terça-feira, 12 de setembro de 2017

Dica cinematográfica: "A mulher do aviador" (1980)

la-femme-de-l-aviateur-1981-affiche

Éric Rohmer é um gênio do cinema, um dos maiores presentes que a nouvelle vague nos deu e, após “terminar” a filmografia de Truffaut, só me resta admirar o trabalho desse absoluto contista do cotidiano.

O filme da vez é “A mulher do aviador” e conta a história de François, um funcionário do correio francês que decide fazer uma visita surpresa a uma garota com a qual ele está saindo, Anne. No entanto, ele não consegue deixar um recado para ela e quem consegue é outro rapaz que está ficando com Anne, Christian. O problema é que Christian é casado e naquela manhã corta os laços com Anne, mas de maneira amigável. Quando François volta à casa de Anne, vê os dois juntos e, cheio de ciúmes discute com Anne. À tarde, por acaso ele encontra Christian, acompanhado de uma loira e decide segui-los. No caminho François conhece Lucie, uma menina de 15 anos que decide ajuda-lo em seu trabalho de “investigação”.

18435326

O filme é o primeiro de uma série de 6 filmes chamada “Comédias e provérbios” e é um típico filme de Éric Rohmer. É um romance que acompanha em detalhes a vida de seus personagens, mas é realista, então não espere um final feliz. Ao mesmo tempo, é também uma história puramente masculina, não só pelo ponto de vista do personagem principal ser o ponto de vista de um homem, mas sua lição final é algo que fala apenas a homens.

Explicar isso seria estragar o filme para quem quer assistir, mas é uma mensagem que um quadrinho muito bom que está sendo publicado atualmente diz; “Lobo Solitário”.

aviator-s-wife-19817564

Como todo filme do Éric Rohmer a atenção aos detalhes técnicos é grande. A direção é excelente, com cortes fantásticos, que não perdem o ritmo quando os personagens conversam e a fotografia é soberba, criando uma atmosfera calma, porém sólida. Algo que influenciou a grande maioria dos romances adolescentes que vemos por aí, mas que não foi tão capturada pelos diretores de hoje em dia.

Este é o primeiro filme dessa série que eu assisti e pretendo terminar logo de assistir todos. Provavelmente são todos igualmente bons, Rohmer nunca desaponta e merece lugar de destaque entre os mestres da nouvelle vague, abaixo apenas do mito Truffaut.

5 pontos