quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Melhores da Década - 2013

2013

O mundo não acabou e aí, o que aconteceu? Infelizmente, foi só ladeira a baixo pra todo o mundo a partir daí... o rock perdeu a significância, o solipsismo puro e simples ganhou mais força no debate público e as pessoas foram às ruas num ato de puro idealismo. Em 2013, o "gigante acordou", mas como estamos no Brasil, ainda levou alguns anos pra que a mudança começava a florescer.

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Neste ano, ótimos filmes apareceram para nos agraciar, entre eles Grand Piano, estrelado pelo Elijah Wood e que foi o primeiro filme a me fazer perceber do que é feito um filme bom de verdade. E um filme bom de verdade é aquele que você nem percebe o tempo passar. Este filme é um ótimo exemplo disso.

Outro bom exemplo disso foi Stoker, um filme de drama e suspense que conta a história de uma garota numa família muito estranha e que me deixou com uma pulga atrás da orelha na época em que assisti. Até hoje ainda penso nesse filme com certa surpresa e contemplação. Prisoners foi outro filme de suspense que chamou a atenção de todos. Com cenas bem sangrentas, é uma obra complexa e que perde um pouco o fôlego lá pro final, mas não deixa de ser surpreendente. E The Kings of Summer foi um dos melhores filmes do ano e o último grande filme adolescente da década, contando a história de 3 amigos que resolvem fugir de casa e morar no meio do mato, isolados de toda a irritação do mundo moderno.

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Nos dramas tivemos o filme que revelou o Michael B. Jordan para o mundo, Fruitvale Station, contando a história real de um rapaz que foi morto por um policial nos EUA, enquanto ele celebrava com seus amigos. No entanto, foi Upstream Colors, uma obra que une ficção científica, romance e drama, que abriu os horizontes criativos para um estilo que há muitas décadas não focava nas relações humanas que sempre marcaram a literatura especulativa.

Do Japão, tivemos a belíssima surpresa que foi Pais e Filhos, um dos filmes mais bem feitos sobre a paternidade e também Why Don't You Play in Hell?, um dos filmes mais criativos de Sion Sono, acompanhando a trajetória de jovens cineastas envolvidos com a yakuza. Por fim, tivemos o lançamento de The Tale of Princess Kaguya, provavelmente o melhor filme do Studio Ghibli lançado nesta década de meu bom Deus.

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Nos documentários, Dear Mr Watterson foi uma das melhores coisas produzidas na década e o melhor que o cinema de não-ficção conseguiu produzir naquele ano. Uma obra singela, de um fã, demonstrando todo o seu carinho pelo criador da melhor tira de jornal que já existiu no mundo.

Se 2012 foi o ano para se ler quadrinhos brasileiros, 2013 foi o ano para se ler quadrinhos estrangeiros. Tivemos o retorno de Neil Gayman, com Sandman: Overture, retomando a sua obra mais famosa. Sunny, uma das obras mais singelas de Taiyo Matsumoto foi lançada no Japão, ficando lado a lado com Fragmentos do Horror, de Junji Ito e no Brasil, Eu Mato Gigantes foi lançada pela New Pop. Também nessa belíssima Terra de Santa Cruz, a Graphic MSP iniciou-se, esbanjando criatividade e talento com Turma da Mônica: Laços e Piteco: Ingá, ainda sem cair sob demagogias infinitas.

Na literatura, The Disaster Artist foi lançado, contando os pormenores da produção do pior filme de todos os tempos, The Room, de maneira bem humorada e criativa. A obra é capaz de nos colocar dentro do set de filmagens e nos faz imaginar que a história real é ainda mais fantástica do que a história do filme.

Na música, Will Yip lançou o seu Off The Board, uma coletânea dos principais artistas que passaram pelo seu estúdio, produzindo singles inéditos e de lá saíram The Things We Think We're Missing do Balance and Composure e Spring Songs do Title Fight. Iniciando a e s t é t i c a vaporwave, Luxury Elite e Saint Pepsi lançaram o Late Night Delight, de onde vários clássicos saíram e na mesma pegada, King Krule lançou o seu primeiro (e melhor) álbum de estúdio 6 Feet Beneath the Moon. Do Japão veio Fetch, um clássico do Melt-Banana e da Dinamarca o melhor álbum daquele ano, You're Nothing do Iceage.

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Nos games, duas obras revolucionárias foram lançadas, Pokémon XY, revitalizando a franquia e fazendo as vendas de Nintendos 3DS aumentarem do nada, enquanto que a EA dava um jeito de levar os seus game spay-to-win para os celulares com Real Racing 3, que mostrou que os mobile iriam se tornar o futuro dos games, o que se concretizou com a vinda de Pou, fazendo a cabeça de toda a galera! Pra terminar a revolução dos games, coroando esse ano revolucionando com a cereja em cima do bolo, GTA V foi lançado, dando o primeiro passa para uma história que, pasmem, ainda não acabou.

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Nas televisões do mundo todo, Rick e Morty aparecia para nunca mais sair, pelo menos até o final dessa década e a sétima temporada de Skins era retomada, para tocar uma pá de cal sobre a série que já não tinha mais o mesmo fôlego, mas uma pá de cal digna, forte e muito bem feita. Terminou com chave de ouro!

O Japão nos agraciou com o lançamento de Little Witch Academia, uma série animada que ainda iria crescer muito dentro e fora das terras nipônicas e também Tamako Market, um anime que até hoje vive enfeitando a minha mente.

No mais, é de 2013 os primeiros registros do canal do Paulo Kogos no Youtube e o Beeline Reader foi criado para revolucionar a forma como lemos na internet.

O ano que veio depois do fim foi um ano de revoluções, como seria de se esperar do ano em que o povo brasileiro foi para as ruas. Suas consequências ainda hoje são sentidas, mas muito do que se originou ali não sobreviveu, como muitos artistas que não conseguiram se estabelecer em seus cenários. De qualquer forma, é um ano para ser lembrado com muito apreço.

Feliz Natal!