terça-feira, 26 de setembro de 2017

Dica musical: "Good Nature" do Turnover (2017)

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Mais um capítulo de bandas que mudam o seu som drasticamente hoje.

“Good Nature” é o mais recente álbum do Turnover, essa banda que eu tanto gosto e que começou como uma banda de pop-punk/emo, que surgiu logo após a onda de bandas hardcore como Title Fight, La Dispute, Touché Amoré e Basement, mas que só conseguiu ganhar expressividade com o lançamento de seu segundo álbum, um CD recheado de melancolia, desespero e amargura, mas usando uma sonoridade mais expansiva, até mesmo onírica, com influência do new wave, principalmente, só que sem as firulas eletrônicas que me fazem ter aversão ao gênero.

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Em “Good Nature”, o Turnover se distancia mais uma vez do seu álbum anterior, criando canções com uma atmosfera mais calma, muitas notas agudas, ritmos guiados pelo baixo e melodias mais alegres. Enquanto que “Peripheral Vision” (o segundo álbum da banda) era sobre atravessar um momento difícil na vida, “Good Nature” é uma resposta a esse momento, é sobre descobrir a beleza da vida, aproveitá-la e voltar-se para a natureza.

Austin Getz, o vocalista, é também o líder da banda e grande orquestrador dos temas que envolvem o álbum, diz isso em entrevistas, que este álbum é sobre encontrar respostas e se estabelecer. O cara deu uma reviravolta na vida, mudou-se para a Califórnia e virou vegano, ou seja, virou um otário, mas pelo menos continua com o senso artístico ativado e acabou criando algo legal.

“Good Nature” perde feio para “Peripheral Vision”, que apesar de ser um álbum muito triste, é muito bom. Já “Good Nature” é meio simplista demais, não tem tanta consistência e deixa a desejar em muitos momentos. Ainda assim, vale a dica por ser um álbum legal, gostoso de se escutar, com seus grandes momentos, a maioria deles longe do refrão e próximos do começo das canções, que é quando o baixo dá o ritmo e todos os instrumentos o acompanham, criando melodias gostosas de se escutar, mas que, infelizmente, não encontram continuidade no refrão.

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Enfim, não vá escutar “Good Nature” esperando uma maravilha de álbum, mas vá escutá-lo com a mente aberta, esperando encontrar ritmos que ficam na sua cabeça por várias semanas, refrãos chatos e  um sentimentalismo de dar raiva.

3 pontos