quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

O filme mais libertário de todos!

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Num dia em que a energia acabou aqui em casa, eu liguei meu notebook, que estava cheio de bateria e decidi assistir a um filme pra passar o tempo. Acabou que assisti todo o primeiro “Duro de Matar”, jantei, tomei banho e fui dormir sem que a energia voltasse.

O filme conta a história de John McClane durante as festividades de Natal. Ele vai visitar a família em Los Angeles. Assim que chega lá vai até o local de trabalho de sua mulher, Holly Genero, no edifício de uma multinacional japonesa. Pouco tempo após o início da festa e após uma pausa na DR que John e Holly estavam tendo, um grupo de terroristas alemães invadem o prédio. Como policial nova-iorquino, McClane escapa de ser aprisionado pelos terroristas e começa a armar um plano para derrota-los.

Já conhecia as leituras conservadoras, liberais e “republicanas” do filme, pois já havia lido algo sobre aqui e ali, mas os aspectos políticos desse filme foram as coisas que mais me chamaram a atenção numa assistida mais atenta durante uma noite sem energia elétrica em casa.

Pra começar temos um agente de lei que age por conta própria para salvar todo um microcosmo que se força no prédio, formado pelas pessoas que estão sendo mantidas prisioneiras. Lá ele atua longe das autoridades locais, inclusive desafiando o ceticismo dessas autoridades e se torna o principal agente de salvação desse microcosmo.

Além de McClane, outros personagens menores ocupam um espaço determinante na narrativa do filme. A mulher dele, o garoto negro motorista da limusine, o policial gordo que está na base da hierarquia policial. São todas pessoas comuns, mas que pelas suas atitudes e empenho acabam superando a todos e se transformando em excepcionais que derrubam o stablishment, passando por cima das instituições do Estado, em especial, as instituições de segurança.

A polícia e o FBI são representados no filme como arrogantes e estúpidos. A mídia é exibida como uma espécie de vampiro, sugando a energia das pessoas. Tudo isso definiria “Die Hard” como um filme típico de CRÍTICA SOCIAL FODA, mas ele não perdoa. Os terroristas parecem ter saído do Greenpeace, pois escondem suas ações através de um viés ambientalista. Pra melhorar, saíram da Alemanha Oriental e, numa cena muito capciosa, louvam um bando de grupos revolucionários, socialistas e religiosos orientais. Tudo que um típico cidadão de bem do Ocidente, cristão e capitalista despreva.

Em certos momentos é um filme reaça, em outros é um filme liberal, a mistura de ambos gera o libertarianismo, essa maçaroca de ideologias consideradas de direita e que está muito bem representada nesse filme.

Fora os aspectos ideológicos, o filme ainda nos apresenta uma produção impecável, digna de filmes brucutu daquela época, mas com um ator que não é um absurdo de brucutu.

Efeitos especiais magníficos, uma trilha sonora marcante, personagens carismáticos e um pano político de fundo digno de nota, fazem desse o melhor e maior filme libertário de todos os tempos.

5 pontos