terça-feira, 8 de agosto de 2017

Dica musical: "Dark Glow" do Choir Vandals (2017)

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Se você gostou de ser levado para uma viagem nostálgica pelo indie dos anos 2000 com “Sick Scenes”, lançado no início do ano, então este é o álbum para você ouvir nesse meio de ano, mas “Dark Glow” não irá te levar aos anos 2000, mas a um período anterior, o indie rock triste dos anos 90.

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Formada em 2013 na cidade de St. Louis, Missouri, Choir Vandals é uma banda de indie rock que lançou 4 EP’s antes de anunciarem o lançamento de seu álbum de estreia, “Dark Glow”. E como o nome deixa claro, esse é um álbum obscuro, mas com uma luz no fim do túnel.

O som deles é interessante, pois não é depressivo, como a grande gama de bandas que se encontram no revival do emo dos últimos anos. Ainda assim, o som deles é melódico, induzindo a introspecção e com um cansaço presente em cada acorde que te faz lembrar de The Smiths, Pavement e outras tantas bandas indie do final dos anos 80, início dos anos 90.

O próprio vocalista da banda, com um barítono cansado, lembra um pouco o Morrisey, de longe, mas eu lembrei bastante do The Kooks, nos seus melhores anos e sem a batata entalada na garganta.

As músicas, recheadas daquele tom confessional, mas sem entregar muito típico das bandas que estavam saindo da esfera do punk e criando algo de novo, são carregadas de repetições de versos e arrastamento de sílabas. Em determinado momento do álbum, uma música começa com um discurso acerca de Hiroshima e o que prossegue é uma música com acordes irônicos que lembram uma canção havaiana, vocal cansado e dá quase pra ver a banda tocando num bar com uma meia dúzia de indivíduos mal acabados, bêbados, sem esperança, a espelunca caindo aos pedaços, com garçonetes feias e um barman pior ainda.

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Mas não é um mero revival sem graça, pois assim como “Sick Scenes” no início do ano, o Choir Vandals são frutos de uma geração que cresceu com internet e consomem de tudo um pouco, então o som deles contém elementos que as bandas indie dos anos 90 nem sonhavam em usar, no caso deles, trompetes.

Enfim, “Dark Glow”, assim como “Sick Scenes” não é nenhuma nona maravilha do universo, mas é um álbum bem legal de se ouvir, uma obra interessante e, ouso dizer, necessária para os dias de hoje, em que nossos exemplos bons musicais tem se tornado tão escassos e desonestos.

3 pontos e meio