terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Melhores da década - 2019

2019

E finalmente finalizando essa série! E finalmente finalizando alguma série no blog! Sim, finalmente iremos falar de 2019, que nos apresentou verdadeiros clássicos, numa quantidade tão grande que eu não pude acompanhar tudo aqui no blog, portanto algumas coisas aqui se tornarão em dicas apenas no ano que vem, quando poderei sentar e meditar acerca do que absorvi com essas obras.

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A primeira delas é O Irlandês, o melhor filme lançado nesse ano, curiosamente lançado na Netflix, contando a história de um irlandês envolvido com a máfia italiana do nordeste dos EUA. A segunda dessas obras é Ad Astra, contando a história de um astronauta atrás do pai, perdido no canto mais remoto do nosso Sistema Solar e por fim, Once Upon a Time in Hollywood, brilhante homenagem de Tarantino a mais tradicional indústria cinematográfica do mundo.

Essa tríada de clássicos instantâneos do cinema é tão boa que ofusca qualquer outro lançamento do ano, embora Godzilla e Parasite merecem uma menção honrosa.

Hoaxed, documentário de Mike Cernovich sobre o fenômeno das fake news foi lançamento no começo do ano e se tornou o documentário mais importante do ano e uma das obras essenciais dessa década.

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True Detective retornou em grande estilo para as telinhas e Carole & Tuesday salvou os animes nesse ano, marcando o retorno brilhante de Shinichiro Watanabe, com muita música e emoção.

Por fim chegamos ao mundo da música, que nunca esteve tão bem em território brasileiro. Violeta do Terno Rei marcou presença com riffs marcantes e ritmos delicados, enquanto que Lapso, primeira parceria de Fernando Motta e eliminadorzinho rasgava os nossos ouvidos e também de Wolken, pouco conhecido, mas que merece destaque pela sua delicadeza e sagacidade. Pra terminar a trinca sonora, Ana Frango Elétrico lançou o seu nostálgico Little Electric Chicken Heart.

Lilac do The Early November marcou a tomada mais pop da banda, que continua boa (por enquanto) e Pretty Buff do Angel Du$t também marcou uma tomada mais pop na carreira dos punks, mas que ainda continua sendo excelente. Safe and Also no Fear do Slaughter Beach, Dog serviu para matar a nossa saudade do Modern Baseball e Love Exchange Failure do White Ward mostrou que o black metal ainda encontra fôlego junto com o jazz, enquanto que Better Oblivion Community Center se mostrou um ótimo projeto da dupla Phoebe Bridgers e Connor Oberst.

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Seguindo o exemplo do La Dispute, Touché Amoré lançou o Dead Horse X, comemorando 10 anos do lançamento do seu primeiro álbum e a trilha sonora de Carole & Tuesday também merece ser mencionada, pois foi o único CD esse ano que me fez ouvir músicas pop. No entanto, o lançamento mais marcante é o Jesus is King, do Kanye West, que homenageia o Nosso Salvador de maneira grandiosa e muito digna.

E assim chegamos ao fim de uma década muito boa, uma década de grandes passos em direção a liberdade, uma década de restauração de valores, correção de erros do passado e muitos clássicos sendo lançados em todos os ramos artísticos. Pra terminar com chave de ouro, o Flamerda ainda perdeu o Mundial! ahahahahahahahahaha

A segunda década do ano 2000 começou com o melhor ano da minha vida e terminou com o verdadeiro melhor ano da minha vida. Espero que muitos mais venham depois desse e desejo tudo de bom para você e sua família nesse Ano Novo.

Deus abençoe e nos vemos em breve.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Melhores da década - 2018

2018

E chegamos ao ano passado, um ano muito importante para o Brasil, pois foi ano em que todo mundo brigou com a família, independente da sua posição política, ou você brigou ou parou de falar ou ficou no quarto, zuando todo mundo falando brigando por causa de política com o seu irmão. De qualquer forma, o ano de 2018 teve algumas obras marcantes, especialmente no mundo da música.

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Em 2018 vimos o retorno do filme mais libertário da Pixar, Os Incríveis 2, continuando a trajetória dessa família de super-heróis com a ajuda de milionários e enfrentando pessoas normais amalucadas. Também tivemos o lançamento de Johnny English Strikes Again, encerrando a trilogia dessa que é um dos maiores personagens do humor de ação e também They Shall Not Grow Old, trabalho magistral de Peter Jackson, restaurando a memória de tantos valorosos guerreiros da Primeira Guerra Mundial.

No mundo dos documentários, O Teatro das Tesouras abalou as estruturas do Brasil, apresentando de maneira crítica e criativa a história da política brasileira das últimas 2 décadas.

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No Brasil, tivemos o lançamento de uma das melhores histórias do homem de aço nos últimos tempos, Superman: Alienígena Americano e o relançamento de Superman: As Quatro Estações, não apenas uma das melhores histórias do Superman, mas uma das melhores histórias em quadrinhos de todas. E nos livros, o melhor que eu li nesse ano foi o excelente Skin in the Game, cheio de lições para a vida, seguindo uma narrativa incrivelmente bem trabalhada. Pra terminar os grandes lançamentos, A Constituição contra o Brasil foi lançado, reunindo ótimos textos do gigante Roberto Campos.

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Logo no começo do ano o mundo da música já foi arrasado com um dos lançamentos mais incríveis da história do hardcore, Time and Space do Turnstile. O relançamento de Somewhere at the Bottom of the River Vega and Altair serviu para iluminar o caminho das bandas que comemoram uma década de existência e pretendem repaginar um velho lançamento. Beyondless do Iceage mostrou que os dinamarqueses estão em perfeita evolução, sempre expandindo o seu som e Cheer e Burnt Sugar do Drug Church do Gouge Away nos mostraram que o post-hardcore e seu som mais pesado e agressivo continua muito bem nesse final de década. No entanto, o lançamento do ano foi mesmo o retorno do Arctic Monkeys com o seu incrivelmente excelente Tranquility Base Hotel & Cassino. Até hoje, um CD que expande nossos horizontes.

Nos videogames, o lançamento de Red Dead Redemption 2 ofuscou qualquer outro jogo desse ano e o lançamento do Youtube Vanced foi a prova definitiva para fazer qualquer um desistir do iphone e comprar logo um Android. Por fim, vale mencionar o lançamento de um dos melhores canais do Youtube brasileiro, o Brasileirinhos, que teve sua estreia nesse ano incrível.

E assim chegamos ao penúltimo ano da década, mas ninguém poderia prever o que viria no último ano dessa fabulosa década.

 

domingo, 29 de dezembro de 2019

Melhores da década - 2017

2017

2017 foi um ano recheado de obras incríveis e por aqui, no Brasil, já se iniciava o período mais democrático da nossa história. Sem mais delongas, vamos logo falar dos melhores da década e, em especial, do ano de 2017.

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Logo de cara temos que falar do filme mais conservador da década, Dunkirk, uma excelente ficcionalização da Segunda Guerra Mundial. I Kill Giants foi a melhor adaptação de quadrinhos para o cinema desta década e ainda nas adaptações de quadrinhos tivemos o lançamento do fenomenal Logan. Para encerrar com chave de ouro, tivemos Blade Runner 2049 marcando o cinema com uma história incrível, cinematografia fantástica e uma narrativa fascinante.

Trailblazers foi o documentário mais importante desse ano e até hoje uma senhora lição para o mundo, mostrando como a Nova Zelândia saiu de um país estagnado e caminhado para um atraso de década para um dos melhores países do mundo para se viver, tudo através do tão achacalhado neoliberalismo.

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Yoru wa Mijikashi Arukeyo Otome foi mais uma obra de Masaaki Yuasa expandindo o seu universo de animes falando de jovens morando num flat minúsculo. Little Witch Academia finalmente recebeu a sua série em anime, que não decepcionou nem um pouco e Kino no Tabi, a continuação de um clássico dos animes cabeçudos chegou para colocar todos os otakus para pensar.

Scumfuck Flower Boy do Tyler, the Creator causou um pequeno alvoroço quando foi lançado e um pequeno alvoroço foi também causado com o lançamento de Science Fiction do Brand New. O baixista mais legal da atualidade, Thundercat lançou o seu excelente Drunk e o Mount Kimbie lançou Love What Survives para acalentar todos os nossos corações que já não sentiam há um bom tempo um álbum legal de música eletrônica. Reflections on a Floating World foi uma boa surpresa vinda do mundo do rock pesado mais comtemplativo, no entanto, o lançamento do ano foi realmente o BBC Session do Self-Defense Family. E completando 15 anos de carreira, o The Early November lançou um álbum de compilação de músicas chamado Fifteen Years (o título não é muito criativo, mas o álbum vale a pena).

No Brasil, a música brasileira prosperou como nunca nessa década. Do coletivo de hiphop Soundfoog Gang, tivemos niLL lançando o incrível Regina e o Yung Buda lançando o impressionante Músicas para Drift. Lá das Minas Gerais, Vitor Brauer começou o seu enorme projeto História do Brasil, que contou com mais de 50 músicas em 3 CD's diferentes.

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No mundo da literatura, Francisco Razzo lançou a sua obra filosófica mais importante, Contra o Aborto e no mundo dos games tivemos o lançamento de um dos melhores jogos da história, Metroid: Samus Returns, provando que um jogo difícil não precisa ser chato.

E assim chegamos ao final de mais um ano dessa década incrível. Aguardem, pois ela está acabando.

 

sábado, 28 de dezembro de 2019

Melhores da década - 2016

2016

2016 foi o ano do despertar, o ano em que o mundo acabou para muitos ignorantes, mas a democracia começou a se expandir pelo país, iniciando o seu melhor período dentro do país. Infelizmente, os EUA era um campo de guerra e o mundo aguardou ansioso a histeria coletiva em torno das eleições terminar.

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No filmes, tivemos o lançamento de The Love Witch, um filme que surpreende pelo seu sutil feminismo, senso de humor apurado e produção para lá de competente. Ainda nos EUA, tivemos o lançamento de Silêncio, um clássico de Martin Scorsese sobre o glorioso trabalho dos jesuítas no Japão, enfrentando problemas naturais e perseguição do governo, mas sem nunca perder a fé na Igreja. Até o Último Homem foi o filme que mais chamou a atenção na premiação do Oscar e merecia ganhar tudo e mais um pouco de prêmios.

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Já no mundo das animações, a excelente animação sem falas A Tartaruga Vermelha foi lançada para mostrar que uma animação 2D não só pode ser melhor que uma animação 3D, como muitas vezes é. E lá do Japão, tivemos ainda o lançamento de Koe no Katachi, o melhor filme de animação da década.

O mundo dos documentários foi abalado com o lançamento de The Red Pill, o documentário mais importante da década sobre os movimentos masculinistas dos EUA.

E os animes foram bem representados com o lançamento de Boku Dake ga Inai Machi, uma série bem legal, que pode ter decepcionado alguns, mas é excelente.

BadBadNotGood lançou o seu excelente quarto álbum, IV, mesclando jazz com hip hop e ainda explorando um lado mais pop. Americ anFootball retornou lançando seu segundo álbum Americ anFootball (LP2) e no mesmo campo Modern Baseball lançou Holy Ghost, seu último CD e um clássico imediato. E ainda dentro desse ciclo, Joyce Manor lançou Cody.

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Nonagon Infinity do King Gizzard & The Lizard Wizard foi uma bomba dentro do mundo da música, um álbum que não termina e lançou a bando ao estrelato mundial musical. Aproveitando o sucesso, lançaram ainda o Flying Microtonal Banana, um álbum conceitual que explora um rock com tons não-convencionais.

Na calada da noite, Frank Ocean lançou dois álbuns, mas apenas um sobreviveu, Blonde, um álbum pop com mistura de R&B, suave e muito criativo. Dando novo fôlego ao black metal, Alcest lançou o seu excelente Kodama e por fim o Touché Amoré lançou o seu incrível e um dos mais incríveis álbuns da história, Stage Four, um post-hardcore muito sensível e melódico, mas sem perder a essência da agressividade e velocidade.

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O mundo dos games também viu uma verdadeira renascença com o lançamento de Pokémon Go, que moveu muitas pessoas pelo mundo todo (ainda que só por alguns meses). Pocket Mortys foi outro lançamento que agitou os celulares de todas as pessoas descoladas do ano de 2016 e, por fim, tivemos o lançamento de Pokémon Uranium, um projeto feito de fãs para fãs, que até pouco tempo atrás não tinha sido atingido pelos advogados da Nintendo, mas ainda hoje é encontrado na internet, se você procurar.

2016 foi um ano que não teve muitos destaques para nós, mas ainda assim teve clássicos absolutos sendo lançados.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Melhores da década - 2015

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Este foi o ano da música, sem dúvidas quanto a isso e foi o último ano grandioso dessa década. Em 2015 o Darwin das ciências humanas faleceu, René Girard deixou o mundo terreno para se juntar às hostes celestes e o Brasil já dava sinais que iria mudar.

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O cinema não caminhou bem em 2015 e a maior prova disso foi que o melhor que o cinema americano pode nos proporcionar nem sequer saiu nos cinemas, Beasts of No Nation abalou todas as estruturas cinematográficas com sua magnificência e beleza, embora se tratar de um drama muito do cruel. Sion Sono conseguiu dar continuidade a sua produtividade criativa, lançando The Virgin Psychics, uma história de comédia sobrenatural, em que virgens conseguem poderes sobrenaturais e Love and Peace, uma singela história de amor entre um garoto e uma garota, mediada por uma tartaruga. No entanto, foi Dude Bro Party Massacre III que saiu na frente na corrida pelo melhor trash desse ano, conseguindo chamar a atenção de todos que apreciam um bom filme B com sua mistura de found footage, com terror e comédia besteirol.

Na animação, tivemos o lançamento de mais um filme do Bob Esponja, com o diferencial de que esse filme reunia pessoas reais, contracenando com os animais da fenda do biquíni. E os documentários não trouxeram grandes meditações, mas o La Dispute lançou Tiny Dots, o documentário da banda que seguiu sua trajetória de gravação do Rooms of The House até o último show com o guitarrista Kevin Whitemore.

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No Brasil, tivemos o lançamento do livro que inspirou o Se Beber Não Se Apaixone, Uma história meio que engraçada, misturando fatos reais com ficção, é uma bela obra do que poderíamos chamar de metamodernismo. E também da Netflix, vimos o lançamento de Demolidor, uma das melhores séries de super-herói a já ser lançada, mas que, assim como tantas outras séries, não sobreviveu ao hype.

Little Witch Academia: Mahoujikake no Parade foi o OVA lançado para dar continuidade a essa franquia, que já começava a alçar voos mais altos. A segunda temporada de Mushishi, Mushishi: Zoku Shou também ganhava um filme: Suzu no Shizuku e enquanto Ore Monogatari espantava a todos com sua qualidade gráfica, One Punch Man chegou dando um soco na cara da sociedade, explodindo a cabeça de todos que admiram uma boa animação, se tornando o último grande e bom shonen a ser feito, por enquanto.

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E finalmente chegamos ao mundo da música, que foi totalmente variado e bem produzido nesse ano. Pra começar, tivemos no Brasil o lançamento de Tudo em Vão, do Fábio de Carvalho, o CD que soube capturar todas as angústias, incertezas e raiva de uma geração e, portanto, é escutado até hoje por muitos jovens adultos por aí. No começo do ano, Joey Bada$$ lançou o seu B4da$$, primeiro CD que retomava o estilo old school de se fazer rap, enquanto que Thundercat lançava The Beyond/Where The Giants Roam, um EP que conseguiu muito do seu talento como baixista, agraciando o mundo com uma ampla sonoridade.

Patrick Kindlon, o cara mais prolífico do mundo do post-hardcore conseguiu lançar dois dos melhores trabalhos de sua carreira com suas duas bandas prediletas. Do Self Defense Family, o experimental, porém altamente acessível Heaven is Earth e do Drug Church, o caótico, porém melódico Swell. Do mesmo grupinho de bandas ainda tivemos o último álbum do Title Fight (choremos!) Hyperview, que representou a mudança definitiva na sonoridade da banda, incluindo elementos de shoegaze, assim como o Turnover, que lançou nesse ano o seu melhor álbum, Peripheral Vision. Lá do extremo oriente, o The Caulfield Cult lançou half empty, um EP que reúne as suas melhores músicas e o The Early November retornava ao mundo da música, definitivamente, com mais maturidade no seu incrível Imbue.

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No entanto, a revolução dentro do rock foi ocorrer com um grupo de garotos lá do nordeste dos EUA que lançou um álbum de punk hardcore puro chamado Nonstop Feeling. Cheio de energia, agressividade e dinamismo, o Turnstile mostrou, com esse álbum que eles estavam prontos para agitar qualquer plateia. Se ter o melhor álbum de punk hardcore da década não era o suficiente, tivemos ainda o melhor álbum de rap da década, com o To Pimp a Butterfly do Kendrick Lamar sendo lançado nesse ano, apenas para causar um enorme buraco dentro do mundo da música, um buraco que até hoje não foi coberto.

https://www.youtube.com/watch?v=8aShfolR6w8

2015 foi de fato o ano da música dentro dessa década. Um ano ímpar, que não conseguiu encontrar adversários a altura nos anos a seguir.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Melhores da década - 2014

2014

Eu falei que após 2012 foi só ladeira abaixo não foi? Pois é... esse foi o famigerado ano do 7X1, que acabou sendo incorporado no palavreado popular do brasileiro, como sinônimo de derrota. Se não bastasse isso, ainda tivemos a reeleição da Dilma, mas que acabou dando fôlego para os incipientes movimentos opositores.

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Enfim, o ano nos apresentou filmes muito interessantes, como é o caso de Whiplash, uma obra que fez todo mundo gostar de musicais, de repente. Além deles, Quentin Dupieux volta a sua melhor forma em 2014 com o excelente Realitè e Sion Sono lança o seu musical, Tokyo Tribe, misturando hip hop, com yakuza, samurais, romance, drama e terremotos. I Origins é o segundo filme de Mike Cahill e o seu maior, mais ousado e melhor filme até então. Depois dessa, ele nunca mais produziu uma obra cinematográfica e sua falta deixa um vácuo impreenchível.

Na música, La Dispute lançou o seu mais singelo e honesto trabalho, Rooms of The House, que perde um pouco da agressividade de Wildlife, mas ganha em sentimentos e harmonia. Do mesmo cenário musical, saiu Never Hangover Again do Joyce Manor, enquanto que no Brasil Onde Anda Chico Flores? restaurou toda a nostalgia juvenil daqueles criados nos anos 2000 e Além Daquilo Que Te Cega dava continuidade ao excelente trabalho da Pense. De Glasgow, Escócia, saia Honeyblood, que perdeu o fôlego após o seu excelente primeiro CD, mas a maior surpresa foi a de Monster Rally, o produtor e dj californiano que lançou Sunflower EP, uma obra de apenas 4 músicas, mas que valem por 30!

Graça Infinita, a maior (literalmente) obra de David Foster Wallace, foi lançada no Brasil, causando um alvoroço no mundo literário e True Detective fez sua estreia na televisão mundial.

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O Japão teve um ano glorioso e 2014 foi o ano dos animes. Pra começar, tivemos uma adaptação de um mangá de Taiyo Matsumoto, Ping Pong, com direção de Masaaki Yuasa, além disse duas, repito, duas (2!) obras de Shinichiro Watanabe, Zankyou no Terror, contando a história de dois terroristas em Tóquio e SpaceDandy, uma obra incrível de ficção científica e humor, com o apoio de uma equipe criativa diversa e muito bem alinhada sob as asas do lendário diretor. Por fim, tivemos ainda mais uma dupla de ouro, Mushishi: Hihamukage e Musashi: Zoku shou, ampliando a história do herói mais contemplativo do mundo dos animes.

Um ano fantástico para os animes, de fato.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Melhores da Década - 2013

2013

O mundo não acabou e aí, o que aconteceu? Infelizmente, foi só ladeira a baixo pra todo o mundo a partir daí... o rock perdeu a significância, o solipsismo puro e simples ganhou mais força no debate público e as pessoas foram às ruas num ato de puro idealismo. Em 2013, o "gigante acordou", mas como estamos no Brasil, ainda levou alguns anos pra que a mudança começava a florescer.

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Neste ano, ótimos filmes apareceram para nos agraciar, entre eles Grand Piano, estrelado pelo Elijah Wood e que foi o primeiro filme a me fazer perceber do que é feito um filme bom de verdade. E um filme bom de verdade é aquele que você nem percebe o tempo passar. Este filme é um ótimo exemplo disso.

Outro bom exemplo disso foi Stoker, um filme de drama e suspense que conta a história de uma garota numa família muito estranha e que me deixou com uma pulga atrás da orelha na época em que assisti. Até hoje ainda penso nesse filme com certa surpresa e contemplação. Prisoners foi outro filme de suspense que chamou a atenção de todos. Com cenas bem sangrentas, é uma obra complexa e que perde um pouco o fôlego lá pro final, mas não deixa de ser surpreendente. E The Kings of Summer foi um dos melhores filmes do ano e o último grande filme adolescente da década, contando a história de 3 amigos que resolvem fugir de casa e morar no meio do mato, isolados de toda a irritação do mundo moderno.

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Nos dramas tivemos o filme que revelou o Michael B. Jordan para o mundo, Fruitvale Station, contando a história real de um rapaz que foi morto por um policial nos EUA, enquanto ele celebrava com seus amigos. No entanto, foi Upstream Colors, uma obra que une ficção científica, romance e drama, que abriu os horizontes criativos para um estilo que há muitas décadas não focava nas relações humanas que sempre marcaram a literatura especulativa.

Do Japão, tivemos a belíssima surpresa que foi Pais e Filhos, um dos filmes mais bem feitos sobre a paternidade e também Why Don't You Play in Hell?, um dos filmes mais criativos de Sion Sono, acompanhando a trajetória de jovens cineastas envolvidos com a yakuza. Por fim, tivemos o lançamento de The Tale of Princess Kaguya, provavelmente o melhor filme do Studio Ghibli lançado nesta década de meu bom Deus.

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Nos documentários, Dear Mr Watterson foi uma das melhores coisas produzidas na década e o melhor que o cinema de não-ficção conseguiu produzir naquele ano. Uma obra singela, de um fã, demonstrando todo o seu carinho pelo criador da melhor tira de jornal que já existiu no mundo.

Se 2012 foi o ano para se ler quadrinhos brasileiros, 2013 foi o ano para se ler quadrinhos estrangeiros. Tivemos o retorno de Neil Gayman, com Sandman: Overture, retomando a sua obra mais famosa. Sunny, uma das obras mais singelas de Taiyo Matsumoto foi lançada no Japão, ficando lado a lado com Fragmentos do Horror, de Junji Ito e no Brasil, Eu Mato Gigantes foi lançada pela New Pop. Também nessa belíssima Terra de Santa Cruz, a Graphic MSP iniciou-se, esbanjando criatividade e talento com Turma da Mônica: Laços e Piteco: Ingá, ainda sem cair sob demagogias infinitas.

Na literatura, The Disaster Artist foi lançado, contando os pormenores da produção do pior filme de todos os tempos, The Room, de maneira bem humorada e criativa. A obra é capaz de nos colocar dentro do set de filmagens e nos faz imaginar que a história real é ainda mais fantástica do que a história do filme.

Na música, Will Yip lançou o seu Off The Board, uma coletânea dos principais artistas que passaram pelo seu estúdio, produzindo singles inéditos e de lá saíram The Things We Think We're Missing do Balance and Composure e Spring Songs do Title Fight. Iniciando a e s t é t i c a vaporwave, Luxury Elite e Saint Pepsi lançaram o Late Night Delight, de onde vários clássicos saíram e na mesma pegada, King Krule lançou o seu primeiro (e melhor) álbum de estúdio 6 Feet Beneath the Moon. Do Japão veio Fetch, um clássico do Melt-Banana e da Dinamarca o melhor álbum daquele ano, You're Nothing do Iceage.

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Nos games, duas obras revolucionárias foram lançadas, Pokémon XY, revitalizando a franquia e fazendo as vendas de Nintendos 3DS aumentarem do nada, enquanto que a EA dava um jeito de levar os seus game spay-to-win para os celulares com Real Racing 3, que mostrou que os mobile iriam se tornar o futuro dos games, o que se concretizou com a vinda de Pou, fazendo a cabeça de toda a galera! Pra terminar a revolução dos games, coroando esse ano revolucionando com a cereja em cima do bolo, GTA V foi lançado, dando o primeiro passa para uma história que, pasmem, ainda não acabou.

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Nas televisões do mundo todo, Rick e Morty aparecia para nunca mais sair, pelo menos até o final dessa década e a sétima temporada de Skins era retomada, para tocar uma pá de cal sobre a série que já não tinha mais o mesmo fôlego, mas uma pá de cal digna, forte e muito bem feita. Terminou com chave de ouro!

O Japão nos agraciou com o lançamento de Little Witch Academia, uma série animada que ainda iria crescer muito dentro e fora das terras nipônicas e também Tamako Market, um anime que até hoje vive enfeitando a minha mente.

No mais, é de 2013 os primeiros registros do canal do Paulo Kogos no Youtube e o Beeline Reader foi criado para revolucionar a forma como lemos na internet.

O ano que veio depois do fim foi um ano de revoluções, como seria de se esperar do ano em que o povo brasileiro foi para as ruas. Suas consequências ainda hoje são sentidas, mas muito do que se originou ali não sobreviveu, como muitos artistas que não conseguiram se estabelecer em seus cenários. De qualquer forma, é um ano para ser lembrado com muito apreço.

Feliz Natal!

 

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Dica especial pra salvar o seu Natal

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Hoje celebraremos o nascimento Dele que morreu por todos nós e como não poderia deixar de ser, O Sommelier de Tudo preparou um post com uma dica especial para salvar o seu Natal.

A dica de hoje é de um serviço de streaming de filmes e séries que tem por objetivo levar até as pessoas a fruição da verdadeira beleza, baseada na Verdade, através da arte do cinema, da animação e da TV.

Falo da Lumine, empresa brasileira que, salvo engano, estreou no mercado esse ano e já tem um pequeno, mas fiel, grupos de seguidores apaixonados pelas diversas obras que eles trazem em seu catálogo. O site é recheado de filmes antigos clássicos, como Andrei Rublev do Tarkóvski, filmes antigos raros como Joanna D'arc de Rosselini, documentários inéditos no Brasil como Caos e Ordem: A ascensão de Jordan Peterson e uma série infantil de São Francisco.

O material deles é de uma importância extrema, pois vivemos numa era em que valores são relativizados, o totalitarismo se disfarça de bem-estar e o bom senso já se encontra internado na UTI do nosso subconsciente coletivo. O Brasil, em especial, encontra-se num campo de batalha ativo, o que, por um lado, é bom, já que temos a oportunidade de caminhar contra a corrente da onda que líderes mundiais jogam para cima de nós. Por outro lado, o peso que carregamos para lutar a boa luta é, muitas vezes, pesado e cansativo.

A Lumine chega para nos auxiliar nesse campo de batalha, santificando o entretenimento que consumimos, melhorando o debate público e satisfazendo a nossa necessidade por prazer estético. Esqueça outros serviços de streaming mancomunados com as elites mundiais totalitárias e volte o seu olhar para o que de melhor o nosso país tem a oferecer.

Santifique-se.

Melhores da Década - 2012

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E finalmente chegamos ao tão aguardado a ano! 2012 foi esperado por todos, pelo menos, desde 2008. Era o ano do fim do mundo. Os mais esqueceram de montar mais uma tabuleta com datas e previsões do clima e todo mundo achou que o mundo ia acabar, Nibiru ia se chocar com o planeta Terra, uma nuvem gigante ia descer do céu provocando o Advento e por aí foi... as teorias iam longe, mas a real é que o mundo não acabou, o Corinthians ganhou o Mundial e eu passei o ano vagabundeando, sem estudar, nem trabalhar.

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Com tanto tempo livro, é óbvio que eu assisti uma tonelada de filmes, afinal, 2012 foi tão bom quanto 2011 em se tratando de obras cinematográficas. Pra começar tivemos o lançamento de duas obras alternativas essenciais para a juventude do início da década: Oh Boy, diretamente da Alemanha contava a história de um filhinho de papai que não consegue tomar uma decisão na vida e só quer tomar um café e Frances Ha, obra irmã, mas que conta a história de uma moça otimista ferrada de grana em busca de um norte na vida. Ambos os filmes eram muito parecidos e ambos preencheram a mesma lacuna. O engraçado foi descobrir que havia espaço para ambos existirem.

Completando o ciclo de filmes alternativos e com uma comédia irônica, temos Safety Not Garanteed, que reunia um elenco de atores improváveis para fazer uma das melhores obras de ficção científica da década. Moonrise Kingdom já não era tão alternativo e sua ironia é menos mordaz, mas também se assemelha com os filmes já mencionados, dando o pontapé para muitas análises do que viria a ser chamado "metamodernismo". E da França tivemos ainda duas obras que não são propriamente de comédia, mas são muito bem-humoradas, Wrong do fantástico Quentin Dupieux, contando a história de um trapalhão e seu cachorro e Dentro da Casa, uma história de conflitos entre mestre e aprendiz, debatendo sobre criatividade, sexualidade, amizade e literatura.

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Tivemos nesse ano o lançamento de um dramalhão épico chamada O Lugar Onde Tudo Termina, estrelado também por Ryan Gosling e sua mulher, Eva Mendes. O filme se estende por horas e décadas, mas você nem vê o tempo passar de tão bom que é. No entanto, as verdadeiras obras dramáticas desse ano foram feitas fora dos EUA. No Brasil, tivemos O Som ao Redor, melhor filme de Kléber Mendonça Filho (que nunca mais conseguiu repetir o feito em sua carreira, hoje beirando a mediocridade), contando a história de algumas famílias em torno de um bairro de classe alta em Recife. Do narcoestado mexicano, recebemos a grata surpresa de Depois de Lúcia, obra que debate o tema do bullying, do Japão tivemos a belíssima adaptação de Rurouni Kenshin, mostrando que mangás e cinema combinam muito bem e por fim, a Dinamarca lançou um dos mais importantes e poderosos filmes da década, A Caçada, que conta a história de um professor acusado injustamente de abuso sexual.

As animações sofreram um pouco ao longo de 2012, mas no final do ano a Dreamworks nos fez o favor de lançar A Origem dos Guardiões, repaginando figuras folclóricas do mundo todo, num cenário de aventura muito bem desenvolvido.

Além de uma incrível obra cinematográfica, o Japão ainda nos agraciou com um clássico das comédias nos animes, Danshi Koukosei no Nichijou, que conta a história de jovens colegiais muito loucos. Sakamichi no Apollon serviu para nos lembrar da genialidade superior de Shinichiro Watanabe e Tsuritama é o melhor anime de pesca já criado, conseguindo ficar até hoje preso na minha mente, como poucos animes conseguiram.

Na música, Sharon van Etten lançou seu clássico Tramp, enquanto que Hop Along lançou o seu segundo álbum, Get Disowned. Na música, muitos clássicos foram lançados, como Attack on Memory do Cloud Nothings, transitando entre o indie rock e o punk/hardcore que foi especialmente influente nas bandas aqui do Brasil, Floral Green, do Title Fight, Celebration Rock do Japandroids, In Currents do The Early November e Sal Grosso da Lupe de Lupe. Mas o verdadeiro álbum deste ano foi Lonerism, do Tame Impala, que declarou em alto e bom som que, se era para o mundo acabar, eles iriam realizar a sua trilha sonora.

https://www.youtube.com/watch?v=KQH2Kq1QXaI

No mundo da literatura, o Brasil esteve muito bem servido, com o livro de memória de Diogo Mainardi, A Queda, sendo lançado nesse ano, mostrando que além de competente jornalista, ele também é um carinhoso e atento pai. Também tivemos no Brasil o lançamento de O Livro das Coisas Perdidas, uma obra interessante de fantasia, que carrega grande valor literário, embora não seja muito conhecida, ainda hoje. No quesito de livros de não-ficção, tivemos o lançamento de A Tradução Literária, importante obra teórica para o meio, escrita por Paulo Henrique Britto e também The Way of Men, de Jack Donovan, que até hoje provoca homens e mulheres ao redor do mundo, com seus sábios insights acerca da masculinidade.

O ano de 2012 não acabou com o mundo, mas possibilitou a todos enormes experiências artísticas e filosóficas, como podemos ver pelo que de melhor saiu dali. E ali já se formava boa parte do que viria a seguir de melhor nessa década. E a vocês, meus queridos, tenham uma boa festa de véspera de Natal hoje, se cuidem e até amanhã, para mais uma post de melhores da década!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Os melhores da década - 2011

2011

E agora vamos continuar a nossa série de posts, falando de um ano que me marcou muito, de todas as formas possíveis.

Em 2011 ainda estava no Ensino Médio, mas já no último ano. Ainda segui com boas amizades e tive boas experiências, mas já não foram tantas assim. Foi uma fase difícil e já prenunciava os períodos amargos da minha vida que viriam a seguir. Nunca torci tanto para um time como torci para o Santos, que teve a sua última grande geração de jogadores, os quais, infelizmente, não conseguiram se manter em relevância no cenário futebolístico mundial em anos posteriores. Infelizmente, o time da vila acabou perdendo o Mundial para o Barcelona, na época, o melhor time de futebol da história e eu senti demais essa derrota.

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Nesse ano acessava quase que diariamente O Melhor da Telona, saudoso site para download de filmes e 2011 foi bem servido de filmes. Tivemos o lançamento de Drive, agora já um clássico dos filmes neo-noir; Meia Noite em Paris, talvez o melhor filme do Woody Allen; Johnny English Reborn, mais um clássico de Rowan Atkinson que não deve nada ao seu antecessor; Attack the Block, outra bela obra que veio lá da terra da rainha e Vovózona 3 foi uma enorme surpresa, sendo melhor que todos os outros filmes da série. A Arte da Conquista ainda é um dos meus filmes favoritos e merece destaque especial nessa lista de filmes incríveis lançados em 2011. A história de um garoto complicado, existencialista, que descobre o amor e forças dentro de si para continuar seguindo com sua vida se encaixou como uma luva em mim, mas eu gostaria ter seguido os passos de George mais cedo.

Ainda nos dramas, O Substituto foi uma bela surpresa dentro do circuito de filmes meio alternativos, meio grandes e conta uma bela e singela história de um professor substituto, que nunca se prende aos seus alunos, nem a nada na vida, mas encontra esperanças quando uma garota se perde em seu caminho. Inquietos também foi lançado em 2011 e é até hoje o melhor filme do Gus van Sant. Acompanhando as tragédias que atingiram o Japão nessa época, Sion Sono lança um de seus melhores filmes, Himizu e do cenário indie de filmes nos EUA surge Another Earth, um dos filmes que deu o pontapé para a nova onda de filmes de ficção científica mais sensíveis que viriam nos anos posteriores.

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Suckerpunch, o filme que consegue ser amado e odiado na mesma medida também foi lançado nesse ano. A homenagem a cultura pop de Zack Snyder causou um alvoroço dentro do cenário de filmes e, apesar do que dizem os críticos de cabeça vazia, é o seu melhor filme e um dos melhores filmes não só de 2011, mas da década, merecendo um lugar de destaque aqui no nosso post.

O ano foi fantástico para o cinema e as animações não ficaram para trás. Kung Fu Panda foi lançado nesse ano e Rango se tornou, quase que de imediato um clássico absoluto do cinema de animação.

Se o cinema esteve muito bem servido em 2011, os quadrinhos também brilharam como nunca nesses 12 brilhantes meses, com o lançamento de Daytripper, talvez a maior obra lançada pelos irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá. Yuri Morais lançou na rede mundial de computadores o Garoto Mickey, obra difícil de ser encontrada atualmente, mas que vale muito a pena ler e Vitor Caffagi lançou Valente e Duotone, enquanto sua irmã lançava Mixtape. O cenário de quadrinhos brasileiro começava a alçar um voo muito produtivo, que, infelizmente, culminou numa produção pedante, politicamente correta e chata. Mas naquela época era muito, mas muito boa!

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Na música tivemos o lançamento de Suck It and See do Arctic Monkeys, uma promessa à boa forma, que não foi concluída com o lançamento do CD posterior, mas que bastou para os ouvidos dos fãs. Um álbum conciso que só melhorou com o tempo. Tivemos ainda o lançamento de Espelho da Alma da Pense, lá de BH e Empty Days and Sleepless Nights do Defeater. No entanto, o que realmente mudou a história da música para sempre foi o lançamento de Wildlife, o melhor álbum do La Dispute e talvez o melhor álbum da década, com seu estilo sui generis, letras brilhantes, envolvendo um conceito elaborado, é um álbum para ser estudado e portanto exige muita atenção do ouvinte. Suas letras elaboradas causam curiosidade e sua profusão de sons estranhos dá todo um dinamismo ao CD que não existe em nenhum outro dentro do cenário em que foi lançado, o do post-hardcore. Até hoje, é um dos meus favoritos.

E se na música tivemos algo tão inovador e provocador, no cenário dos documentários não foi diferente com o lançamento do excelente U.N. Me, que até hoje causa revolta nos cidadãos de bem de todo o mundo que veem os seus países sendo devorados pelos burocratas da ONU.

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Nas televisões tivemos o lançamento de Game of Thrones, prometendo muito, mas que acabou cumprindo pouco e também a excelente Black Mirror ainda em terras britânicas. Suas primeiras temporadas, com o sotaque inglês, valem muito a pena serem vistas e revistas, ao contrário do lixo feito pela Netflix, que ofende a todos aqueles que assistiram a série em seus primórdios, provocativa, forte e inventiva ao máximo. No oriente, Kamisama no Memochou chamou muito a minha atenção e até hoje está presa em minha mente, enquanto que Ben-To é capaz de proporcionar uma das experiências mais divertidas com relação a animes. Gyakkyou Burai Kaiji: Hakairoku-hen é um dos melhores animes da história e continua as aventuras de Kaiji pelo mundo das apostas.

Nos games, tivemos o lançamento de Minecraft, jogo que na época era feio, coisa de criança, mas que bombou no Youtube por muitos anos e influenciou o gosto por games de muita gente, sendo estilisticamente e narrativamente copiado e melhorado por muitos outros games que viriam a seguir, criando, pelo menos, dois grandes segmentos de jogos por aí. Hoje em dia, ele voltou, com mais força ainda do que quando ele estourou na primeira vez.

E assim, chegamos ao final de mais uma retrospectiva da década. Espero que tenham gostado e espero vê-los amanhã, quando falaremos do ano do fim do mundo! MUAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!

domingo, 22 de dezembro de 2019

Os melhores da década - 2010

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E mais uma vez chegamos ao final do ano, mas dessa vez não é qualquer ano, porque estamos em 2019, que, coincidentemente, é o final da década também! CELEBRAÇÕES!!!

Sim, meus amigos, vamos celebrar, pois esta década foi muito frutífera. Sentei aqui na frente do pc por uma semana, pensando e relembrando o que tivemos de melhor nesses 10 anos que constitui a segunda década do milênio 2000 e os resultados foram muito satisfatórios. Nesta série de posts, passarei por cada um dos 10 anos que constituíram essa década, mencionando obras que marcaram época, merecem ser apreciadas de novo e de novo e, quando possível, irei linkar às suas respectivas dicas e aí você vai poder dizer se muita coisa mudou ou não.

2010 começou e terminou com os melhores anos da vida e por isso eu sou muito grato a Deus, principalmente, mas a cada um dos seres humanos que fizeram parte das minhas conquistas no início e final desta década. Em seu primeiro ano, 2010, eu ainda estudava, já no Ensino Médio e tive experiências incríveis, conheci pessoas incríveis e me diverti como nunca antes, mas claro, sempre consciente.

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Mas pudera, a década já começou com tudo com filmes incríveis sendo lançados, como Scott Pilgrim contra o Mundo, Uma Manhã Gloriosa, Como Treinar o Seu Dragão e Cold Fish. Filmaços e que merecem ser vistos e revistos e ainda hoje eu me surpreendo com a qualidade deles. No entanto, esses dias mesmo reassisti uma obra incrível desse ano incrível e me motivei para fazer esse post: claro que estou falando de Rubber, o melhor filme de 2010, sem sombra de dúvidas! Um filme cheio de camadas, explorando elementos do cinema trash e B mundial, com discussões filosóficas dignas de Kierkegaard, é um puta filme, que lançou para sempre a carreira de Quentin Dupieux ao estrelato.

E já que o assunto é filme B, não dá pra deixar de comentar o lançamento da primeira obra de Wakaliwood e que já virou um clássico do trash nessa altura do campeonato: Who Killed Captain Alex?, feito por amigos numa favela de Uganda, a obra conta com uma produção baixa e pouca formação artística, mas muita criatividade para salvar esse filme. O sotaque ugandês carregado dá charme à obra e a produção de baixa qualidade é acompanhada de um humor escrachado que faz desse filme uma das melhores opções para se ver com os amigos.

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Ainda nos cinemas tivemos o divertidíssimo Os Outros Caras, sendo lançado, elevando o nível da comédia de ação americana e também Se Enlouquecer Não Se Apaixone, o clássico adolescente que até hoje aquece os corações dos mais incautos, com sua trilha sonora indie dançante, diálogos singelos e discussões espertas, tocando em temas profundos e emocionantes. É um puta filme de comédia dramática! E no drama, simplesmente, ganhamos dois diamantes do gênero: Submarine e seus personagens bizarros, dialogando sob uma potenta trilha sonora feita por Alex Turner e a adaptação de um clássico da ficção científica japonesa, o Não Me Abandone Jamais.

E as animações não ficaram para trás em 2010, além do já mencionado Como Treinar o Seu Dragão, tivemos o lançamento de Meu Malvado Favorito, o emocionante Toy Story 3 e mais uma obra fantástica do Studio Ghibli, O Mundo dos Pequeninos, um singela história de amizade entre um humano e uma ser fantástica que mora no quintal da sua casa. No entanto, mostrando que animações são coisa séria, tivemos uma das maiores obras de animação de todos os tempos lançada em 2010, se tornando o melhor filme daquele ano, Megamente! Uma obra fenomenal, aliando ação com comédia, explorando paródias e incluindo temas de abandono e a busca pelo sucesso, esse filme é um clássico absoluto, que foi redescoberto em anos recentes e só fez crescer a admiração de todos por ele.

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Como documentário, tivemos o incrível Exit Through the Gift Shop lançado. Intencionando contar a história da arte de rua, em sua natureza primordial, contestadora e bruta, o documentário termina mostrando como ela havia sido absorvida pela sociedade que pretendia criticar, virando apenas mais uma comodity do capitalismo. Até hoje ninguém sabe o que é fato e o que é invenção nessa obra e, portanto, ainda hoje provoca discussões.

2010 foi um ano de transição no mundo da música. O indie já começava a perder o seu fôlego e poucos destaques houveram dentro do mundo alternativo, como Lightmares do BeatBeatBeat! e Epic da excelentíssima Sharon van Etten. No entanto, as trilhas sonoras de Scott Pilgrim vs the World e Red Dead Redemption salvam nossas orelhas até hoje.

https://www.youtube.com/watch?v=NQUho5tUtO8

Por falar nisso, como não mencionar um dos melhores jogos já lançados na história? Red Dead Redemption foi de arrasar! Narrativa carismática, enredo fantástico, jogabilidade brilhante, gráficos de cair o queixo e uma trilha sonora sensacional. É a receita perfeita para se fazer um dos melhores games de todos os tempos e, com absoluta certeza, o melhor do ano e quiçá, da década. Ainda hoje, RDR impressiona e encanta jogadores do mundo todo.

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Nos livros, tivemos o lançamento (ao menos no Brasil, não pesquisei lá fora) do primeiro livro da série Jogos Vorazes, de mesmo nome. O livro contando a história de Katnees Everdeen num EUA do futuro distópico, controlado por um governo que faz de seus habitantes exemplos para toda a sociedade em um jogo de vida ou morte, pegou o vácuo do Harry Potter e virou filme, jogo e uma série de outros itens de colecionador. Eu acho a obra realmente melhor que o Harry Potter e o mais profundo que a literatura de jovens adultos pode oferecer.

Ainda tivemos nesse ano fenomenal o lançamento de Sherlock nas televisões britânicas, muitos anos antes do Cumberbatch virar herói da Marvel e também de um dos maiores fenômenos juvenis da Cartoon Network, Apenas um Show, que junto de A Hora da Aventura revolucionou o canal infantil. E no oriente, tivemos o lançamento de The Tatami Galaxy, um anime muito bem feito, dirigido por Masaai Yuasa, baseado no mangá homônimo que conta a história de um perdedor que se perde em pensamentos, encara eventos sobrenaturais e mora num apartamento minúsculo. O lamentável ainda se apaixona por um moreninha. No entanto, esse anime foi ofuscado por um dos melhores animes da história, Durarara!! que conta uma história fragmentada envolvendo um monte de personagens em Shinjuku. O anime teve suas continuações muitos anos depois e aí já havia perdido o timing, mas sua primeira temporada é ainda uma das melhores coisas que as animações japonesas recentes podem nos oferecer.

https://youtu.be/u_Y8qnF4Q_o

Pra terminar, vale a menção de que o Youtube era um lugar muito diferente do que é hoje. Não tinha tantas propagandas, ainda era um espaço para um crescimento orgânico, seus desenvolvedores eram pessoas de bem e colocaram o jogo da cobrinha pra quem quisesse jogar enquanto esperava algum vídeo carregar, mas, infelizmente, já tinha perdido a avaliação por estrelas. De qualquer forma foi nesse ano que surgiu o canal do Estúdio Pirata, cujo dono se transformou numa das pessoas mais bem sucedidas da internet, mas nesse canal apenas dava aulas de Photoshop, de graça e eu aprendi muito com ele. Também foi o ano de criação do WhateverTuts, um canal que deixou de ser atualizado já no ano seguinte, mas os poucos vídeos feitos foram clássicos absolutos, até hoje lembrados por aqueles que tiveram o prazer de acessá-lo na época.

E é isso, por hoje, paramos aqui, mas amanhã voltamos pra falar do incrível, porém amargo ano de 2011.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Dica aplicativística: Mozilla Firefox

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Há muito tempo que uso o Firefox exclusivamente, mas nunca havia feito uma dica desse genial navegador de internet, até que eles lançaram o recurso picture-in-picture e agora sou obrigado a indicá-lo.

Desde que comecei a usar a internet com certa falta de moderação (confesso), me tornei um escravo do Google Chrome. No entanto, há anos acompanho os debates do mundo da tecnologia que vão além das inovações e há anos soube que a Google não é uma empresa confiável, sendo assim, migrei para o Firefox, mais por teimosia do que por praticidade.

Porém, com o passar dos anos, o Firefox foi se tornando cada vez mais prático. Primeiro o seu visual foi melhorando muito, caminhando para um estilo robusto e clássico, enquanto que os outros navegadores caminhavam para um visual mais "clean", "modernoso" e, para mim, sem graça.

Com o levante das guerras ideológicas, a Mozilla, uma empresa sem fins lucrativos, se destaca pela sua idoneidade (ao menos até onde o grande público conhece) e foi recebendo os avanços de diversas empresas diferentes, como o Adblock e o Beeline, além de ter o seu código liberado para a utilização de diferentes desenvolvedores, conquistando possibilidade de utilização de sites que vão além daquilo que é fornecido pelo próprio site.

Um exemplo clássico disso que acabei de falar é o CyTube, um site que permite fazer streaming de vídeos compartilhados com diversas pessoas através de um link que leva a uma sala que seus usuários criam. Há tempos, por motivos banais de direitos autorais, o CyTube prejudicou a todos os seus usuários proibindo o uso de links de vídeos derivados do Google Drive, minando em muito as possibilidade de seus usuários assistirem filmes com seus amigos remotamente. No Firefox, isso é possível com o uso de algumas aplicações que alteram o código do site.

Agora, o mais recente avanço do navegador é o recurso picture-in-picture, que cria uma pequena janela com o vídeo no canto da sua tela e você pode ficar fazendo o que quiser com o computador e, ao mesmo tempo, assistir o vídeo, inclusive, você pode minimizar o navegador e o pequeno pop-up continua funcionando. O recurso funciona não apenas com o Youtube, mas também com filmes da Netflix, Prime Video, Mubi e afins.

Com isso, o único recurso que sinto falta no Firefox é o recurso presente no Google Chrome de pesquisar imagem, que é muito útil para descobrir a origem de pinturas, ilustrações e até mesmo memes. É algo que eu sinto muito falta e é a única coisa que não me permite desinstalar o navegador em meu computador.

Ainda assim, o Firefox continua sendo o melhor navegador da internet e a melhor opção para todos aqueles que prezam por qualidade, praticidade, segurando, privacidade e prazer estético.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Links sortidos de quarta #20

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Visitar a Igreja de Agioi Pantes deve ser uma experiência incrível.

Será que se os jovens soubessem desses breves fatos, eles deixariam de ser socialistas?

Conheça um pouco da história por trás do chocolate quente.

E já que estamos falando de ingleses, que tal desconstruir a má fama do Império Britânico?

Há cretinos que tentam incutir na mente de milhões de pessoas a servidão ao Estado como algo desejável, no entanto, não devemos cair nisso! De forma alguma!

Leia o bem-humorado relato do escritor Yuri Vieira e sua relação com as drogas.

O natal está chegando e com eles os enfeites natalinos, mas não devemos esquecer o aniversário de quem celebramos nessa data.

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Dica musical:"Little Electric Chicken Heart" da Ana Frango Elétrico (2019)

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Vi primeiro esse CD no Eu Escuto e depois vi que ele ganhou um review do Anthony Fantano. No primeiro caso, fiquei instigado a ouvir, no segundo, decidi me afastar (porque o Anthony deu uma nota alta pra esse CD e todos sabemos o quão ruim é o gosto do Anthony Fantano, né?), mas enfim, ouvi o CD que ficou parado nos meus arquivos do computador por um tempo e o resultado foi surpreendente.

Little Electric Chicken Heart é o segundo CD da artista Ana Frango Elétrico, mais uma dessa geração de artistas brasileiros que decidem fazer uma mistureba de sons simulando os grandes nomes da geração de nossos pais, a MPB imbuída de psicodelia, jazz experimental e que ganhou o nome de tropicália. No entanto, a diferença dela para os outros artista de sua geração é que ela faz essa retomada nostálgica direito.

Pra começar, este CD é cheio de variações. Logo no começo temos uma música que cresce conforme avança, iniciando de maneira lenta, com um piano suave acompanhado de metais imponentes, apenas para terminar de maneira calorosa, forte e até barulhenta. Em seguida, temos uma música bem mais lenta, até mesmo melancólica.

A partir daí dá pra esperar qualquer coisa e é qualquer coisa que vem mesmo. Temos músicas gritantes, rock do bom, com muitas guitarras distorcidas, jazz fusion pesado, referências a exotica, elementos musicais remanescentes de trilhas sonoras de faroeste e filmes de espião, experimentalismos confusos com samba, mas tudo com melodias muito belas e ritmos marcantes. A mistura aqui é muito bem-vinda e tudo se encaixa muito bem.

Apesar de tudo bem diferente, o álbum é uma ouvida fácil. Também pudera, ele mal bate os 30 minutos e eu não consegui achar uma música que não tem ao menos um elemento interessante de se ouvir.

As letras são uma confusão à parte. Há uma certa linha narrativa em cada uma delas, mas o abuso do absurdo é constante e pesado, logo fazendo o ouvinte se perder na profusão de palavras que apenas reforçam o ritmo das canções, criando uma poética bem própria.

Dessa forma, Ana Frango Elétrica lança um dos melhores álbuns desse ano e abre esperança para que as bandas de artistas alternativos que curtem surfar nessa onda nostálgica da tropicália se elevem. Ela, pelo menos, elevou o nível.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Dica musical: "Love Exchange Failure" do White Ward (2019)

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O black metal já nasceu morto. Num gênero tão limitado, o que as bandas podem fazer para continuar criando algo sem cair no marasmo? Uma solução é a mistura com outros gêneros, seja o shoegaze de Alcest ou, no caso da dica de hoje, o jazz.

White Ward é o nome de uma banda formada em 2012 e esse é o segundo álbum que eles lançam. Tido pela crítica como o seu melhor álbum e um dos melhores de 2019. Não posso afirmar nada quanto a primeira afirmativa, mas posso afirmar quanto a segunda. É de fato, um dos melhores álbuns do ano. Tocando em temas existencialistas, elaborando uma espécie de álbum conceitual em torno da alienação que as cidades geram junto às pessoas e o quanto isso afeta a nossa habilidade de amar, a banda mistura jazz com black metal de maneira magistral.

Ninguém iria suspeitar, mas a mistura dá muito certo, pois o jazz também é um gênero muito amplo e eles executam aqui uma mistura com aquele jazz mais cool, da segunda metade do século 20, remanescente de John Coltrane e Quincy Jones, por exemplo. Logo na primeira canção, temos um saxofone abrindo o álbum após uma espécie de prólogo onde uma guitarra elabora um som atmosférico, enquanto sirenes tocam. As imagens evocadas são de uma madrugada fria e desoladora, onde a solidão impera enquanto pontos de violência eclodem entre um quarteirão e outro.

A partir daí o som apenas cresce e após a introdução jazzística vem a explosão de guitarras desenfreadas, baixo marcante e bateria acelerada numa profusão de barulho enquanto um vocal gritante nos descreve o cenário de uma cidade caótica. O que nos é descrito seria perfeito num quadrinho do Batman e do caos viria a ordem, mas estamos falando de um álbum de black metal.

Love Exchange Failure abraça o caos.

E então entramos no álbum de fato. Cada música tem seus interlúdios, que servem para reforçar a atmosfera de desolação e nos entrega momentos de calmaria, mas que nós sabemos, precedem a tempestade. Cada um desses interlúdios prova que o White Ward se daria muito bem como uma banda de jazz. Se você tirar as partes de black metal, esse álbum se torna um dos melhores álbuns de jazz do ano também.

No entanto é black metal e assim como as canções vão evoluindo, as letras se tornam mais elaboradas, o jazz se funde com o black metal e o saxofone se mistura com as guitarras, o baixo e a bateria, auxiliando no caos, penetrando em cada acorde e expandindo as canções. A mistura é incrível e o resultado é impressionante.

O álbum, de fato, é um dos melhores do ano. Eu, que nem curto black metal, curti demais esse álbum, embora eu sempre fique com dor de cabeça após ouvi-lo. É barulho demais para mim. De qualquer forma, o esforço vale a pena.

 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Links sortidos de quarta #19

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E como prometido, aqui vai o artigo maior sobre o maligno George Soros.

Do melhor site da web: as fases da vida de um Homem.

Thread sobre a educação pública novamente. Esta é extremamente útil, pois além de mostrar os defeitos, ainda apresenta soluções.

Veja os Pirineus de cima!

Formigas canibais num bunker soviético... não, isso não é um filme de terror!

Aproxima-se o dia em que uma nova guerra civil irá irromper pelos EUA... como evitá-la?

Thread do bom senso.

Duas perguntas para Lucas Mafaldo.

E esse gordinho histérico será a melhor coisa que você vai ver essa semana.