terça-feira, 24 de abril de 2018

Dica cinematográfica: “A incrível aventura de Rick Baker” (2016)

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Há um bom tempo me foi recomendado esse filme e eu fiquei enrolando ele pra assistir, achando que ia ser legal, mas não era pra ser assistido com urgência... Ledo engano! Que filmaço eu estava perdendo.

“A incrível aventura de Rick Baker” conta a história de Rick Baker, um delinquente juvenil que nem tem 13 anos e que é levado para viver com um casal de meia-idade que vive numa fazenda no interior da Nova Zelândia. Ao entrar em contato com a simplicidade da vida no campo, Rick Baker começa a melhorar, mas sua “tia” acaba morrendo e então inicia-se uma nova crise em sua vida, acompanhando a crise na vida do “tio”, que resolve fugir para o meio da floresta. Influenciado e perdido, Rick acaba fugindo antes e se perde, mas é encontrado pelo “tio”, Hec Faulkner. O problema é que quando os dois decidem voltar para a civilização, estão sendo procurados pelo polícia e uma série de infortúnios acaba agravando a situação deles, até que ela não pode mais ser suportada.

O filme é uma comédia dramática sobre crescimento, masculinidade e, principalmente, sobre relacionamentos. Não quero me estender muito aqui, até porque isso é fácil de ser notado no filme, mas ele é basicamente um “coming-of-age”, sem os elementos românticos e adicionando elementos masculinos, dando a ele mais robustez e solidificação, pois as crises que Rick e seu tio enfrentam são crises humanas, não indicativos de uma idade apenas, mas de fases da vida, pelas quais podemos passar a qualquer momento e nunca há como se preparar para elas, embora haja uma forma de lidarmos com elas de maneira saudável.

O humor é diverso, variando do refinado para o escrachado, o que acabou me agradando muito e pode agradar tanto a gregos quanto troianos. Você pode até se ofender num momento ou outro, mas isso é passageiro, pois o filme é muito diverso nessa questão e muito maduro também. Apesar de algumas piadas serem bem escrachadas, elas não são tratadas de modo a ofender, mas ocorrem de maneira natural, imitando a vida como ela é.

A narrativa é guiada de forma natural também e o filme cresce de maneira orgânica, embora muitas de suas partes não sejam críveis, se comparadas com a vida real.

Os atores estão todos muito bem em seus papéis, a direção é muito dinâmica, cheia de cortes em momentos ideais e a trilha sonora é recheada de canções clássicas, porém desconhecidas, reforçando esse ar de “coming-of-age” mais cult e maduro.

Enfim, é um excelente filme. Não há o que discutir.

5 pontos