quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Dica literária: “As cartas portuguesas” de Sóror Mariana Alcoforado (1669)

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Essa é uma das obras que deram o pontapé para o movimento romântico e vale muito a pena conhecer.

Mariana Alcoforado foi uma mulher que foi destinada a vida monástica pelo testamento da mãe. Sem nenhuma inclinação mística, a menina foi obrigada a ir para o convento de Nossa Senhora da Conceição em Beja. Lá conheceu o Marquês de Chamilly, um nobre francês por quem se apaixonou durante a estadia dele na região, a fim de participar de manobras no exército. Quando o marquês foi embora, ela lhe enviou 5 cartas, nunca respondidas e “As cartas portuguesas” trata-se de um compilado dessas 5 cartas.

Escritas sempre de maneira esperançosa, passando a um tom melancólico, depois irritado e, por fim, desiludido, as cartas de Mariana foram alvo de grande admiração na época de sua publicação na França. Lá foram lidas e relidas, consideradas falsificações e inspiraram muitos escritores e poetas da época, que já sofriam uma inclinação ao romantismo.

Por apresentar uma história em voga na época (amor não correspondido) do ponto de vista de uma mulher, serviram de inspiração para muitos autores. Isso também levantou dúvidas sobre a veracidade da obra, já que alguns consideravam ela bem escrita demais para ser obra de uma mulher.

Por aqui, decidimos considerar como obras da própria Mariana mesmo, porque essa versão é bem mais legal.

Os sentimentos de Mariana nunca foram correspondidos, mas ela parece ter descoberto o seu caminho para seguir na vida, já que conseguiu sucesso na vida monástica, dedicando-se ao convento e a comunidade, carregando para si o título de Sóror, uma das nomeações mais respeitadas para uma freira.

4 pontos