segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Os melhores da década - 2011

2011

E agora vamos continuar a nossa série de posts, falando de um ano que me marcou muito, de todas as formas possíveis.

Em 2011 ainda estava no Ensino Médio, mas já no último ano. Ainda segui com boas amizades e tive boas experiências, mas já não foram tantas assim. Foi uma fase difícil e já prenunciava os períodos amargos da minha vida que viriam a seguir. Nunca torci tanto para um time como torci para o Santos, que teve a sua última grande geração de jogadores, os quais, infelizmente, não conseguiram se manter em relevância no cenário futebolístico mundial em anos posteriores. Infelizmente, o time da vila acabou perdendo o Mundial para o Barcelona, na época, o melhor time de futebol da história e eu senti demais essa derrota.

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Nesse ano acessava quase que diariamente O Melhor da Telona, saudoso site para download de filmes e 2011 foi bem servido de filmes. Tivemos o lançamento de Drive, agora já um clássico dos filmes neo-noir; Meia Noite em Paris, talvez o melhor filme do Woody Allen; Johnny English Reborn, mais um clássico de Rowan Atkinson que não deve nada ao seu antecessor; Attack the Block, outra bela obra que veio lá da terra da rainha e Vovózona 3 foi uma enorme surpresa, sendo melhor que todos os outros filmes da série. A Arte da Conquista ainda é um dos meus filmes favoritos e merece destaque especial nessa lista de filmes incríveis lançados em 2011. A história de um garoto complicado, existencialista, que descobre o amor e forças dentro de si para continuar seguindo com sua vida se encaixou como uma luva em mim, mas eu gostaria ter seguido os passos de George mais cedo.

Ainda nos dramas, O Substituto foi uma bela surpresa dentro do circuito de filmes meio alternativos, meio grandes e conta uma bela e singela história de um professor substituto, que nunca se prende aos seus alunos, nem a nada na vida, mas encontra esperanças quando uma garota se perde em seu caminho. Inquietos também foi lançado em 2011 e é até hoje o melhor filme do Gus van Sant. Acompanhando as tragédias que atingiram o Japão nessa época, Sion Sono lança um de seus melhores filmes, Himizu e do cenário indie de filmes nos EUA surge Another Earth, um dos filmes que deu o pontapé para a nova onda de filmes de ficção científica mais sensíveis que viriam nos anos posteriores.

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Suckerpunch, o filme que consegue ser amado e odiado na mesma medida também foi lançado nesse ano. A homenagem a cultura pop de Zack Snyder causou um alvoroço dentro do cenário de filmes e, apesar do que dizem os críticos de cabeça vazia, é o seu melhor filme e um dos melhores filmes não só de 2011, mas da década, merecendo um lugar de destaque aqui no nosso post.

O ano foi fantástico para o cinema e as animações não ficaram para trás. Kung Fu Panda foi lançado nesse ano e Rango se tornou, quase que de imediato um clássico absoluto do cinema de animação.

Se o cinema esteve muito bem servido em 2011, os quadrinhos também brilharam como nunca nesses 12 brilhantes meses, com o lançamento de Daytripper, talvez a maior obra lançada pelos irmãos Fábio Moon e Gabriel Bá. Yuri Morais lançou na rede mundial de computadores o Garoto Mickey, obra difícil de ser encontrada atualmente, mas que vale muito a pena ler e Vitor Caffagi lançou Valente e Duotone, enquanto sua irmã lançava Mixtape. O cenário de quadrinhos brasileiro começava a alçar um voo muito produtivo, que, infelizmente, culminou numa produção pedante, politicamente correta e chata. Mas naquela época era muito, mas muito boa!

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Na música tivemos o lançamento de Suck It and See do Arctic Monkeys, uma promessa à boa forma, que não foi concluída com o lançamento do CD posterior, mas que bastou para os ouvidos dos fãs. Um álbum conciso que só melhorou com o tempo. Tivemos ainda o lançamento de Espelho da Alma da Pense, lá de BH e Empty Days and Sleepless Nights do Defeater. No entanto, o que realmente mudou a história da música para sempre foi o lançamento de Wildlife, o melhor álbum do La Dispute e talvez o melhor álbum da década, com seu estilo sui generis, letras brilhantes, envolvendo um conceito elaborado, é um álbum para ser estudado e portanto exige muita atenção do ouvinte. Suas letras elaboradas causam curiosidade e sua profusão de sons estranhos dá todo um dinamismo ao CD que não existe em nenhum outro dentro do cenário em que foi lançado, o do post-hardcore. Até hoje, é um dos meus favoritos.

E se na música tivemos algo tão inovador e provocador, no cenário dos documentários não foi diferente com o lançamento do excelente U.N. Me, que até hoje causa revolta nos cidadãos de bem de todo o mundo que veem os seus países sendo devorados pelos burocratas da ONU.

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Nas televisões tivemos o lançamento de Game of Thrones, prometendo muito, mas que acabou cumprindo pouco e também a excelente Black Mirror ainda em terras britânicas. Suas primeiras temporadas, com o sotaque inglês, valem muito a pena serem vistas e revistas, ao contrário do lixo feito pela Netflix, que ofende a todos aqueles que assistiram a série em seus primórdios, provocativa, forte e inventiva ao máximo. No oriente, Kamisama no Memochou chamou muito a minha atenção e até hoje está presa em minha mente, enquanto que Ben-To é capaz de proporcionar uma das experiências mais divertidas com relação a animes. Gyakkyou Burai Kaiji: Hakairoku-hen é um dos melhores animes da história e continua as aventuras de Kaiji pelo mundo das apostas.

Nos games, tivemos o lançamento de Minecraft, jogo que na época era feio, coisa de criança, mas que bombou no Youtube por muitos anos e influenciou o gosto por games de muita gente, sendo estilisticamente e narrativamente copiado e melhorado por muitos outros games que viriam a seguir, criando, pelo menos, dois grandes segmentos de jogos por aí. Hoje em dia, ele voltou, com mais força ainda do que quando ele estourou na primeira vez.

E assim, chegamos ao final de mais uma retrospectiva da década. Espero que tenham gostado e espero vê-los amanhã, quando falaremos do ano do fim do mundo! MUAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!