quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Dica quadrinística: “Os maiores Super-Heróis do mundo” de Paul Dini e Alex Ross (2005)

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Depois da publicação de “O Reino do Amanhã”, Alex Ross começou a pensar na publicação de uma história que retomasse o lado mais clássico dos heróis, só que sem carregar a metalinguagem do quadrinho posterior e para isso contou com a ajuda de Paul Dini e juntos criaram uma mini série em 6 edições num formato especial, que foi compilada no volume chamado “Os maiores Super-Heróis do mundo”.

4 das quatro edições foram lançadas para celebrar o aniversário de 60 anos de Super-Homem, Batman, Mulher-Maravilha e o Shazam, cada um focando num tema arquetípico para os super-heróis; paz, crime, mito e magia, respectivamente. As outras 2 histórias são especiais da Liga da Justiça, a primeira contando a origem de outros personagens essencial da super-equipe; Flash, Aquaman, Lanterna Verde, Ajax, Arqueiro Verde, Canário Negro, Homem-Elástico, Gavião Negro e Mulher-Gavião. A segunda conta uma aventura na qual a Liga da Justiça deve trabalhar unida para poder vencer um inimigo do espaço.

O que mais chama a atenção nas histórias compiladas nesse livro é o aspecto humanizador das histórias, aproximando os heróis de dramas reais, fazendo-os abandonar os seus poderes para conseguir exercer sua função heroica, nem sempre com resultados positivos. Como Super-homem, que tenta acabar com a fome mundial, mas se vê impossibilitado de criar um impacto em grande escala, pela ganância humana ou a história de Mulher-Maravilha, que sequer consegue se aproximar das pessoas que mais precisa dela por puro preconceito. E o inimigo do espaço na história da Liga da Justiça? É um vírus, invisível e letal.

Juntas, essas histórias conseguem exercer o papel fundamental das histórias em quadrinhos, que é o de aumentar a empatia das pessoas através de uma saudável leitura. Somos apresentados a histórias que emocionam e nos fazem acreditar no poder que nós, seres humanos comuns, temos. São, realmente, inspiradoras.

Um aspecto interessante e não sei se foi intencional ou não (provavelmente sim) é o aspecto político dessas histórias. Todas elas podem ser facilmente identificadas com ideias liberais-conservadores clássicos e uma análise ideológica mais à direita pode ser facilmente realizada. Já na história do Super-Homem temos uma bonita lição de individualismo, a espontaneidade da criatividade humana e a liberdade. As próximas histórias apenas reforçam ideias de solidariedade, empreendedorismo e ordem espontânea.

A edição lançada esse ano para a Panini é realmente de luxo, num formato muito maior que os de quadrinhos normais, porém no tamanho original, pois o intuito de Paul Dini e Alex Ross era o de proporcionar uma experiência de leitura que retomasse uma tradição antiga dos Estados Unidos, onde quadrinhos eram publicados em formato maior.

A arte de Alex Ross é impecável, o texto de Paul Dini é valoroso e acaba valendo cada centavo investido nessa legítima obra de arte.

5 pontos