terça-feira, 21 de novembro de 2017

Um post de Economia com um economista de verdade.

macphisto

Este post surgiu como uma ideia para podcast, mas como eu logo acabei desistindo dessa ideia (embora ainda esteja pensando num podcast de final de ano), eu decidi adotar a ideia de um podcast sobre economia para um post, o que acabou se transformando numa entrevista com meu colega McPhisto (atendendo a seus pedidos).

Essa entrevista está com alguns comentários meus, pois elaborei as perguntas sem ele e quando recebi as respostas, percebi que estava me equivocando e essa é a principal falha de uma entrevista por escrito, você não consegue se corrigir na hora e reelaborar as perguntas ou fazer perguntas com base nas respostas, explorando mais a fundo um tema que acabou de aparecer na resposta, eis porque eu queria fazer um podcast.

Enfim, fiquem com a entrevista, que está bacana e poderá esclarecer muitas questões, que você, meu leitor politizado, deve ter.

1 – Primeiramente, um bom dia, boa tarde e uma abençoada noite para você, McPhisto, agradeço por aceitar o convite. Como você está?

Bom dia Beijador de Rolas, estou muito bem, obrigado pelo convite!

2 – Segundamente, você pode nos falar um pouco da sua formação profissional, caso não seja muito incômodo?

Sou formado em Ciências Econômica há 11 anos e tenho registro profissional há 10. Sou pós-graduado em Gerenciamento de Projetos e estou me pós-graduando em Docência do Ensino Superior. Sou funcionário público atuante na área e presto conselhos sobre a Profissão a novos profissionais como parte do meu trabalho. Já atuei em diversos projetos de pesquisa em instituições como o SEBRAE e a CPRM.

3 – Terceiramente, antes de começarmos com perguntas mais profundas, gostaríamos de saber, o que diabos é “Economia”? E qual a diferença entre Economia e Ciências Econômicas, na prática?

Economia vem da junção de palavras gregas que significa ciência doméstica, ou seja, a capacidade do ser humano gerir as suas atividades domésticas. Importante frisar que na antiguidade não havia companhias ou empresas, então gerir as atividades domésticas envolviam tudo aquilo que estava dentro da propriedade de uma família, que poderiam ir desde a criação de animais até a confecção de um utensílio de cozinha, por exemplo.  Com passar do tempo, a Economia evoluiu para tudo o que envolve as relações humanas comerciais e financeiras dentro de uma sociedade. A Ciência Econômica por sua vez se firmou como método acadêmico para analisar os fatos econômicos ocorridos em nosso cotidiano e assim poder mensurar e obter resultados científicos.

4 – Tenho a impressão de que Economia é uma área quase como psicologia, ninguém sabe direito em que área do conhecimento humano ela pertence e há diversas correntes teóricas, muitas deles que se contradizem em diversos pontos. Minha impressão está correta? E se sim, quais são as principais correntes de pensamento dentro da Economia?

A Economia apesar de ter um referencial matemático e estatístico muito forte é uma ciência da área de humanas, e nos últimos 50 anos com estudos realizados pela Escola de Chicago, elementos da Psicologia tem ganhado cada vez mais importância na Ciência Econômica, uma vez que as decisões humanas podem causar distorções nas aplicações das políticas econômicas. Nos EUA, o campo do Marketing pertence à Ciência Econômica e seu principal expoente, Philip Kotler, é graduado, mestrado e doutorado em Economia, o Marketing nada mais é do que utilizar técnicas psicológicas para garantir uma boa relação entre organizações e consumidores.

Esse é o exemplo de uma pergunta que surgiu depois, seria interessante explorar mais esse lado teórico da Economia, mas vai ficar pra um próximo post...

5 – Ferreia de Gullart dizia que o "capitalismo não é uma teoria. Ele nasceu da necessidade real da sociedade e dos instintos do ser humano. Por isso ele é invencível. A força que torna o capitalismo invencível vem dessa origem natural indiscutível. Agora mesmo, enquanto falamos, há milhões de pessoas inventando maneiras novas de ganhar dinheiro. É óbvio que um governo central com seis burocratas dirigindo um país não vai ter a capacidade de ditar rumos a esses milhões de pessoas. Não tem cabimento." Você concorda com isso? O que diabos é capitalismo?

Concordo, pois o ser humano é egoísta e ambicioso em sua natureza, pouquíssimas são as pessoas que conseguem viver com tampouco por opção própria, é da nossa natureza sempre querer mais, sempre ter as coisas da moda, crescer profissionalmente, poder viajar, ter o joguinho novo de videogame, comprar o celular de última geração, ou seja, de uma forma ou outra, o ser humano sempre quer ter mais, quer se sentir bem  com os bens materiais e o capitalismo é a única forma de prover essas necessidades. Capitalismo é modelo econômico aonde o mercado é o responsável para equilibrar a alocação dos fatores de produção, como a mão de obra, capital e matérias primas mediante as disponibilidades da Oferta e a exigência da Demanda.  Nas Economias em que o Estado exerce o papel de alocar os fatores de produção, a produção de mercadorias não atende às necessidades da população de modo eficaz como ocorre no Capitalismo.

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A todos os babacas que colocam a culpa no Capitalismo pra todos os seus problemas no mundo, fica aqui a lição de alguém que entende de Economia, de verdade.

6 – Ao longo do século 18 e principalmente no século 19, teóricos passaram a demonizar o capitalismo, em especial, a teoria marxista. Qual seriam as bases para essas ideias? Por que elas se tornaram tão importantes e influentes até hoje?

Alguns poucos teóricos realmente passaram a demonizar o Capitalismo, mas foram apenas no século 19, uma vez que não existia uma definição completa de Capitalismo no século 18, afinal a Economia como Ciência passa a ser reconhecida pelo pioneirismo de Adam Smith. As correntes contrárias ao Capitalismo que construíram essa má reputação desse modelo econômico se embasaram em situações que realmente foram constatadas durante a Revolução Industrial, onde as condições sociais, econômicas e sanitárias eram extremamente pesadas nas grandes cidades industriais. Não haviam direitos trabalhistas, as jornadas de trabalho eram extensas e exaustivas, o trabalho infantil era permitido, a poluição era terrível, enquanto que os grandes capitalistas e suas famílias tinham condições de vida bem diferentes e confortáveis. É de se esperar que aparecessem críticos aos lados negativos desse Modelo Econômico, mas é justamente pra isso que serve o Estado, regular e promover a distribuição da riqueza pela sociedade.

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Como podem ver na resposta de McPhisto, meu primeiro equívoco, por que eu, simplesmente, não gosto de Marx, não odeio todos os marxistas, até tenho amigos marxistas, mas não tenho paciência nenhuma pra discutir Economia com eles ou qualquer outra área do conhecimento que seja muito influenciada por Marx, como história, por exemplo. Mas fica aqui meu desabafo: Marx foi muito importante, no entanto, suas ideias estão completamente defasadas. Você pode até achar que não, porque você é marxista e tal, mas elas não explicam mais a sociedade e quanto mais cedo aceitar isso, melhor.

7 – No entanto, diversos teóricos surgiram depois revidando as teorias marxistas. Em sua opinião, qual o problema das teorias marxistas?

As teorias marxistas enfatizam apenas o papel dos trabalhadores como verdadeiros donos dos resultados das produções fabris. Apesar do egoísmo e ganância dos proprietários dos meios de produção (nomenclaturas essas usadas pelos marxistas), sem eles não teríamos o avanço e as melhorias que a nossa Sociedade Econômica atual dispõe, pois as pessoas são diferentes em suas habilidades, e algumas nascem para liderar enquanto outras pra seguir, além do que o Capitalismo recompensa as pessoas pelas suas habilidades e disposição a vencer, enquanto que no socialismo todos são recompensados igualitariamente, sem reconhecer os méritos individuais.

8 – Hoje em dia, falamos muito da Escola Austríaca. O que seria a Escola Austríaca? Qual a sua contribuição para a Economia e quais são seus defeitos?

A Escola Austríaca foi uma escola de Pensamento Econômico no qual as suas contribuições ainda ganham muita relevância até os dias de hoje e se fundamentam fortemente nas ideias originais dos Economistas Clássicos, principalmente Adam Smith. A Escola Austríaca acredita que a participação do Estado na Economia deve ser de mínima a quase inexistente numa Economia, ficando a cargo da “mão invisível do mercado” alocar todos os recursos disponíveis. As principais contribuições são referentes às ideias de estado mínimo que hoje ganham muito importâncias em relação à grande quantidade de corrupção que se constata no modelo de Estado atual. Um ponto negativo é que o mercado não funciona perfeitamente como deveria funcionar no modelo utópico defendido por eles, existem as distorções de informações, e a própria ganância intrínseca ao ser humano, permite que auto regulação seja sabotada.

9 – E a escola de Chicago? Quais suas contribuições e seus principais defeitos?

A Escola de Chicago desenvolveu e continua desenvolvendo as teorias monetaristas, aonde a Política Monetária é a ferramenta mais importante para o Desenvolvimento Econômico. Ela enfatiza que os Governos devem manter o orçamento equilibrado, com Investimentos sendo realizados pelo setor Privado tal qual defendido pela Escola Austríaca, assim como a baixa influência do Estado na Economia. Um ponto importante é a participação do Banco Central como agente regulador da Política Monetária e o mesmo deve ter total independência do Governo. Outro ponto positivo são os estudos relacionados às expectativas racionais dos agentes econômicos, sobretudo as famílias, onde fica difícil aplicar políticas econômicas de controle da inflação e desenvolvimento econômico sem levar em consideração essas expectativas. O ponto negativo é que as Políticas Monetárias levam um bom tempo para surtirem efeitos positivos numa Economia no que diz respeito à geração de emprego e renda, porém é bem eficiente na contenção da Inflação.

10 – Keynes e Hayek. Os dois a 80 por hora. Quem aumenta a economia de um país em menos tempo e quem permanece em crescimento por mais tempo?

A eficiência da Política Fiscal defendida por Keynes permite que uma Economia em recessão possa se recuperar mais rapidamente mediante o aumento dos gastos públicos, ou seja, basicamente jogar dinheiro público no mercado através de investimento para que o multiplicador keynesiano faça o efeito de multiplicação da renda. Hayek defendia que o Livre Mercado com a participação mínima do Estado na Economia seria o agente condutor do Desenvolvimento. Não é possível ter uma posição empírica, até porque isso nunca foi colocado em prática. Agora em relação à Política Monetária defendida pela Escola de Chicago fundada por George Stigler e Milton Friedman, permite que a Economia tenha um crescimento por mais tempo, pois como argumentei na pergunta 8, a Política Monetária tem efeito rápido na contenção da inflação, pois o aumento da taxa de juros retira o dinheiro (liquidez) do mercado, elevando a remuneração dos títulos públicos e assim “diminuindo” os gastos públicos. Por sua vez, com o aumento dos juros, o crédito disponível cai e assim o consumo e o investimento se retraem, acarretando assim na retração da economia, contendo a inflação. Quando se faz a operação oposta, ou seja, diminuindo os juros, o crédito aumenta e as expectativas de investimentos privados aumentam, pois a taxa de rendimento dos projetos ficam maiores e atrativos, e estes investimentos no longo prazo geram emprego, renda e consumo. É importante contextualizar que na época em que Keynes formulou a “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, o mundo estava mergulhado na grande depressão econômica da Crise de 1929, portanto eram necessárias medidas drásticas para a recuperação econômica, e em suas próprias palavras: “No longo prazo todos estaremos mortos”.

Olha só. Acho que essa foi a resposta mais importante, pois mostra que teorias econômicas, como tudo na vida, não é preto no branco. Keynes tem sua importância e sua teoria é necessária para um país, mas as teorias de Hayek também e são necessárias para um país continuar a evoluir.

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11 – Meu maior problema com o liberalismo é a questão do livre-mercado. Eu adoro a teoria, mas sempre travo na questão do monopólio. Numa visão econômica-liberal, os monopólios são um problema? Qual a solução?

Existem monopólios que são quase impossíveis de se reverter, como por exemplo as empresas de água e energia elétrica que demandam uma gigantesca infraestrutura de distribuição. Porém, muitos monopólios de empresas centenárias surgiram nas épocas em que justamente havia pouca regulação estatal. Outros se formaram das fusões de empresas, seja pela aquisição ou pela simples união amorosa de pessoas. Outro fator de surgimento de um monopólio se dá pela descoberta de um produto revolucionário ou invenção de uma nova tecnologia, e no caso em questão, as leis de patentes e de propriedade intelectual beneficiam a existência desses monopólios. Como você pode ver, são várias as causas da existência de um monopólio e elas são consequências mais da iniciativa livre do mercado do que propriamente da intervenção estatal, portanto não são de fato um problema, são na verdade a possibilidade para que empreendedores possam buscar e desenvolver novas alternativas para a quebra desses monopólios.

E com isso aprendemos que monopólios não são coisas necessariamente ruins.

12 - E na sua visão, qual a solução para os monopólios?

A solução é o estimulo e incentivo para o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos que possam concorrer e transformar o Monopólio em Concorrência Monopolista.

Concorrência Monopolista... fazia tempo que não lia um termo tão bonito.

13 – Eu sempre achei o marxismo uma teoria muito de humanas e que ninguém no ramo da economia realmente dá bola pro barbudão, no entanto, me surpreendi quando vi que na grade curricular do curso de economia da minha faculdade tem 4 semestres de uma aula que fala, principalmente de Marx e um semestre apenas dedicado a Escola de Chicago. Você acha que os cursos de Economia deveriam ser reformulados por causa disso? Quais caminhos seguir para uma reformulação do curso?

Acredito que o curso de Economia precisa de uma reformulação urgente e os 8 semestres são insuficientes para preparar o Profissional para o Mercado de Trabalho. É necessário que além de toda a teoria que já temos, possamos ter mais discussão das teorias, mais matemática, mais disciplinas aplicadas ao mercado de trabalho e mais disciplinas de gestão para conhecer melhor o mundo corporativo. Hoje, um estudante sai despreparado da faculdade, é necessário que o mesmo curse urgentemente um MBA ou um Mestrado Profissional se o mesmo quiser colocação imediata no Mercado.

Mais um equívoco motivado pela minha birra com o barbudão. Vimos que Marx não é o único problema nos cursos de Economia, mas também a distância com o mercado de trabalho, que, aliás, é um problema em todos os cursos, eu diria.

14 – Já discutimos isso, mas acho legal incluir no post: McPhisto, imposto é roubo?

O Imposto faz parte do “Contrato Social” que os cidadãos fazem ao escolher aquela nação para viver, o roubo por sua vez na verdade é o jeito desorganizado, ineficiente e corruptível que o Estado aplica esses recursos que deveriam em tese beneficiar a sociedade. Utilizar o modelo do estado mínimo e permitir que o setor privado realize as funções do estado através do sistema de voucher não é a solução. A solução é investir pesadamente em educação, desde a base até o ensino superior, e mesmo assim esse investimento só terá retorno daqui a duas gerações, 50 anos, fato este que já ocorreu na maioria dos novos países desenvolvidos como Japão e Coreia do Sul.

15 – Focando agora no nosso país. Como você vê o cenário econômico do Brasil atual? Em que ponto da Economia estamos, como chegamos a esse ponto e o que precisamos fazer para sair desse ponto, se for necessário sair desse ponto?

Segundo a FGV, a economia do país parou de cair no mês de dezembro de 2016 e desde então tem crescido timidamente, na verdade se recuperando timidamente da recessão. Estamos num ponto de chegar a Estaguinflação dos anos 80, aonde a economia não crescia e registrava inflação alta. A inflação numa economia pode ser causada por diversos fatores como Inflação de demanda devido um aquecimento muito forte da Economia ou Inflação Governamental, provocada pelos gastos excessivos do Governo e emissão de moedas para “pagar” esses gastos. No caso atual, apesar de instituições como IBGE e FGV registrarem queda da inflação nos últimos 6 meses, essa queda se dá pelo baixo consumo provocado pela falta de geração de rendas. Porém o que não estão sendo incorporados aos índices de inflação, “misteriosamente”, são as altas dos preços internacionais dos combustíveis que afetam os custos dos fretes e transporte, gás de cozinha e geração de energia elétrica, que por sinal já vem um novo aumento. Pode-se dizer que o Governo com certeza está mascarando alguns dados dos cálculos desses índices. A crise política é a principal causa desse desastre econômico do nosso País, e acredito que a economia somente começará a melhorar de fato a partir de 2019, quando entrar o novo governo. É preciso que o Governo realize a privatização da Petrobras e demais estatais, e as reformas como Previdência e Trabalhista causarão pouquíssimos impactos na geração de empregos. O país precisa na verdade é de confiança, o meio empresarial está cercado de incertezas, e enquanto essas incertezas não forem dirimidas, os projetos de investimento e geração de empregos não sairão do papel.

Agora, perguntas dos leitores:

16 - Mercosul e outros blocos econômicos ajudam ou atrapalham o comércio internacional?

Os Blocos econômicos foram constituídos com o intuito de desenvolver os países participantes, através da livre movimentação de recursos, fatores de produção e mercadorias dentro do bloco e assim poder criar economias de escala para que os produtos possam concorrer no mercado internacional. De fato eles ajudam pouco no comércio internacional, pois estabelecem taxas protecionistas para mercadorias produzidas por participantes de fora do bloco, porém, beneficiam muito os países participantes dos blocos. No caso da União Europeia, ultimamente esse pacto tem apresentado problemas, pois a união monetária tira o poder dos países membros de usar a Política Monetária, e o que acontece é que os diferentes países não seguem os ajustes fiscais para que todo o bloco funcione como um só, e assim com uma única política monetária para todos, acontece o desequilíbrio. Toda forma de protecionismo é prejudicial ao comércio internacional, e nesse ponto, todas as escolas econômicas concordam que livre comércio internacional é vital para o desenvolvimento econômico das nações.

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17 - Como seria uma zona de livre comércio aqui no Brasil se o RS se separasse daqui?

Seria desastroso, pois os países do Mercosul fazem fronteiras justamente com os Estados do Sul. Como falado na pergunta anterior, um Bloco Econômico permite a livre movimentação de recursos, fatores de produção e mercadorias, e fatores de produção entende-se além de máquinas e capital, pessoas, ou seja, o passaporte livre acabaria e assim deixaria de movimentar o turismo no RS advindos dos países membros do Bloco. Muitas das exportações do RS são para países do Mercosul, e essa saída provocaria queda nas exportações também, pois as mesmas não seriam mais isentas das taxas aduaneiras. O Brasil perderia, pois diminuiria sua participação no comércio regional do bloco.

18 - Qual investimento você recomenda para uma pessoa que quer começar a ganhar um dinheiro legal, afora o trabalho?

Investimento no intuito de garantir renda extra é muito difícil de se executar ainda mais se a pessoa já dedica parte de seu tempo ao trabalho, a menos que a pessoa tenha uma poupança enorme rendendo quase nada. Se a pessoa quiser abrir mão do lazer, o mercado de ações pode ser considerado, porém exige que a mesma disponha de tempo para aprender estatística e contabilidade e poder realizar análises constantes das ações negociadas no dia a dia. Uma alternativa bem rentável é o investimento no Tesouro Direto na modalidade IPCA-10, pois garante um bom retorno, podendo o capital investido dobrar a cada 4 anos. Mas atenção aos parâmetros da Receita Federal, pois exige a incidência de imposto de renda sobre os rendimentos da aplicação e o IR é regressivo pelo tempo em que aplicação permanecer. Fuja de propostas bancárias como VGBL ou títulos de capitalização, não rende quase nada e muitas das vezes só dão dor de cabeça na hora de exercer a liquidez. Outra alternativa de investimento é a educação, invista em absorver conhecimento, seja uma pós-graduação, um curso de idiomas ou profissionalizante, tudo que puderes agregar em seu currículo pode aumentar os seus ganhos futuros no ambiente profissional.

19 – Por que produtos vendidos em lojas digitais são mais baratos que os vendidos em lojas físicas, mesmo em se tratando da mesma loja, com possibilidade de retirada no local? Por exemplo, a Saraiva vende o livro X por 80 reais na av. São Judas, porém no site é 60. Aí você compra no site, paga 60 reais e no dia útil seguinte retira na loja o livro que custa 80 reais na vitrine. Qual o sentido disso?

O sentido disso é estimular cada vez mais a substituição do ambiente físico pelo virtual, além de oferecer mais conveniência aos consumidores e assim poder fidelizar os clientes. É inegável que o comércio eletrônico é mais eficiente na redução de custos de uma empresa de varejo, pois os produtos saem diretamente do estoque para a expedição de entrega, não tendo que serem arrumados nas gôndolas das lojas e assim tiverem uma série de custos para a exposição do produto como iluminação, climatização do ambiente, segurança, limpeza, atendimento, comissão de vendas e etc.

20 - Como faço pra não ser um fudido em potencial? Todo mês é um sofrimento pra guardar dinheiro.

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Hahahhahaha, bom é necessário disciplina e abrir mão de coisas supérfluas para pode guardar dinheiro. Procure sempre pagar suas contas em dia, o pagamento de juros e multas levam uma boa parte da renda se não tiver cuidado. Tente pesquisar preços nas coisas que pretende comprar, se um tubo de creme dental de 200g custar menos do que o dobro do preço de uma de 90g, compre, tente sempre obter vantagens em promoções e nunca gaste acima do que ganhe, o planejamento dos gastos no inicio do mês é essencial para nortear todos os seus gastos durante o mês até o próximo pagamento. E quando tiver uma grana sobrando acima do que você planejou para poupar, gaste e seja feliz, afinal, ninguém é de ferro.

21 – Acho que, por ora é só. É uma pena não ter conseguido gravar um podcast sobre Economia, mas sinto que a entrevista foi muito produtiva. Obrigado pela disponibilidade, McPhisto. Gostaria de deixar mais algum recado para nossos amigos leitores?

Estudem , tenham paciência  e comam vegetais!

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