terça-feira, 7 de novembro de 2017

Dica cinematográfica: "Blade Runner 2049"

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Putz... fazia tempo que não via um filme tão bom de ficção científica.

“Blade Runner 2049” é a continuação de um dos filmes mais queridos pelos nerds dos últimos tempos, “Blade Runner” e se passa 30 anos depois do primeiro filme. Após os acontecimentos, magistralmente narrados nos curtas que o precederam, conhecemos K, um replicante de um modelo novo, que caça modelos antigos de replicantes, executando a função que Rick Deckard exercia no primeiro filme, só que de uma forma muito mais incisiva, pois em 2049, todos os modelos antigos de replicantes são caçados, não apenas aqueles que se rebelavam.

Ao “aposentar” um replicante no início do filme, K entra em contato com uma conspiração que diz que um casal de replicantes havia gerado uma vida e o detetive passa a investigar isso, explorando diversas localidades de um EUA estéril, tendo longas discussões filosóficas com cientistas cegos megalomaníacos, outros replicantes e inteligências artificiais.

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É um filme fantástico! E também é um filme gigante! Não apenas no sentido do poder que esse filme tem, no nosso mundo real mesmo, é a continuação de um filme extremamente famoso e muito bem feito, mas o filme em si, “Blade Runner 2049”, sozinho, é um filme gigante. A começar pela apresentação do mundo que esse filme nos faz, mostrando, de verdade, todo o universo de Blade Runner, de uma forma nunca antes imaginada. Os cenários são gigantes, os visuais desse filme são expansivos e, claro, é muito melhor visto num cinema.

O filme também toca em temas expansivos, temas que não fazem parte do nosso cotidiano, mas nos colocam a pensar, tendo um escopo filosófico muito maior que o primeiro.

Mas o ponto que mais quero falar nessa dica é a forma como esse filme desconstrói gêneros, pois apesar de “Blade Runner 2049” ser um filme de ficção científica, ele é um filme noir, respeitando todas as convenções do gênero, mas numa ambientação futurista e distante daquilo em que o noir havia sido proposta a representar. A mistura dos dois é magistralmente executada nesse filme, tornando-o num noir de ficção científica classudo e poderoso.

O filme enche os olhos e enche a mente.

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Os aspectos técnicos são incríveis, simplesmente. O tratamento às imagens, a trilha sonora, composta milimetricamente para se encaixar como uma luva em cada momento, mas sem te deixar esquecer de que você está vendo um filme de ficção científica, tudo trabalha tão bem que esse filme beira a perfeição. Na verdade, acho difícil que um filme atual possa ser tão bem executado quanto esse, se um filme chegou perto dos limites do cinema atual, esse filme é “Blade Runner 2049”.

Porém, a narrativa pode se tornar confusa e alguns momentos você fica pensando se não ocorreram por puro acaso. Na verdade, os personagens principais contam com essa ajuda do acaso e mais para o final ficamos sem entender claramente como K chegou à conclusão que chegou e porque tomou a atitude que tomou, embora isso ajude o filme a apresentar um final fechado.

Enfim, “Blade Runner 2049” é um filme noir, não se engane, um neo-noir, pra ser mais específico e o melhor que o cinema hollywood nos apresentou nos últimos anos.

4 pontos e meio