quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Dica musical: "Dear" de Boris (2017)

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E os maiores gigantes do doom metal voltam com mais um álbum, dessa vez, uma carta de agradecimento a todos os fãs que acompanham sua prolífica carreira há anos.

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Com a chegada dos 25 anos de estrada, Boris, a banda japonesa de doom metal mais bem sucedida (provavelmente) e mais prolífica (com certeza), anunciou sua aposentadoria. Um fato triste, mas que viria acompanhado de um álbum, “Dear”. Das sessões de ensaio da banda para a criação do álbum, surgiram 3 álbuns diferentes, “Urban Dance”, “Warpath” e “Asian”, todos lançados no mesmo ano de 2015 e que juntos apresentavam adições interessantes ao catálogo da banda, músicas de stoner metal, doom, drone, sludge e mais uma porrada de outros gêneros que você esteja interessado, mas que no final é tudo rock pesado para cabeçudos, no entanto, o resultado não parecia satisfatório para a banda.

E então, eles descobriram que ainda tinham fôlego para mais coisa e decidiram começar a gravação de “Dear”, dessa vez com um objetivo em mente, criar uma obra que funcionasse como uma carta de agradecimento aos seus fãs, um álbum que os fizesse ter orgulho de serem fãs de Boris.

O resultado é um álbum lento, pesado e cheio de letras que questionam a posição da banda na longa trajetória que eles mesmos criaram.

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O som, típico do doom metal, é cansativo e pode ser entediante, mas é uma viagem que vale a pena pelas pequenas pérolas brilhantes que você é capaz de encontrar aqui e ali nas canções. Em sua maioria as músicas consistem de longos acordes de guitarra sendo tocados exaustivamente repetidas vezes com vocais que vairam de intensidade dependendo de quem canta (pois os três membros atuam como vocalistas na banda), podendo ser mais escandalosos, singelos ou simples. E de vez em quando, você encontra resquícios melódicos nas canções. Apenas “Absolutego” é uma canção genuinamente melódica e ainda assim ela termina de maneira bem lenta e pesada.

Um retorno às origens, pois foi assim que Boris começou antes de descabeçar completamente e virar uma banda experimental que chegou até a lançar álbuns pop que fariam Hatsune Mike ficar com inveja.

O álbum pode até ser chato, mas vale a pena por ser a forma de expressão que a banda encontrou para demonstrar o carinho que sentem pelos seus fãs. Recomendo.

4 pontos