sexta-feira, 20 de março de 2020

Coronga 3: Memento Mori

caravaggio-san-gerolamo

E teve panelaço contra o Bolsonaro mesmo, só não sei onde... aqui perto de casa teve um cara batendo panela, mas acho que ele estava só limpando ela mesmo. A motivação é um revolta descontrolada contra o presidente por ele ter deixado de seguir uma série de protocolos com relação ao Coronga e por ter negligenciado o problema, feito pouco caso da obra.

Grande novidade...

O cara foi eleito por ter falado que "Tem que se fudê e acabou", quem se arrependeu do voto ou tava muito iludido com a situação do país ou tá querendo ganhar alguma coisa com esse papo.

Mas ganhar o quê?

Eu fui educado numa família de professores e algo que aprendi desde cedo é procurar enxergar o que se esconde por trás de tudo aquilo que consumia na mídia. Por trás de toda notícia, todo desenho, todo livro tem alguma intenção e é nosso dever descobrir essa intenção pra não virar vítimas das ideologias.

Agora, no meio de toda essa crise, o que poderia fazer com que alguém retuitasse um tuíte atacando o Caio Coppolla? O que faria um professor universitário defender uma jornalista decrépita? O que faria alguém ter um verdadeiro ataque histérico dentro da ALESP?

Dinheiro com certeza seria uma motivação, mas a atual situação não parece favorecer bolsas de dinheiro sendo distribuídas a torto e a direito para pessoas tão diferentes. Vantagem eleitoral também seria uma boa motivação, afinal estamos em ano de eleição, mas, como já mencionado, são pessoas muito distintas entre si, com interesses diferentes.

A conclusão a que chego é a mesma que chegou Ernest Becker: a tanatofobia é o que define as nossas ações. Tanatofobia que deriva do grego Thanatos e significa "medo da morte".

A mim está bem claro. A crise que vivemos atualmente traz a morte bem próximo de nós, a mídia sabe disso e reforça esse sentimento e quando vemos uma pessoa, comum como eu e você, mas que foi alçada ao ideal de "herói" agir de maneira irracional perante um perigo real, nos desesperamos.

É normal, mas também demonstra uma grande falta de controle emocional, pois apesar do medo da morte ser real, ele não pode ofuscar o nosso racionalismo inerente.