terça-feira, 1 de agosto de 2017

Dica musical: "Reflections of a Floating World" do Elder (2017)

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O primeiro grande álbum de Doom Metal saiu e agora está passando da hora de escrever uma dica para esse álbum.

“Reflections of a Floating World” é o quarto álbum da banda Elder, uma banda que surgiu como um projeto para “homenagear” o Conan, mas acabou se distanciando disso e virando uma banda muito competente, que atrai desde ouvinte mais novos e alternativos até metalheads insuportáveis. Não conheço os outros projetos da banda, então não posso compará-los com esse álbum, mas posso fazer uma pequena análise dele aqui.

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O álbum é um doom metal, apenas por uma questão técnica de classificação, pois seu som é muito mais diverso do que a maioria dos álbuns de doom metal por aí. Pra começar, Elder puxa muitas influências de outras vertentes de metal, há momentos com extensos solos agudos de guitarra e outros com riffs pesados que fazem qualquer cabeludo balançar a cabeça, no entanto, há muito mais do que a cena do metal atual pode oferecer.

Essa banda não tem medo de caminhar por terrenos tortuosos, que podem fazê-los serem classificados como traidores do movimento, eles não são uns puritanos do metal. Há uma vasta gama de instrumentos usados, de percussão até teclados, além de parecer haver a sobreposição de guitarras, são dois guitarristas que formam a banda, mas em alguns momentos há mais de dois sons de guitarra sendo tocados ao mesmo tempo, ou pelo menos, é o que parece.

Eles também não têm medo de repetir sons, criando longas sequências de riffs e notas que criam a atmosfera épica do álbum. Esqueça toda a firula dos metaleiros “virtuosos”, esse aqui é álbum de gente grande, que sabe o poder que tem em mãos e não precisa ficar se exibindo a todo momento.

Os vocais são secos, com efeitos, mas poderosos, dando aquele toque final para a atmosfera épica que a banda pretende criar.

E por falar em atmosfera, porque não ir direto a ela? O álbum não tem uma história montada sendo contada para nós, mas as melodias, os instrumentos e a dimensão que cada música alcança, a maioria passando dos 10 minutos e cheia de longas sequências instrumentais, criam uma atmosfera épica, que se encaixaria em qualquer filmes de guerra ou ação medieval, enfim, é o típico som que te faz viajar para lugares distantes, enquanto balança a cabeça, mas sem todo o puritanismo de um Bling Guardian da vida, eles são abertos a inovações musicais e isso apenas amplia o seu repertório.

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O tema central do álbum tem algo a ver com criação e destruição sob um ponto de vista filosófico japonês, mas ficou fora do meu alcance para eu poder criar uma opinião sobre isso, talvez os mais cabeçudos encontrem ainda mais material a ser admirado nesse álbum, mas eu me contento com o poder melódico que esse álbum tem.

É um álbum longo, apesar de conter um número pequeno de músicas, passa de uma hora e tem só 6 canções, mas é gostoso de ouvir, cada música se encaixa na próxima e ele todo progride como um evento só, principalmente se você escutá-lo com um bom programa de áudio que não vai deixar aquelas transições silenciosas entre uma música e outra.

Enfim, “Reflections of a Floating World” é um álbum excelente, com potencial pra entrar na lista de melhores do ano e sendo um adversário à altura para o Boris na disputa pelo melhor álbum de doom metal do ano.

4 pontos e meio