domingo, 31 de dezembro de 2017

Melhores do ano de 2017!

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E enfim chegou aquele momento aconchegante do final do ano, aquele momento em que iremos atravessar todas as dicas que rolaram no blog esse ano e finalmente dizer o que vale ou não vale a pena, aquilo que irá durar para os próximos anos, separar o joio do trigo.

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Pra começar o post bem vamos falar de filmes, 2017 foi um ótimo ano para filmes, principalmente se você mora no Brasil, pois muitos filmes excelentes do ano passado estrelaram esse ano por aqui, o primeiro deles é “La La Land”, um musical como poucos, belíssimo e que traz uma grandiosa mensagem, além da excelente trilha sonora e os debates musicais que te fazem repensar a forma como consumimos música de uma maneira geral.

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E o ano foi excelente para os filmes de guerra, pois “Até o último homem” foi apenas o primeiro de uma ampla lista de filmes de guerra que saíram esse ano, mas apenas este e mais um conseguiram chegar ao topo de melhores filmes do ano. Nesta obra fantástica, baseada em fatos reais, encontramos a história de um homem que entrou para o exército e sem pegar arma alguma se tornou um dos maiores heróis de guerra que os EUA já viram. É uma obra de tirar o fôlego, seguindo uma narrativa tradicional, porém extremamente efetiva e o trato que a obra sofreu de seus criadores apenas reforça sua efetividade. Me faltam adjetivos para elogiar essa brilhante obra de arte arrebatadora.

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Depois foi a vez de “Silêncio” arrebatar os cinemas com sua magnífica demonstração dos perengues que os jesuítas passaram no Japão, adaptando uma obra literária que eu não li, mas o filme se sai muito bem ao debater temas pesados envolvendo religião e cultura, duas coisas que podem parecer estarem interconectadas, mas não se dão bem se as duas estiverem muito bem consolidadas, baseadas em pontos que se contradizem. O choque seria inevitável.

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Além disso tivemos “Koe no Katachi”, que passou em alguns festivais e teve o seu torrent liberado, finalmente, em excelente qualidade! O filme baseado no melhor mangá do século até agora se tornou o melhor filme em animação da década até agora, com sua animação fluida, natural, acompanhando o traço característico da autora, a trilha sonora fenomenal, as adaptações feitas na medida pra tornar o filme perfeito. São duas horas que passam num minuto, pois a obra é, simplesmente, sensacional!

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Prosseguindo, tivemos ainda o esplendoroso retorno de Nolan a boa forma com “Dunkirk”. Sempre achei que Nolan se desse melhor com obras mais pé no chão e um filme sobre a II Guerra Mundial não poderia ser diferente, é uma obra concisa, estarrecedora e, acima de tudo, criativa. Ainda que tenha sido baseada numa batalha amplamente documentada, Nolan abre espaço nela para que sua criatividade aflore e expande as linhas espaço-temporais criando uma obra ousada, poderosa e sensacional.

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Mais um filme que não foi lançado esse ano, mas chegou aos brasileiros apenas em 2017 é o excelente documentário "The Red Pill", ou como eu gosto de chamar, o melhor documentário feito neste milênio até então. Dirigido por uma feminista, o documentário mostra o outro lado da moeda, aqueles que lutam pela igualdade de gênero a partir de uma perspectiva masculina, buscando direitos iguais num divórcio, uma representação positiva de homens e seus papéis sociais em toda forma de mídia e uma nova forma de se enxergar a masculinidade, sem preconceitos e com voz para todos. É um excelente documentário, uma obra verdadeiramente poderosa e que não só merece ser assistida, mas deve ser assistida.

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E para encerrar com chave de ouro minha lista de melhores filmes do ano temos ainda “Blade Runner: 2049”. Ainda não pude reassistir o filme para poder criar uma opinião mais embasada, porém acho que o que fizeram com esse filme é algo que não vimos há décadas e dificilmente veremos por décadas. A união entre cinema de arte e blockbuster nunca alcançou um patamar tão alto de perfeição, uma união tão simétrica e consistente.

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E se por um lado o ano foi excelente para os filmes, o mesmo não pode ser dito do mundo da música, pois poucos CD’s foram realmente bons esse ano. Demorou a surgir algo que realmente chamasse a atenção, então até mesmo uma apresentação ao vivo para a BBC do Self-Defense Family se destaca. A apresentação, que consiste de apenas 4 músicas, foi transmitida ao vivo e passou anos vagando por entre os sites de download em qualidade baixa para os fãs dessa prolífica banda estadunidense, mas esse foi finalmente liberada, em ótima qualidade e nos mostra uma fase muito boa da banda, quando eles haviam mudado de nome há pouco tempo e estavam com a criatividade transbordando, numa apresentação visceral e apesar de, diz a lenda, ter sido feita às pressas, soa complexamente dinâmico.

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Tyler, the Creator foi o responsável por lançar o melhor álbum de rap do ano, com o seu “Scumfuck Flower Boy”, uma obra genuinamente artística, mostrando um Tyler muito mais maduro como artista, densamente elaborada, cheio de instrumentais deliciosos e fantásticos, é o álbum mais gay do ano, porém é uma obra maravilhosamente cativante.

 

 

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E após 8 anos tivemos o lançamento de “Science Fiction” do Brand New. Oito anos de espera poderiam levar a um enorme desapontamento, mas este não foi o caso, pois o Brand New sabe o que faz e faz muito bem. O CD é complexo, amplo, denso e sombrio, porém não deixa de ser instigante, curioso e brilhante. A produção é a melhor de todos os álbuns do Brand New, as letras obscuras compreendem uma ampla variedade de temas que vão de questionamentos acerca da nossa realidade até intolerância e aquecimento global, tudo motivado por uma história como pano de fundo de uma paciente num hospital psiquiátrico. Não é um álbum fácil de escutar, mas vale a pena cada segundo, além de ser uma genuína obra de rock como há muitos anos não tínhamos.

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Ainda tivemos o lançamento de um álbum especial do The Early November, o CD acústico "Fifiteen Years", com versões apenas no violão das músicas mais famosas dessa fantástica banda que está em atividade há, incríveis 15 anos!

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E pra terminar com chave de ouro também as melhores dicas musicais do ano temos o tão aguardado e hypado álbum do King Krule, que nos apresenta o mundo todo único de “The OOZ”. Denso, intrigante e brilhante, este álbum não decepcionou, nem mesmo com suas 19 músicas, muitas já vazadas por aí, mas que, em estúdio, tomadas pela elaborada produção do álbum, se tornam verdadeiros diamantes para os nossos ouvidos apreciarem.

Este também foi um ano de muitas descobertas para mim, descobri que não gosto de rock, descobri que não gosto de anime e descobri Faulkner, que se tornou uma obsessão de leitura para mim, algo que desde Salinger não sentia e The Wild Palms foi um dos melhores livros que li esse ano, além de ter assistido toda a filmografia do Truffaut.

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Mais para o final do ano, li o excelente "A queda" de Diogo Mainardi e que agradável surpresa. Não esperava que o intelectual jornalista pudesse ser capaz de trazer à tona tantos sentimentos com um livrinho tão pequeno. É um dos melhores livros que li esse ano, mas é também um dos melhores livros que li na vida, com certeza e tenho que agradecer às aulas de Psicologia da Educação, por ter me proporcionado a leitura dessa obra fantástica.

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Confissões de Santo Agostinho completam o trio de melhores livros que li esse ano, sendo uma magnífica obra de memórias, que carrega diversos ensinamentos para os que buscam uma vida religiosa sólida e forte.

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Finalmente pude terminar a leitura de “Sunny” esse ano e não me arrependo do dinheirão que gastei com a obra, foi muito bem investido. Singelo e poderoso, é uma dessas raras obras que conseguem captar um recorte da vida com maestria, desde a superfície até a sua essência.

Não assisti a muitos animes, embora "Koe no Katachi" valha como um, o melhor anime desse ano foi, na verdade um curta: Blade Runner 2022. Também não assisti muitas séries, infelizmente. Esse foi um ano bem cansativo, mas ano que vem, com certeza, será melhor. Pra começar, é ano de copa! Depois tem novo CD do La Dispute, dizem os boatos e novo filme do Linklater.

De qualquer forma, este é o último post do ano, boas festas e um abençoado ano novo pra você e tua família!

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