quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Melhores da década - 2014

2014

Eu falei que após 2012 foi só ladeira abaixo não foi? Pois é... esse foi o famigerado ano do 7X1, que acabou sendo incorporado no palavreado popular do brasileiro, como sinônimo de derrota. Se não bastasse isso, ainda tivemos a reeleição da Dilma, mas que acabou dando fôlego para os incipientes movimentos opositores.

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Enfim, o ano nos apresentou filmes muito interessantes, como é o caso de Whiplash, uma obra que fez todo mundo gostar de musicais, de repente. Além deles, Quentin Dupieux volta a sua melhor forma em 2014 com o excelente Realitè e Sion Sono lança o seu musical, Tokyo Tribe, misturando hip hop, com yakuza, samurais, romance, drama e terremotos. I Origins é o segundo filme de Mike Cahill e o seu maior, mais ousado e melhor filme até então. Depois dessa, ele nunca mais produziu uma obra cinematográfica e sua falta deixa um vácuo impreenchível.

Na música, La Dispute lançou o seu mais singelo e honesto trabalho, Rooms of The House, que perde um pouco da agressividade de Wildlife, mas ganha em sentimentos e harmonia. Do mesmo cenário musical, saiu Never Hangover Again do Joyce Manor, enquanto que no Brasil Onde Anda Chico Flores? restaurou toda a nostalgia juvenil daqueles criados nos anos 2000 e Além Daquilo Que Te Cega dava continuidade ao excelente trabalho da Pense. De Glasgow, Escócia, saia Honeyblood, que perdeu o fôlego após o seu excelente primeiro CD, mas a maior surpresa foi a de Monster Rally, o produtor e dj californiano que lançou Sunflower EP, uma obra de apenas 4 músicas, mas que valem por 30!

Graça Infinita, a maior (literalmente) obra de David Foster Wallace, foi lançada no Brasil, causando um alvoroço no mundo literário e True Detective fez sua estreia na televisão mundial.

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O Japão teve um ano glorioso e 2014 foi o ano dos animes. Pra começar, tivemos uma adaptação de um mangá de Taiyo Matsumoto, Ping Pong, com direção de Masaaki Yuasa, além disse duas, repito, duas (2!) obras de Shinichiro Watanabe, Zankyou no Terror, contando a história de dois terroristas em Tóquio e SpaceDandy, uma obra incrível de ficção científica e humor, com o apoio de uma equipe criativa diversa e muito bem alinhada sob as asas do lendário diretor. Por fim, tivemos ainda mais uma dupla de ouro, Mushishi: Hihamukage e Musashi: Zoku shou, ampliando a história do herói mais contemplativo do mundo dos animes.

Um ano fantástico para os animes, de fato.