quinta-feira, 19 de março de 2020

Coronga 2 - Se o mundo acabar num suspiro

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E os casos já alcançaram os 300! O Coronga está se espalhando mais rápido aqui do que na Itália. Tem gente entrando em histeria, querendo expulsar o presidente do poder e até brigando por papel higiênico.

Os aproveitadores estão querendo fazer protesto das janelas de seus apartamentos na zona sul... lamentável, mas vamos ver no que vai dar. Espero que passem vergonha.

Eu, aqui do alto da minha cidadezinha no interior do Paraná estou de boa. As aulas na escola onde dou aula foram transferidas para o EAD, o prefeito decretou que tudo vai fechar, exceto farmácias e mercados, a partir de sexta e eu já estou me preparando pra fazer os exercícios físicos em casa.

No entanto, essa semana as cidade ainda está funcionando, mas os habitantes já estão entrando no clima. As escolas e universidades públicas já fecharam, o número de pessoas nas ruas diminuiu e os carros também.

Ontem fui no Correios buscar os suplementes que encomendei no site da Growth e, acredite se quiser, só tinha 2 pessoas na fila. Eu mal sentei no banco depois de pegar minha senha e fui logo chamado. Não tinha reparado até então, mas quando saí na rua pra voltar pra casa, notei que haviam bem menos pessoas nas ruas do que de costume e carros também.

Sempre que saio na rua, preparo uns podcasts pra ouvir e, ontem não foi diferente. O diferente foi não ter que colocar o volume no último pra poder ouvir enquanto atravessava uma das avenidas mais movimentadas. Aliás, nem precisei atravessar no semáforo, porque o movimento estava bem tranquilo, havia espaço suficiente pra atravessar ela entre um e outro comboio de carros.

Hoje, na academia, por volta das 12h, só tinha eu lá. Não durou muito tempo, pois logo chegou um maromba, mas estava perfeito. A academia era, praticamente, toda minha. No mercado a mesma coisa, não tinha filas e, apesar de não ter usado ônibus esses dias, tentei encontrar alguém de pé, mas não deu.

Tudo isso me fez lembrar da enfadonha e criminosa greve dos caminhoneiros do ano passado. Apesar de toda greve ser um ato contra a dignidade humana, eu lembro de, por uma semana, poder andar nas ruas da cidade sem encontrar roncos barulhentos, funks ligados no último volume, caminhões estapafúrdios e motos irritantes. Lembro de na época muitas pessoas sentirem que estavam vivendo o fim do mundo e eu pensava e continuo pensando: se o mundo acabar num suspiro, eu estou de boa com isso!