sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Em defesa de Augusto Nunes

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Ontem o mundo jornalístico foi abalado quando Augusto Nunes fez uma demonstração incrível de força, coragem e impotência quando foi acusado de chamado de covarde pelo Glenn Greenwald.

Entenda: os dois começaram a trocar farpas logo no começo do programa! Augusto Nunes fez duras críticas a Glenn Greenwald há tempos, levantando questões sobre seu trabalho, as ligações de seu marido e, pelo visto, fez um comentário irônico acerca da família do gringo, que não entendeu e o confrontou com isso. Augusto, muito pacientemente, explicou o que fez, nada mais do que um comentário irônico, bem humorado e não uma crítica mordaz a sua família, como foi entendido por Glenn.

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Glenn Greenwald já é figura carimbada aqui no blog. Não tenho nenhuma simpatia por ele, já desde meses atrás. Ele tentou destruir a reputação do agente público mais respeitado do país, que fez um trabalho acima de qualquer suspeita liderando a maior operação anti-corrupção do mundo. Um juiz que está dando aula pra magistrados no mundo todo e ele fez isso com o quê?

Com praticamente nada!

Com material roubado, vendido e comprado através do mercado negro, possivelmente adulterado e a troco de quê? Pode não ter sido a intenção dele (e ainda assim, duvidamos), mas sua atitude completamente anti-ética abriu espaço para toda a desestabilização jurídica que vemos no país hoje. Vivemos a beira de um faroeste digital e não vai ser legal como nos faz crer a estética cyberpunk.

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O que o Glenn tem de vida, o Augusto Nunes tem de carreira jornalística e ele estava lá, dando uma aula para o gringo de interpretação de texto e o que o Glenn faz? Parte pra ignorância, como outro da sua laia fez e recebeu uma resposta igualmente ignorante, um sopapo na cara.

Devemos partir pra ignorância sempre que possível? Claro que não, mas o caso é excepcional, não é uma regra. Pior do que isso, é a quantidade de urubus carniceiros e aproveitadores que tentam se aproveitar dessa situação pra invalidar toda a direita nacional e internacional, chamar todo mundo de fascista e ignorar toda as atividades anti-éticas do jornalista (mas isso eles já fazem há tempos), que foram inclusive abordadas pelo programa Pânico após a saída do Augusto Nunes.

O que mais me incomoda não é nem dividir o país com o tipo de gente que defende esses pulhas, mas ter que dividir a língua com esses cegos ideológicos. Se ao menos falassem coreano ou suahili, estaria tudo bem! Eu não passaria nervoso com esses biltres.

Esse ano descobri que sou vítima de somatização. Passo nervoso com esse tipo de canalha infame todos os dias. Ontem também ouvi uma safardana pronunciar a pérola "Eu acho que já vivemos numa ditadura". Tudo isso tem feito muito mal para mim e apenas um lado, ao menos, faz esforço para tentar conversar com o outro lado. Glenn Greenwald não teria ido ao programa se soubesse que Augusto Nunes estaria lá. Todo direitista conhece os livros de Foucault, Zizek, Marx, Keines e afins. Nenhum esquerdista conhece Oakshott, von Leddin, Burke e Tocqueville.

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O que Augusto Nunes fez foi canalizar e liberar na cara de Glenn, literalmente, todo o sentimento de indignação que o brasileiro anda sentindo desde que tentaram derrubar Moro. Eu, como estudioso de René Girard, entendo os perigos disso. Glenn tem se enquadrado cada vez mais no papel de bode expiatório, é claro isso, mas adivinha de que lado estão as pessoas que compreendem isso? Pois é. Apenas um lado dessa polarização  política está pronta para amadurecer e trabalhar para um Brasil melhor, mas vai tentar falar isso numa universidade pública, num evento de quadrinhos ou num show de rock... tenta a sorte.

Eu, de minha parte, só quero comprar um sitiozinho, algumas vacas, bois, porcos e galinhas, montar uma hortinha e viver lá, pro resto da minha vida, isolado desse infame mundo moderno.

Enquanto isso não se realiza, só nos resta rir mesmo... desesperadamente.

https://www.youtube.com/watch?v=p5EqAek9UME