terça-feira, 7 de maio de 2019

Dica cinematográfica: “A Peregrinação” (2017)

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Este filme não foi alcançado pelo meu radar até que fui pesquisar mais informações sobre a colaboração artística do La Dispute com 2 programadores de videogame, Pilgrimage. O resultado foi uma boa suspresa.

O filme conta a história das origens de uma relíquia religiosa, a pedra que assassinou São Matias Apóstolo, o substituto de Judas Iscariotes. Essa relíquia é mantida por um grupo de monges num projeto de mosteiro no interior da Irlanda, quando recebem a visita de Ciaran, um padre que chega no país a pedido do papa Inocêncio III, que solicita que a relíquia seja levada para Roma afim de revelar quem tem uma fé verdadeira ou não. Relutantemente os monges se deixam convencer, pois as histórias em torno da relíquia levantam dúvidas acerca de suas propriedades, podendo ser muito perigosa. Ainda assim, Cioran consegue a companhia de um grupo de monges, um deles um inocente noviço e um trabalhador mudo e misterioso, mas com grande força e habilidades físicas de luta.

A obra é se trata de uma produção irlandesa e é impressionante como foi bem tratada. Estrela dois nomes muito bem requisitados no cinema atual, o intérprete do Homem-Aranha no MCU e o intérprete do Justiceiro nas séries Marvel da Netflix. Não me lembro do nome deles, mas você já deve saber de quem estou falando.

Sendo uma história que se passa no período medieval, a obra é recheada de violência e conta com aquele filtro meio acizentado que dá um tom bem apocalíptico para a obra. Tudo isso reforça a sensação de clima pesado que a história carrega, envolvendo traições, busca por poder e discussões de fé.

A obra levante questões interessantes, contendo mais de uma camada, dando muito pano pra manga nas discussões após o término da sessão do filme. Isso também é motivo de críticas negativas do filme, pois a motivação de muitos personagens não fica clara e é difícil saber o momento certo em que as coisas começam a ir para o buraco na obra, no entanto, para mim, isso pareceu ser intencional dos roteiristas da obra.

Não conhecemos muito dos personagens, mas conseguimos captar nuances que nos entregam o que pode ter acontecido com eles, ainda que isso não fique totalmente claro. Isso acaba fortalecendo a atmosfera apocalíptica da obra.

Também é um filme curto para as suas pretenções. São pouco mais de 1h30 e há muito coisa que poderia ser explorada com mais profundidade. São apenas detalhes, mas fariam diferença.

De qualquer forma, A Peregrinação me surpreendeu. Levanta questões interessantes, é uma história que te prende na tela (e isso também é consequência do seu tempo mais curto), além de contar com uma ótima produção.

4 pontos