto no cinema e “O Mecanismo” mescla tudo isso muito bem. Logo no começo há umas cenas de ação que incomodam, pois Padilha segue uma certa escola de cinema de ação que não é lá muito dinâmica, mas isso é perdoável, já que a série acaba virando um tremendo jogo de intrigas do meio pro final.

E não dá pra deixar de lado as críticas que a série faz ao longo de sua projeção, desde as primeiras narrações de Ruffo, criticando a impunidade do país, até o toma lá da cá de bandidos que acontece em razão dos poderes maiores da justiça brasileira, terminando com um tremendo soco no estômago ao concluir a participação de cada um de nós nesse mecanismo da corrupção brasileira, que não tem fim.

E aqui cabe uma crítica às críticas, pois não demorou para que os esquerdalhas começassem a criticar a série como se ela fosse uma enaltecedora da “direita brasileira” e a série é bem o oposto disso, chegando ao ponto de incluir isso na narração em off do Ruffo nos dois últimos episódios. Isso é fácil de demonstrar por 3 aspectos; (1) logo no começo somos apresentados a dois membros do Ministério Público, um que está mais preocupado com seu doutorado e outro um tremendo machista que faz as coisas quando lhe dá na telha, além de termos um Sérgio Moro adaptado para a série, que é um verdadeiro bundão e vaidoso (ele só começa a trabalhar de verdade pra ajudar a operação quando seu rosto sai nos jornais); (2) essa inatividade dos agentes da lei força os policiais federais a agirem à margem da lei para alcançar os seus objetivos (Ruffo guarda documentos confidenciais em casa, ameaça um empreiteiro e infiltra um espião na sede da polícia em Curitiba), aderindo de verdade a filosofia dos “fins justificam os meios”, derrubando qualquer imagem de herói e, por fim, (3) somos apresentados, minuciosamente, a intrigas políticas, desde do governo até a oposição, todos tirando umas lasquinha de vantagem das investigações e numa interpretação leviana poderia até levar o espectador concluir que a série sustenta o argumento de que houve golpe, mas não houve.

Todos esses aspectos são resquícios de uma narrativa gótica, que se alia a uma estética noir, adaptada para o Brasil do século XXI, que enche os olhos. A cena final no Bingo é um diamante estético e as críticas que muitos estão fazendo a série são simplesmente incabíveis.

Enfim, “O Mecanismo” é a melhor série que a Netflix lançou esse ano. Uma obra corajosa, muito bem produzida e que enche os olhos de quem sabe admirar uma boa arte. Não deixe a ideologia te cegar.

4 pontos

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Dica musical: “Dear Annie” do Rejjie Snow (2018)

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Desde 2013, o rapper irlandês vinha fazendo alarde um álbum e apenas esse ano o seu primeiro álbum de estúdio veio. O resultado não é o que se esperava de 2013, mas também não é uma desagradável surpresa.

Apesar de sempre ter feito alarde de seu primeiro álbum de estúdio, Rejjie Snow passou por diversas mudanças ao longo dos anos. Do som mais old school de Rejovich e suas inúmeras parcerias até o som mais pop de uma série de singles que culminaram em “The Moon & You”, pavimentando o terreno para o lançamento de “Dear Annie”.

Confesso que não era o Rejjie Snow que eu queria, inspirado em MF Doom, com muito espaço para uma instrumentação old school, mas com tantas mudanças ao longo dos anos, pude me acostumar ao terreno onde ele se sente mais confortável hoje em dia, um som mais pop, muito eletrônico, repetitivo, mas com bastante espaço para que ele possa rimar.

É bom ver que ele continua atento a um conceito perpassando suas músicas e que aqui une o álbum inteiro, se colocando como se fosse uma entrevista numa rádio e as músicas sendo os intervalos, que expressam todo o seu amor pela Annie. É uma carta de amor.

No entanto, há uma influência pesada do último álbum do Tyler, the Creator ao longo do álbum, o que me faz questionar a autenticidade de todo o projeto, embora eu ache que ele esteja sendo totalmente sincero ao longo das canções. Ainda assim, incomoda um pouco essa influência pesada.

De uma maneira geral, o álbum agrada, apesar de decepcionar um pouco quem já era fã do cara desde Rejovich. As melhores músicas de “Dear Annie” não chegam aos pés de “Nights Over Georgia”, single que nunca fora lançado num álbum, mas que continua sendo a melhor música que ele já lançou.

3 pontos e meio

terça-feira, 10 de abril de 2018

Dica gourmet: Filé de Peito de Frango Sassami

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Hoje mais uma dica gourmet para vocês e dessa vez alinhada com uma dieta saudável, pois irei falar da receita central de toda dieta de um marombeiro de academia.

Voltei a treinar recentemente (musculação, pois não tenho coordenação motora pra praticar um esporte de verdade), então resolvi fazer algumas mudanças na minha dieta e a principal foi a carne, que não pode faltar nas minhas refeições. Qual não foi a minha surpresa quando descobri que o quilo de peito de frango, já cortado, é uma das carnes mais baratas do supermercado?

Fiquei contente e já logo adotei a carne branca no meu dia a dia.

A receita que faço é simples, mas muito gostosa, simplesmente frito os cortes de frango, adicionando sal e pimenta do reino em pó depois que a carne já ficou branca. Ele acaba ganhando aquela coloração meio alaranjada que é esteticamente agradável, mas também pode ser feito de outras formas, como com shoyo, o que também é bom, mas eu não gosto tanto do gosto do molho oriental.

5 pontos

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Dica musical: "Wait for Love" do Pianos Become the Teeth (2018)

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Ao longo dos anos, Piano Becomes the Teeth, a banda de Baltimore, formada em 2006, mudou o seu som de forma gradual, indo de um post-hardcore, com influências emo e screamo para um som mais complexo e que só pode ser encaixado embaixo das asas do post-rock e “Wait for Love” é o ápice dessa mudança.

Em “Wait for Love”, todas as influências screamo e hardcore foram abandonadas, dando espaço para um som mais expansivo, dinâmico e complexo, cheio de riffs de guitarra que servem para criar uma atmosfera única, expansiva, por vezes num crescendo quase infindável, mas ora estática e mais pesada.

É um som único, de fato e não é recomendado para todos, porém eu gosto. Acho, inclusive, melhor do que na primeira fase da banda, que, apesar de ser mais fácil de se classificar, era mais genérico e, convenhamos, enchia o saco. Toda a histeria, gritaria e o som excessivamente pesado era apenas uma mostra de imaturidade artística, pois aquilo lá não levava a nada, embora os álbuns fossem bem ambiciosos.

A principal mudança no som da banda é por parte do vocalista, mas aqui ele já se encontra numa área confortável e acaba soando melhor do que nos últimos álbuns, deixando um espaço para que os outros instrumentos possam se desenvolver e favorecer a criação de uma atmosfera e conceito que tornam este o álbum mais ambicioso da banda.

Mas isso não é um sinal de que é um álbum excelente. Embora eu tenha gostado, ainda acho que a banda é limitada e a complexidade do som fica numa área cinza, onde eu não sei se é genialidade ou apenas uma bagunça.

Sendo um ou outro, gostei do álbum e é por isso que ele merece uma dica.

3 pontos e meio

terça-feira, 3 de abril de 2018

Dica cinematográfica: “Real – O Plano por trás da História” (2017)

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Mais um filme reaça lançado ano passado, que merece uma dica d’O Sommelier de Tudo.

Em “Real”, acompanhamos a trajetória de Gustavo Franco, economista responsável pelo Plano Real, que acabou com a hiperinflação que assolava o Brasil nos anos 90 e sua árdua trajetória pelo governo, passando por cargos importantes e culminando numa polêmica investigação conhecida como Banestado.

Já começo dizendo que, assim como o filme da Lava Jato, esse não é um ótimo filme, embora também não seja ruim, é um filme bom e nada mais. Pra começar, ele não entrega o que promete (ao menos o que foi dito nos trailers), porque, pelos trailers, temos a impressão de que irá se tratar de um filme sobe o Plano Real, mas não se engane, esse é um filme sobre Gustavo Franco.

Embora foque nos menos de 10 anos de carreira de Gustavo Franco atuante junto ao governo, é um filme que toca em questões pessoais da vida dele, o seu trato com outras pessoas, familiares e colegas de trabalho, suas posições ideológicas e suas estratégias junto ao governo para ele tentar minar a corrupção e os esquemas de politicagem que sempre existiram no nosso país e acentuaram-se a partir da segunda metade do século XX.

O filme tem ares de panfletagem, embora essa panfletagem se concentre na figura de Gustavo Franco, sendo assim, perdoável. Por exemplo, logo na primeira cena, vemos uma discussão de Gustavo com um amigo seu, carioca, rico e que está pronto para ir trabalhar em Londres para uma multinacional, mas critica Tatcher, a Perestroika, defende programas de incentivo sociais do governo e ainda vota no PT, o típico comunista hipócrita. Essa discussão é recheada de ataques tanto de um lado quanto de outro, embora o lado da esquerda sempre fique mais fraco. Esse tipo de cena ocorrerá outras vezes ao longo do filme, em que Gustavo fica no canto oposto ao seu inimigo e a câmera fica indo de um lado para o outro. É uma sacada interessante da direção e o debate acalorado carrega de tensão a cena, mas quando termina, eu não consegui deixar de sentir um cheirinho de panfletagem no ar.

Mas não é como se não pudesse escapar disso num filme desses, afinal Gustavo Franco é uma figura que divide opiniões, até mesmo pela sua trajetória conturbada, mas o filme lhe garante um status de herói. A narrativa é digna de thrillers de suspense e investigação, como filmes de jornalismo, muito comuns atualmente e prende a atenção. Você pode até não gostar de Gustavo Franco e, nesse caso, irá odiar o filme, mas os produtores, roteiristas e o diretor foram muito competentes em dinamizar uma história que só foi contada de maneira enfadonha, usando para isso tanto recursos narrativos (personagens fictícios, situações que não podem ser comprovadas, etc) e recursos técnicos (a movimentação de câmera de um lado para o outro é um ótimo exemplo disso).

Além disso, o filme conta com uma trilha sonora bacana, é genérica, mas é mais envolvente que a do filme da Lava Jato, auxiliando na dinamização da história contada pelo filme.

Enfim, é um bom filme, contando de forma nunca antes contada uma história que é encarada por todos como algo chato, mas, com esse filme, ficou legal.

3 pontos e meio