terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Dica musical: "Our Pleasure" do Single Mothers (2017)

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E a primeira dica musical de 2018 é de um álbum de 2017... e terão mais desse tipo, pois sempre acabamos descobrindo coisas boas atrasado. Não tem como se manter a par de tudo que é bom no momento em que saem.

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Enfim, a dica de hoje é de uma banda muito curiosa, chamada “Single Mothers”, uma banda canadense de punk rock, mas que mistura uma série de vertentes criando um som diferenciado e com este álbum eles se adaptaram o seu som a todas as vertentes do rock que gostam, aproximando-se tanto do indie quanto do hardcore puro.

É difícil pensar que algo assim possa acontecer, mas aconteceu. O que “Single Mothers” fez com seu estilo musical é algo que poucas bandas fizeram e eu atribuo isso a sua origem canadense. O Canadá nos providenciou ótimas bandas e artistas nos últimos anos, artistas que criam um som único e para bem ou para o mal, são originais. Single Mothers é ainda de Ontário, a província cuja capital é Toronto, uma das cidades mais multiculturais do mundo. Qualquer estilo musical desenvolvido ali sofre mutações, se distancia de suas origens, buscando mesclar elementos distintos e até contraditórios, criando um verdadeiro mutante. Um mutante que agradou muito aos ouvidos do Sommelier de Tudo.

O som de Single Mothers tem a agressividade do punk e do hardcore, mas com melodias dignas do tradicional indie rock do início dos anos 2000. O próprio vocalista lembra At The Drive In com Arctic Monkeys na fase boa.

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O álbum sofre mutações ao longo de sua projeção, constituindo-se de músicas mais agressivas, músicas dançantes e músicas mais lentas. Tanta mistura é um ponto positivo, pois nos apresenta uma variedade musical pouco explorada por artistas cotidianos, mas é também um ponto negativo, pois diminui um pouco a consistência do trabalho. É estranho partir de uma música mais agressiva, para uma mais lenta, sem ter um intermediário entre os dois e o intermediário estar incluído após os dois.

No entanto, de maneira geral, é um ótimo álbum, impressionante, corajoso e criativo. Vale a pena escutar.

4 pontos