sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Dica literária: "Louco" (2015)

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Mais uma Graphic MSP chega às bancas de todo o país este mês, desta vez trazendo como personagem principal o Louco, um dos meus personagens favoritos (ficando atrás apenas do Horácio e do Do Contra), o que me fez criar grandes expectativas para essa edição. Esta é também a última Graphic MSP deste ano, encerrando 2015 com chave de…latão.
Sim, amigos, latão, por que a Graphic MSP do Louco é uma enorme decepção.
É difícil fazer uma sinopse das histórias do Louco, por que elas não fazem nenhum sentido. Em qualquer história dele a premissa seria mais ou menos assim: Cebolinha está andando tranquilamente na rua, quando encontra o Louco e seu mundo vira de ponta cabeça com suas maluquices nonsense.
O humor nonsense das histórias do Louco é o que faz ele ser um personagem tão querido e legal no universo de Maurício de Souza e apesar dessa Graphic MSP ser muito nonsense, tudo que você não encontrará aqui é humor.
Rogério Coelho tentou criar uma espécie de história de origem do Louco, não das suas origens propriamente ditas ou da origem de sua loucura, mas de como ele foi parar no bairro do Limoeiro e conheceu a turma da Mônica lá, gerando uma história dramática, com muitos elementos nonsense, sim, mas elementos esses que funcionam apenas como saídas fáceis, uma espécia de "deus ex-machina" para a dramaticidade da trama. Uma saída que não requer explicações, isso é nonsense sim, mas não é humor, nem é engraçado.
Eu estava animado com uma Graphic MSP do Louco, por que achei que veria suas típicas histórias engraçadas expandidas de 5 páginas para mais de 50, mas não foi isso que aconteceu.
Não estava excitado pelos artistas (como era o caso em "Laços"), nem conhecia a arte de Rogério Coelho e esse é o único ponto forte da história; a arte. Rogério Coelho é um ilustrador de livros infantis e sua arte é realmente exuberante, cheia de detalhes, com um ótimo jogo de cores, sombras e luzes, tudo perfeito para criar um clima bem dramática (que não convém com nenhuma história do Louco), mas até aí há um problema, ele não é desenhista de histórias em quadrinhos e sua narrativa gráfica não é das melhoras. A ideia do Louco transpor os quadrinhos é muito boa, mas é uma tarefa difícil quebrar essa barreira e poucos são os que fazem ela direito. Em diversos momentos, você irá se pegar confuso com o que está acontecendo, de fato, na história, virando o livro de lado ou de ponta cabeça pra entender a suposta metalinguagem que o criador tentou dar.
Há uma regra não escrita, mas pessoal para mim, que é não falar mal no blog, os posts se chamam dicas por uma razão, são apenas coisas que eu gosto de verdade. Não há nem um arquivo com menos de 3 estrelas para evitar críticas negativas e que não constrõem nada, mas como eu escrevi uma dica para cada livro da minha coleção Graphic MSP (repare que não há uma do Astronauta Magnetar, é por que não tenho), me senti na obrigação de fazer essa aqui.
Aliás, nem é tão ruim assim, o problema da minha decepção foi eu mesmo, por que eu é que esperei demais desse maravilhoso personagem. Talvez seja melhor não fazerem uma Graphic MSP do Horácio, afinal.

3 pontos