quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Dica musical: "Dead Horse X" do Touché Amoré (2019)

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Há 10 anos o Touché Amoré fazia a sua estreia com o lançamento de ...To The Beat of a Dead Horse. O CD se tornou uma fonte quase inesgotável de inspiração para uma penca de bandas que iriam surgir em torno daquele sonoridade, como La Dispute, Pianos Become The Teeth e toda a cena post-hardcore de Filadélfia, nos EUA. Para comemorar, eles realizaram esse lançamento.

A proposta de Dead Horse X é muito interessante, além de uma remasterização de ...To The Beat of a Dead Horse, ele contém ainda uma regravação do CD inteiro. Ou seja, além de ouvirmos o álbum de 2019 com uma qualidade superior, ainda temos a oportunidade de ouvir todas as 11 músicas que constituíam o álbum sob a técnica que a banda conseguiu angariar nesses 10 anos desde que lançaram seu primeiro álbum.

O resultado é nada menos que incrível.

Ao longo desses 10 anos, o Touché Amoré deixou de ser uma banda de post-hardcore com muito ódio no coração para se tornar uma banda de post-hardcore com um enfoque no lado conceitual de seus álbuns, explorando diversas sonoridades, sem esquecer as raízes.

A partir daí, temos o mesmo som, mas sendo retrabalhado. Algumas linhas de guitarra se sobressaem sobre outras, quando comparadas com sua versão de 2009, a bateria parece ter ganhado novas nuances, mas sem perder a velocidade. O baixo em algumas canções é menos marcante, mas cumpre perfeitamente o seu papel e o que dizer da voz de Jeremy Bolm? Ele não grita mais como antes, mas pode cantar, embora não seja um canto convencional. Seus gritos parecem ganhar mais ritmo e não são feitos para simplesmente gastar sua voz. Sem contar que eles ainda conseguiram chamar os parceiros que tiveram participações especiais no primeiro CD, o que é um ato louvável.

As novas versões se destacam no novo álbum, principalmente porque podem ser imediatamente comparadas com suas versões de 2009.

A ideia é muito interessante e vem na esteira da versão de 10 anos de Somewhere at the Bottom of the River Between Vega and Altair, o que é um exemplo para as outras bandas por aí, que poderiam retrabalhar seus primeiros lançamentos ao invés de fazer novos CD's ruins ou só lançar edições especiais com um monte de demos.