terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Eu não gosto de anime!

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Recentemente descobri que não gosto de duas coisas que eu achava que faziam parte da minha vida, mas, na verdade, eu não gosto. A primeira delas é anime e a segunda é rock, mas quanto ao gênero musical, apenas um post futuro poderá esclarecer.

Antes, falemos de anime.

260px-screen_bucky_animeComecei a gostar de anime com, surpreendentemente, Bucky, um anime bem diferente sobre um garoto que anda por um mundo fantástico com uma bola rosa que explode, encontrando outras pessoas com bolas rosas, com o objetivo de transformar todo mundo em seus escravos. Uma espécie de Pokémon escravagista e militarista que deixava a minha mãe fula, porque ela tinha que me explicar, todos os dias após os episódios, o que tinha de errado naquela série. O anime era exibido no Band Kids e eu lembro que passava Dragon Ball e tinha a Record devia passar Pokémon também, mas eu curtia mesmo era o Bucky, sem saber que ele se tratava de um anime. No entanto, uma série de características que eu encontrei em outros animes nos anos seguintes me fez ficar fissurado em animes, durante o boom do Naruto e depois eu descobri a área onde me sentia mais confortável junto dos animes, o sub-gênero (ou gênero?) seinen.

No entanto, em anos recentes, após ter absorvido muito conteúdo dos animes, tentado acompanhar semanalmente novo lançamentos e tido um contato mais profundo com a cultura dos animes, descobri, esse ano, que não gosto de animes.

E você pode ver isso pelo meu top 10 de animes no My Anime List.

Sem título

Dos 10 na lista, apenas 2 são animes de fato (Ben-To e Kami-sama no Memochou), os outros 8 fogem muito dos padrões que definem os animes, que são olhos grandes, fanservice, um senso de humor “refinado” demais para os padrões ocidentais, personagens planas, ritmo frenético e trilha sonora movida a j-pop.

Ofendidos irão dizer o contrário e eu já ouvi o absurdo de que Cowboy Bebop é o anime com mais características de anime que existe, mas eu quero ver você me dizer qual anime dessa temporada carrega o mínimo de similaridades com Cowboy Bebop e por mínimo eu não quero dizer uma história sci-fi que se passa no futuro, eu quero a droga dum anime regrado a jazz, discussões filosóficas em seu âmago, uma animação desenhada a mão tão bem feita que pode ser comparada a filmes e uma narrativa tão intrincada que mesmo décadas depois os fãs ainda questionam o que aconteceu com os personagens desse anime.

1319380_english_showdetailherophone_7af6154b-d14f-e711-8175-020165574d09Isso simplesmente não existe e todos sabemos que um anime num nível de Cowboy Bebop é muito raro, tão raro que o seu criador é colocado ao lado de grandes nomes do cinema como um dos maiores gênios artísticos desse século e sempre que ele lança alguma coisa, todo mundo fica de orelha em pé, porque com certeza vai ser bom.

Mas o que mais me fez cansar de animes não foi nem a exclusividade do conteúdo que meus animes favoritos apresentam, mas é a falta de originalidade dos animes lançados todos os anos. Se não tem um Digimon/Pokémon da vida é a cópia de um, todo anime shonen é um Dragon Ball reimaginado pra um universo diferente (isso é tão verdade que em anos recentes todo personagem principal era um guloso como o Goku e quando isso virou piada nos círculos otakus, os criadores decidiram mudar, mas a fórmula tá ali, só não vê quem não quer), toda animação é computadorizada e insossa e eu nem preciso falar do fanservice, que até animes considerados “bons” exageram.

Enfim... hoje eu entendo os meus parentes mais velhos, que ou achavam anime coisa do demônio ou algo muito lamentável... realmente é, com alguns poucos diamantes a cada alguns anos, mas de uma maneira geral, é algo lamentável.

Então não assista animes, assista Cowboy Bebop, Akira, Mushishi e afins, mas fuja dos animes, porque anime, de uma maneira geral, não presta.